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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 21



Foi difícil de sair da cama no dia seguinte. Foi difícil tomar café da manhã sem a minha mãe. E foi mais difícil ainda ter que encarar um dia de faculdade depois de tudo o que aconteceu.

Harry tinha decidido ficar em casa, queria descansar e ficar sozinho por um tempo. Entendia até demais ele.

Justin tentava esconder o que estava sentindo, estava mais distante e frio do que nunca.

Logo que chegamos na universidade, Justin foi atrás de seus amiguinhos. Deixei ser guiada por Selena e Miley até a minha sala.

Nicholas estava me esperando. Há poucos dias estaria maluca e pulando de alegria por estar recebendo tanta atenção dele. Hoje nem me importo com o que ele faz por mim. Estava agradecida, mas pouco me impressionava.
Só eu sabia o quanto estava sentindo falta de Joseph. E, no fundo, me odiava por querer que ele estivesse ao meu lado, e não seu irmão lerdo. Estava puta por ser Nick quem estava querendo ser o meu porto seguro.

(...)

Não prestei atenção na aula, nem por um segundo sequer. Tive a impressão que todos estavam me vigiando. Talvez as notícias já atingiram os ouvidos dos curiosos que, por sinal, estão em maioria no campus.

- Nick, preciso falar com você -antes que saíssemos do edifício e fossemos encontrar os meus amigos, puxei ele para um canto esquecido perto da sala de anatomia.

Ninguém nunca ia àquela sala depois das aulas. O cheiro de formol conseguia enjoar qualquer um que se atrevesse ficar por muito tempo por perto. Excelente lugar para ficar sem ninguém saber. Foi ali que Miley teve uma rapidinha com um garoto da sala dela de bioquímica.

- Fale -ele sorriu, educadamente.
- Vou desistir de medicina, não quero que você conte para ninguém. Depois que eu trancar a minha matrícula, contarei para as meninas e os meus irmãos, com cuidado e muita paciência.
- Oi? Você está maluca? Deve ser o formol -Nick me encarou, espantado e, talvez, até indignado- Você lutou por essa vaga. Você deve ter passado horas estudando para isso. Então por quê vai desistir?
- Nick, eu não consegui salvar a minha mãe. Nenhum médico pôde. Como eu quero salvar vidas se não pude salvar nem a da pessoa mais importante da minha vida? Não quero saber do que você irá falar, não me importa, não irei mudar de ideia. Só queria te avisar porque você é a única pessoa que está realmente ao meu lado agora.
- Demetria, por favor, não faça isso -ele pegou minhas mãos, de relance, pude ver seu olhar suplicante- Pense mais um pouco antes de fazer qualquer besteira. Pessoas nascem e morrem, e não podemos mudar muita coisa nisso. Se você se tornar médica, terá a oportunidade de tentar salvar a vida de mães de outras pessoas. Imagina como deve ser bom o sentimento de salvar alguém?
- E se eu não conseguir?
- Bem, muda alguma coisa se eu disse que eu sempre estarei aqui por você -Nicholas sorriu, novamente. Aquele sorriso que me deixaria louca. Mas, naquele momento, queria vomitar vendo ele sendo tão fofo comigo.
- Vamos. Estou começando a ficar tonta com esse cheiro.

Simplesmente dei as costas e saí. Nick me seguiu, saindo do prédio ao meu lado. Já não sabia ao certo se estava gostando de toda essa atenção que ele estava me dando.

- Olha o casal do momento -ouvi aquela voz irritante e tão confortadora ao mesmo tempo. Joseph se aproximou de nós, com um belo sorriso debochado iluminando seu rosto- Ah, irmãozinho, pegue logo essa mulher antes que eu mesmo pegue ela... de novo.
- Fique quieto, Joseph -Nick respondeu, fazendo com que eu olhasse surpresa para ele. O que é que tinha acabado de acontecer ali? Nicholas respondendo o irmão idiota dele? Como assim? O menino mal se defendia há poucos dias atrás.
- Não fique nervosinho, Nicholas. Não me interesso por esse tipo aí -e dito isso, Joseph saiu de nosso caminho, voltando para os braços de uma loira. A irresistível Taylor Swift.

Não que eu esperasse que Joseph fosse se tornar o príncipe. Até porque deixar de ser Gargamel para ser um príncipe encantado é uma bela de uma transformação que só acontece nos contos de fadas e filmes de comédia romântica clichês. Mas jurava que, bem no fundo, Joseph era uma boa pessoa que nos trataria diferente depois de ser o cara perfeito no hospital. Jurava que ele poderia se apaixonar por mim e que nós dois pudéssemos ser o casal perfeito. Pena que essa seria mais uma decepção para a minha lista. E estava pouco me importando para isso. Dane-se Joseph, de verdade. Tinha muitas outras coisas para pensar, e Joseph, definitivamente, não poderia ser uma delas.

Meu pai tinha ficado sabendo do que acontecera e não deu o ar da graça de sua presença em nenhum momento. Estava completamente indignada com isso. Eles foram casados por uns dezenove anos. Como alguém é tão ridículo ao ponto de não querer prestar uma última homenagem à pessoa com quem você dividiu a vida por tantos anos? Mas mau ele sabia que quando eu desistir da minha faculdade, irei morar com ele, aceitando ou não, ele continua sendo meu pai.

- Está tudo bem, Dem? -Selena puxou meu braço, fazendo com que eu voltasse à realidade.
- Aham. Tudo bem.
- Demetria, eu te conheço há tanto tempo, acha mesmo que consegue esconder algo de mim?
- Esquece, Selena. Só me deixa quieta.

Deixando Nicholas, Selena e Miley para trás, fui para casa sozinha.


Galera, desculpa pela demora. Vestibulares ;( Ah e adivinha quem tem a certeza de que vai fazer cursinho ano que vem de novo? Pois é. Juro que vou tentar postar diariamente de novo.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 20


Tinha criado a hipótese que mamãe sabia que iria morrer.

Ela tinha dado tantos conselhos no café da manhã do dia anterior, antes de sua morte. Estava diferente. Mas também eu não sabia se estava criando todas essas teorias para me reconfortar.

Todas as minhas amigas tinham ido ao funeral. Até mesmo Zac, Josh e Nick foram também. Menos Joe. Não tinha tempo e muito menos cabeça para pensar nele, porém, de algum jeito, aquilo me machucou. Ele tinha sido tão incrível e maravilhoso comigo ontem no hospital, e hoje, quando eu mais precisava dele, ele simplesmente não estava.

Mas Nick estava lá. Me abraçando. Fazendo de tudo para que eu ficasse bem.

Mas ele não era Joe.

Mas aqueles não eram os braços fortes de Joseph.

Harry estava destruído, fisicamente e emocionalmente. Não reconhecia o meu irmão, nem mesmo me reconhecia, mas Hazza estava diferente de mais, pálido de mais, triste de mais. Queria abraçá-lo e fazer com que ele ficasse melhor, contudo eu não tinha mais forças.

Justin tinha me surpreendido, com sua força, resolvendo tudo para que Harry e eu não tivéssemos que nos preocupar com nada. Não sabia ao certo se ele estava fazendo tudo isso para não desabar também.

- Querem que eu faça o jantar? O que vocês querem comer? -Selena tentou nos animar quando chegamos em casa, após a fatídica cerimônia de despedida.
- Estou sem fome, vou para meu quarto -Justin respondeu, enquanto tirava seu tênis e se preparava para subir a escada.
- Sem essa! -bloqueando a escada, Selena empurrou Justin para cozinha- Vamos todos comer, ficar bem alimentados.

Harry ficou sentado no sofá, sem reação. Apenas olhando para os porta retratos dispostos na mesa de centro.

- Vamos -segurei em sua mão e o ajudei a se levantar- Melhor esfriarmos um pouco a cabeça, certo?

Ele não me respondeu. Apenas andou comigo até a cozinha.

Ah, a cozinha.

Impossível não lembrarmos de nossos cafés da manhã. Impossível não lembrar de mamãe.

Miley me puxou para um abraço. Jenn estava abraçando Justin, confiaria nela para fazer com que ele ficasse bem.

Zac tinha ido embora após deixar Justin em casa e se certificar que ele não faria nenhuma besteira. Josh também já tinha ido. Apenas as meninas e o Nick ficaram.

- Sabe?! Vou fazer macarrão, há quanto tempo eu não faço alguma coisa mais elaborada? Vocês não ficam com medo de eu queimar a cozinha? -Sel tentava nos animar, sem sucesso.
- Venha cá -Nick me puxou para um abraço. Mais um abraço que não me passava o conforto que precisava, não como os de Joe faziam- Sabe que pode contar comigo pra tudo, certo? -assenti com um gesto.
- Obrigada, Nick -levantei a cabeça para olhar em seus olhos- Obrigada por ter ficado o dia inteiro comigo.
- Não foi nada. Sei como isso deve doer, já tive que lidar com isso antes.

Antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, Ashley entrou na cozinha, segurando algumas sacolas do mercado.

- Nunca que eu deixaria Selena fazer macarrão sozinha, essa coisa nem sabia que não tinha molho de tomate em casa -Ash murmurou para Nick e eu.

E no meio das minhas melhores amigas, e de Nicholas, pude encontrar paz. Porém, ainda não entendia porque tanto desejava Joseph ao meu lado nesse momento. Não era seu dever estar ao meu lado nesse momento, mas eu o odiava por não estar me abraçando como ontem, odiava não o ter por perto.

Galerinha, me desculpa pelo cap minúsculo, mas como eu já disse, tenho vários vestibulares agora e estou morrendo de estudar.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

GALERINHAAAAAAA

Não esqueci de vocês, mas terei vestibulares importantes agora, então estou me matando de estudar para eles. Mas, tentarei postar hoje, no máximo, amanhã. Então fiquem ligados porque vai ter capítulo novo sim! 🦄

domingo, 8 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 19


Justin tinha ido o mais rápido que ele pode até o hospital, cortando vários carros e, com certeza, acumulado mais algumas multas para seu histórico. Quando chegamos, saímos correndo pelos corredores, à procura de alguma informação. Foi quando um médico, de meia idade e não muito mais alto que Harry, apareceu na sala de espera, procurando pelos parentes de Dianna Lovato.

O doutor não rodeou na notícia, apenas cuspiu que ela tinha chego quase sem vida ao hospital. Tinha tido uma série de paradas cardíacas, fraturado vários ossos e uma hemorragia interna trágica. Estava na mesa de cirurgia, com uma boa equipe de médicos fazendo de tudo para salvá-la.

Senti o peso do mundo cair nas minhas costas. Deslizei da parede em que estava encostada até o chão, colocando a cabeça entre as pernas.

Aquilo não poderia estar acontecendo. Não comigo.

Vi de relance Justin fazendo algumas ligações. Harry se sentou ao meu lado, tão perdido quanto eu. Abracei-o, sem saber se estava tentando me confortar ou confortar a ele.

- Hazza, o que vamos fazer? -virei-me para ele.

Harry estava fitando o chão, o rosto inchado e vermelho. Estava de pijama igual a mim. Não tivemos tempo pra pensar nisso. Não me importava ser vista por todos descabelada, de pijama e jogada no chão da sala de espera. Estava pouco me importando para as aparências.

- Não sei, Dem. Não sei -ele retribuiu o meu olhar, tão perdido, com um olhar de um menino de cinco anos. Não sabia aonde fora parar toda a sua maturidade e liderança.
- Mamãe tem que sair dessa. Ela é forte -disse, tentando convencer a mim mesma.
- E se ela se for, Dem? O que vai ser de nós? Não sei se consigo viver sem ela -Harry encostou a cabeça em meu ombro.

Após poucas -e longas- horas, Justin voltou para a sala de espera, com Miley e Selena ao seu lado. Levantei a cabeça, desgrudando-me de Harry, surpresa com a presença de minhas melhores amigas.

- Demi, como você está? -Selena se aproximou, me ajudando a levantar do chão e me abraçando em seguida.
- Venha, Hazza -Miley fez o mesmo com Harry.
- Liguei para as meninas -Justin disse, colocando as mãos nos bolsos da frente da calça de seu pijama- Acho que precisamos de companhia para passar por isso.
- Obrigada, Justin -disse, sendo sincera, depois de sair do abraço de Selena.
- Ela ainda está em cirurgia? -Miley perguntou.
- Sim. Há três horas -respondi, sem ânimo. O relógio azul de ponteiros, que estava pendurado na parede branca da sala, tinha se tornado meu melhor amigo nas últimas horas. Cada vez em que ele se mexia, era como uma nova onda de esperança para mim.
- Meninas, levem os dois para comer algo ou trocarem de roupa. Ficarei aqui aguardando por notícias -Justin ordenou.
- Não vou sair daqui -fui a primeira a protestar. Nem ferrando eu sairia daquela sala sem notícias da minha mãe.
- Demi, por favor -implorou Selena, quase me puxando para fora.
- Não irei. Harry vá você. Tome água na lanchonete pelo menos -olhei para meu irmão mais velho. Não parecia nada com aquele garoto que sempre me passou a maior segurança do mundo. Estava transtornado, acabado. Tão abatido quanto eu. Sem responder, ele se deixou ser guiado por Miley para fora da minúscula sala de espera.

Sentei em um sofá de três lugares, entre Selena e Justin. Comecei a observar o recinto. Todas as paredes eram brancas, porém os móveis eram azuis, em contraste. Havia apenas mais um sofá de três lugares ao nosso lado, e poucas cadeiras desconfortáveis logo atrás de nós. Uma bancada azul com branco se estendia à nossa frente, aonde uma enfermeira de meia idade, que de hora em hora lançava um olhar terno para a gente, ficava atendendo a todos que estavam ali. Parei meus olhos em um quadro que estava posto atrás da mesa dela. Era uma paisagem, uma casinha solitária no meio de um grande campo de flores. Sem saber o porquê, aquela imagem me tranquilizava.

- Oi, cara -Justin atrapalhou minha visão da tela pintada a tinta óleo quando se levantou, abraçando um moreno. Joseph.

Não estava bem pra lidar com ele. Não queria lidar com ele. Estava tão acabada e indefesa. Mas também não conseguia ficar brava com Justin por tê-lo chamado. Algo sobre sua presença me deixava mais calma, Joseph me transmitia segurança, e não sabia se isso era algo bom ou não. Olhei ao redor, tentando ver se Nicholas tinha vindo com ele, mas tudo o que pude ver foram algumas pessoas tão desorientadas quanto nós, esperando informações sobre algum ente querido.

- Tudo bem, Lovato?

Antes que eu pudesse abrir a boca para respondê-lo, um homem, de pelo menos trinta e cinco anos, vestindo um jaleco branco, atraiu a nossa atenção.

- Família de Dianna Lovato? -Justin acenou com a cabeça, fazendo com que o homem se aproximasse- Sou Derek Sheppard, neurocirurgião -ele nos cumprimentou, educadamente- Eu estava realizando a cirurgia da Sra. Lovato com um grupo de grandes especialistas, enquanto eu tentava diminuir a extensão do trauma craniano, outros médicos estavam tentando conter a hemorragia interna. Saibam que uma cirurgia desse porte sempre está repleta de desafios e riscos. Infelizmente, não conseguimos conter a hemorragia. Foram vários traumas internos, várias paradas cardíacas e respiratórias nesse meio tempo. Desculpem-me. Fizemos o possível.

Ela estava morta.

Minha mãe estava simplesmente... morta.

Não. Não. Não. Não.

Em um movimento brusco, levantei do sofá e saí correndo do hospital. Como isso estava acontecendo? Ela estava bem de manhã, ela estava viva, conversando e brincando no café da manhã. Por quê isso estava acontecendo?

Sentia as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto. Sentia a brisa contra meu corpo. Mas não sentia mais nada, parecia estar entorpecida pela situação. Sentei no primeiro banco que eu vi do lado de fora do hospital, de frente para uma vasta área repleta de árvores. Me encolhi no assento, colocando a cabeça entre meus joelhos. Deus, como aquilo doía. Queria ter morrido também, naquele banco mesmo.

- Demi! -pude ouvir a voz de Selena se aproximando de mim, mas não fiz nenhum esforço para levantar a cabela e encará-la- Demi, meu Deus, venha cá -senti seus braços me puxando para ela. Ainda não tive força para me movimentar.

E por um tempo continuamos ali, apenas abraçadas, sem nenhuma palavra. Continuei encolhida, mas com a cabeça apoiada no ombro de Selena. Sentia uma dor sufocante em meu peito, mas já não sabia mais o que fazer.

- Selena, melhor você ajudar os meninos. Eu dou conta aqui -levantei um pouco a cabeça para ver um Joseph parado ao nosso lado. Vi algo diferente em seu olhar. Talvez ternura. Mas poderia ser também ilusão minha.
- Não, Joe. Ficarei aqui com ela.
- Você não está ajudando em nada -ouvi ele bufar, sem paciência- Não iremos brigar agora, certo? Deixe-me com ela.

Selena olhou para mim, suplicante. Esperando pela minha resposta ou por uma briga rotineira com Joe. Nada disso aconteceu. Apenas me afastei dela, fazendo com que ela entendesse que pudia me deixar com ele, a sós.

- Voltarei daqui a pouco para ver como você está -Selena beijou a minha testa e foi embora.

Joseph se sentou ao meu lado, ocupando o lugar onde Selena estava. Sem nenhum aviso, me puxou para seu abraço, colocando aqueles braços fortes ao meu redor, e me surpreendendo novamente, ele beijou o topo da minha cabeça, me puxando mais para si.

- Ah, Lovato.

Fiquei apenas ali, perdida em seus braços, apoiando a cabeça em seu peito, sentindo o cheiro do seu perfume 212. Ele me transmitia tanta segurança, tanto poder. Não conseguia me sentir assim com Selena. Então apenas relaxei, desabando novamente em lágrimas, recebendo vários beijos no topo de minha cabeça em troca. Depois, quando estivesse sozinha em meu quarto, não acreditaria nessa cena.

- Te contaram como aconteceu? -Joe quebrou o silêncio, fazendo com que eu levantasse a cabeça de seu ombro.
- Não.
- Você quer saber? Não acho que agora é o momento...
- Tem que ser como um band aid, Joe. Temos que tirá-lo rápido e sofrermos apenas uma vez -Joe me fitou, surpreso.
- Um caminhoneiro acabou dormindo enquanto dirigia, o caminhão estava bem acima da velocidade permitida, acabou entrando na contra mão e invadindo a faixa em que o carro da sua mãe vinha. Foi uma colisão bem feia.

Fiquei brava, de verdade. Só não tinha forças de me levantar e ir atrás do idiota que acabara com a vida de minha mãe. Joe simplesmente voltou a me abraçar. Mais forte. Mais protetor. Sussurrava em meu ouvido que tudo ia ficar bem. Queria muito acreditar nele.

- Você tem que cuidar de seus irmãos, Lovato. Tem que ser forte por eles. Sei que você consegue, sei que é forte o bastante.
- Joe, eu tenho que voltar pro hospital -acordei de meu transe com suas palavras, tinha que ajudar meus irmãos- Tenho que resolver as papeladas e...
- Já resolvi -ele me interrompeu- enquanto você estava aqui com Selena, Miley voltou com Harry, Justin se juntou aos dois para contar as notícias. E eu achei melhor resolver logo isso, assim vocês três poderiam passar por esse baque de uma forma menos dolorosa.
- Obrigada, Joe -funguei, limpando as lágrimas que insistiam em cair.
- Por nada -ele deu de ombros, se negando a me largar.

E naquele momento, já não importava se ele era um escroto que me dera o maior fora do universo. Joseph Jonas estava ao meu lado, me apoiando em meu pior momento.

Me identificando com a Alessandrademi aos 14-15 anos, eu queria arquitetura, e agora aos quase 18 (porque falta só uma semana), quero medicina (quase desistindo, porque vida de cursinho é igual inferno). Nessa quase comecei Adm esse ano, você curte? Caah Santana k acho que Harry não é gay não, mas veremos nos próximos caps ;) Fernanda que coragem hein mina, química é meu maior pesadelo (exatas em si é, mas química é o maior k) mas estou prestando pra eng química em segunda opção esse ano (e não, nem sei porquê já que não vou com a cara da química).

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 18


Depois de Franklin atrapalhar, com sucesso, meu momento com Nick, decidi ligar para Harry e ir embora. Apenas me despedi de Kevin e Nicholas. Joseph e Frankie estavam marcados na minha lista negra.

No dia seguinte, ouvi novamente aquele coro de aleluia ao acordar. Era feriado. Estava pouco me importando se não tinha beijado Nick, era feriado, não tinha motivos para ficar triste.
Ainda descabelada e de pijamas, desci para tomar o santo café da manhã de casa. Podia reclamar e, às vezes, até xingar o ritual de mamãe, mas era muito bom me juntar à minha família todas as manhãs.

Minha mãe estava alegre hoje, mesmo que ela ainda tivesse que ir trabalhar em pleno feriado, continuava com aquele sorriso meigo estampado no rosto. Estava contente com o fato de que talvez hoje conseguisse uma promoção e um belo de um aumento.

- Você vai conseguir, mãe -Harry beijou o topo da cabeça de nossa mãe, antes de sentar-se à mesa.
- Obrigada, querido -ela se virou para a porta da cozinha- VENHA LOGO JUSTIN, O CAFÉ ESTÁ ESFRIANDO!
- ESTOU INDO! -Justin gritou, provavelmente, da escada. Aquele garoto se arrasta toda manhã.
- Como estão indo os estudos com seu namoradinho, Demetria? -mamãe me fitou.

Olhei para Harry, confusa, e ele apenas deu uma curta risada. O que tarzan andava contando para todo mundo? Será que ele queria armar a terceira guerra mundial na família? Não aguentaria minha mãe falando de um hipotético namorado meu para todo mundo.

- Não estou namorando, mãe -respondi, tentando não ficar nervosa.
- Harry disse que você tem um namorado que está fazendo medicina também. Nicholas, não é? Quando vai trazê-lo para sua velha mãe o conhecer e dar as bençãos?

Continuei olhando de olhos arregalados para mamãe e Harry. Nick estava longe de ser meu namorado. Bem longe. Pelo meus cálculos, nós nos beijaremos apenas daqui oito meses, e namoraremos em dois anos. E casamento? Nossa, só daqui um século.

- Mãe, estou falando sério, ele é apenas um amigo.
- Quem é apenas um amigo? -Justin perguntou, ao entrar na cozinha.
- Sua irmã não quer admitir que está namorando -mamãe respondeu Justin, nervosa- Estão vendo? Vocês dois -ela apontou para Just e Hazza- não estão cuidando da irmãzinha de vocês.
- Irmãzinha... -Justin rolou os olhos, recebendo um leve tapa de mamãe em troca.
- Vocês são irmãos, têm que ficar unidos, sabe? Fui criada sozinha, filha única e sem primos. Daria tudo para ter tido dois irmãos. Mas vocês nunca vêm isso, apenas brigam, meu pai do céu! Justin, você deveria cuidar mais da sua família, não existe nada mais importante que isso.
- Mas mãe...
- Ainda não terminei -ela gesticulou com as mãos para que Justin ficasse quieto- Harry, você deveria sair mais, conhecer algumas garotas, você merece.
- Harry merece e eu não... -Justin murmurou, levando outro tapa.
- E Demi, minha menina, cuide desses dois desmiolados -mamãe terminou seu copo de chá e se levantou- Tenho que ir ao trabalho. Espero voltar com boas notícias e um belo de um aumento.
- Boa sorte, mãe -Harry se levantou para abraçá-la.
- Tchau, mãe. Te amo -disse para ela, antes que ela saísse de casa. Nunca dizia que a amava desse jeito, porém hoje algo me fez com que eu tentasse mostrar à ela o quanto era grata por tê-la.

Voltei para a cozinha, encontrando Justin ainda tomando café da manhã.

- Preciso falar com você.
- Sobre Joseph de novo? Ele não te dá mais sossego.
- Não, ele não me dá. Mas não é sobre ele.
- Que é? -Just disse, mau humorado.
- Jennifer.
- De novo? -ele rolou os olhos, deixando a xícara de café de lado.
- O que está acontecendo entre vocês?
- Nada -ele deu de ombros.
- Mas vocês não saíram ontem?
- Sim, saímos. E se você quer saber de detalhes, eu não sou as suas amiguinhas pra ficar falando sobre uma noite de encontro.
- Não quero saber -esboucei uma cara de nojo. Não conseguia imaginar meu irmão em um encontro- Estou preocupada com suas intenções nisso. Você mesmo disse, algumas horas antes de chamá-la pra sair, que tinha dado o fora nela, que não tinha espaço na sua vida para uma garota e muito menos para um compromisso sério como ela quer.
- Mudei de ideia, não posso?
- Isso tem dedo de Joseph, não? Pode me falar o que aquele cretino fez pra mudar sua cabeça.
- Ele não fez nada. Você está paranoica, Demi -ele se levantou, nervoso- E, por favor, não se intrometa na minha vida. Estou bem crescidinho pra cuidar dela sozinho.
- Não me preocupo com você. O que tenho medo é de que você magoe Jenn.
- Ela também já está bem crescidinha. Melhor cuidar da sua vida e de seu namoradinho imaginário -ele disse, antes de sair da cozinha.

Estava sendo difícil cuidar de meu irmão como mamãe queria que eu o fizesse. Seria tão bom se Justin fosse a cópia de Harry, nunca tinha dor de cabeça com ele.

Voltei para o meu quarto, e enquanto tentava estudar um pouco, tive a ideia de ligar para Jennifer, não poderia me meter entre ela e meu irmão, mas poderia avisá-la sobre minhas desconfianças em torno das intenções dele.

- Oi, Dem -ela atendeu alegre, diferente da pessoa que estava chorando pelo telefone da última vez em que eu falara com ela.
- Hey, Jenn. Como foi ontem?
- Incrível, não sabia que seu irmão conseguia ser tão fofo e romântico.

Meu irmão? Fofo? Romântico? Ets haviam o abduzido.

- Tem certeza que você saiu com o Justin, né? Não foi o Harry não? -ouvi a risada dela e sorri com isso. Se meu maninho estava brincando com ela, eu não sei, só sabia que pelo menos ele estava a fazendo um pouco feliz.
- Sua boba. Justin me levou para um restaurante maravilhoso, e quando ele me trouxe de volta para casa, demos alguns beijos e tal -pelo o que conheço de Jennifer, ela estava corando agora.

Mesmo sendo a pessoa mais extrovertida do universo, ela tinha essa grande habilidade de corar sempre que contava algo sobre os pegas dela. Achava isso tão fofo.

- Estou feliz por você, de verdade. Só quero que você coloque em mente que meu irmão é tão escroto como Joseph, ele pode quebrar seu coração e eu não quero que isso ocorra. Não confie muito nele. Nem eu mesma confio.
- Demi, seu irmão é bom. Não parece mas é. Te garanto.

Revirei os olhos. Sabia que ele não é nada disso. A mente das pessoas apaixonadas é tão inocente e tola. Nunca vêm o perigo, mesmo estando parado a um palmo de sua cara.

- Mas toma cuidado, viu loirinha? Sou capaz de colocar ele pra fora de casa se ele fizer algo contra você.
- Relaxa, Dem. Você sabe que eu te amo, não?
- Te amo mais. Tenho que desligar, uma pilha de apostilas me esperam.
- Até amanhã, então.

Desliguei o telefone e me joguei na minha cama. Não sabia mais se tinha forças para continuar estudando.

- DEMI, LEVANTA! PRECISAMOS IR CORRENDO AO HOSPITAL -Harry apareceu no meu quarto, nervoso.
- O que aconteceu? -assustada, levantei da cama.
- LIGARAM PARA O MEU CELULAR. PARECE QUE A MÃE SOFREU UM ACIDENTE DE CARRO E... EU NÃO SEI -ele desabou, com as mãos na cabeça, começou a chorar.
- Calma, Harry -fui até ele- Já falou com o Justin?
- Sim, ele já está lá no carro nos esperando. Temos que ir agora!

E de pijama e ainda descabelada, fui ao hospital com os meus irmãos. Sem chão, sem ter o que pensar. Nada de mais poderia ter acontecido, certo? Harry pode estar nervoso para nada. Mamãe deve ter quebrado um braço ou uma perna. Nada de mais.

Lindos, vamos agitar, quero saber quantos anos vocês têm, se fazem faculdade: qual curso, se não fazem: que curso querem fazer, e o maior sonho de vocês.

1...2...3 E JÁ! 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 17


Minhas desconfianças apareceram quando Jennifer me ligou dizendo que meu irmão queria sair com ela, dar uma chance pro romance. Tentei parecer neutra na situação, mas três horas antes Justin tinha me dito na pista de skate que não queria nada com Jenn. Como ele mudara de pensamento de uma hora para outra? Isto estava soando muito estranho. Até mesmo para o desmiolado do meu irmão.

Tentei espantar todos os pensamentos e teorias enquanto me arrumava para ir à casa dos Jonas. Queria apenas estudar e conseguir me livrar das notas vermelhas por definitivo, mas também havia uma pontada de esperança em mim: aquela que me dizia que Nicholas poderia querer algo a mais entre uma matéria e outra.

Harry me levou até a entrada da casa, e tive que brigar com ele para que tirasse da cabeça a ideia de entrar e falar com Nicholas, como se ele fosse meu namorado. Seria tão vergonhoso. Mal pudia lidar com a ideia de Hazza tentando ser o macho alpha de casa.

- Tchau, Tarzan. Depois você me busca?
- Busco -ele murmurou, zangado. Ainda estava fazendo birra para poder falar com toda a família Jonas.

Coitado, mau sabia que a querida irmãzinha dele já não era mais a anja lacrada.

Nicholas estava me esperando na porta de entrada, com aquele sorriso maravilhoso. Não sabia dizer se um dia conseguiria me sentir indiferente à esse sorriso. Àqueles olhos.

- Pronta para mais uma aula, srta. Lovato? -Nick brincou, enquanto passávamos pela sala, seguindo para seu quarto.
- Oi, Kevin -sorri para o irmão Jonas mais velho, que estava sentado no sofá, assistindo a alguma série.
- Hey, Demi. Meu irmão estava ansioso para te ver, não aguentava mais ouvir ele falando sobre a aula de hoje -Nicholas corou. Kevin sorriu com a timidez do irmão.
- Dani está bem?
- Sim. Está vendo vestidos de noiva, essa coisa me deixa tão maluco. Por mim, nós nos casaríamos em uma capela mesmo, do estilo daquelas de cidade de interior, sem nenhum tipo de luxo ou vestidos que custam um rim.
- Que babaquice vocês três!

Joseph apareceu. Só era ele estar no mesmo recinto que eu que a onda de ódio começava. Estava pronta para pular em seu pescoço, e dar o soco que eu quis dar nele desde o momento em que o conheci.

- Cale a boca, Joseph -Kev jogou um almofada em Joe- Você fala isso só porque não conseguiu conquistar Taylor ainda. Quero só ver se vocês começarem a namorar.
- Eu não namoro -Joe deu de ombros e se virou para Nick e eu- E vocês dois? Está caindo de nível hein Demetria. Até Frankie é melhor que Nicholas, na boa.
- Qual é o seu problema, Jonas? De verdade.

Estava irritada e puta. Bem puta. Vi Nick de relance, olhando para baixo. Fiquei mais irritada ainda. Por quê diabos ele não se defende? Qual é o problema deles? Pelo amor! Nicholas tinha que aprender a socar alguém, assim poderia quebrar alguns dentes de Joe e fazer com que ele parasse de falar tolices.

- Chega! -Kevin se levantou, prevendo a briga- Meninos, vão lá pro quarto estudar. Joe, vê se encontra outra coisa pra fazer, tipo dormir ou continuar correndo atrás da Taylor como um cachorrinho.

Joe rolou os olhos.
Eu sorri em satisfação.
Nick continuou parado, sem dar o tão parecido sermão que Joe precisa.

Já não sabia se estava mais puta com Joseph ou com Nicholas.

Nick e eu subimos para o segundo andar. Para seu quarto. Ah como essa frase parecia tão pervertida em minha mente.

Nos últimos dias tinha me pego pensando no que Joseph dissera. Conclui que era verdade. Preferia caras como ele, caras que são extrovertidos, têm sonhos grandes e são fortes. Fortes no sentido de defesa, daqueles que defendem a si próprios com unhas e dentes, pois assim esperava que eles fizessem isso por mim também. Nicholas com certeza é o que menos se enquadra no meu tipo. Mas só Deus sabia o quanto estava atraída por ele. Droga, aqueles olhos me fitando novamente.

Ah como queria voltar toda a minha atenção no que Nick estava me explicando, algo sobre o fêmur. Dane-se medicina. Dane-se Joseph. Queria Nicholas.
Ali e agora.
Na cama dele.
Como eu queria.

- Tudo bem, Demi? Você está prestando atenção? -Nick tocou em meu braço, tentando fazer com que eu visse um desenho na apostila. Estava tão perdida em meus pensamentos assim?
-Está tudo bem, sim. O que você estava dizendo mesmo? Fêmur?

Como estava sendo tola. O garoto nem fazia menção de me beijar, e eu já estava querendo levar ele para a cama. É, Joseph estava redondamente certo. Caras como ele é o meu tipo.

- Sim, estava falando que ele consiste de uma diáfise e duas epífases. Sabia que ele é o mais longo e pesado osso do corpo?
- Incrível -falei, sem prestar muita atenção.

Droga, estava muito distraída hoje. Mas será que Nick não percebia o quanto queria beijar ele agora? Teria que fazer um cartaz com cores neon e colar na minha testa! Estava tão desesperada que essa ideia não me pareceu nenhum pouco ruim.

- Demi, você não está afim de estudar hoje, não?
- Desculpa, Nick. Não sei o que está acontecendo, estou tão distraída -apoiei minha cabeça em seu ombro, em um gesto involuntário, assim como eu faço com Selena quando estou cansada.
- Anatomia é entediante mesmo -levantei a cabeça, em tempo de ver seu sorriso.
- Não queria ocupar seu tempo pra nada. Sou uma burra.
- Você não é, Dem -ele se aproximou de mim.

Posso ouvir um aleluia? Aleluia! Aproximei dele também, esperando por um beijo, por Deus, estava há dias querendo isso. Se ele me beijasse, não me responsabilizaria pelos meus próximos atos, e nem me arrependeria.

- Nicky, você viu meu... ECA! QUE NOJO! -um garotinho, de uns nove anos, abriu a porta do quarto e interrompeu nosso momento.

 Mas que merda! Puta que me pariu! Pra quê, Deus? Pra quê isso? Será que é o karma agindo na minha vida? Sabia que não devia ter passado no sinal vermelho, não deixando a pobre senhora atravessar a rua em paz. Ou será que foi por causa daquela vez que eu esqueci de retribuir o bom dia que o porteiro deu? Juro que não seria uma má pessoa novamente, só quero beijar Nicholas. Nem que seja por uma única vez.

- O que aconteceu, Frankie? -Nick se distanciou de mim, sem perceber minha cara emburrada.

Então esse é o pestinha do Frankie. Então há mais um irmão Jonas que eu quero estrangular.

- Nick, perdi o controle do meu vídeo game. Mas o que estava acontecendo? Essa é a sua namorada? -ele se aproximou, com um olhar malicioso.
- Vou te ajudar a procurar o controle.

Porcaria de controle! O garoto não conseguiria jogar bola como uma criança comum? Que pais eram aqueles que davam vídeo game pro menino ao invés de ensiná-lo a subir uma árvore ou simplesmente ficar longe do quarto do irmão?

Nick saiu do quarto com Franklin, me deixando bufando sozinha.

Talvez fosse o destino eu nunca ficar com ele.


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 16


Sábado de manhã, ouço um grande coro de aleluia mentalmente. Amava medicina, mas faculdade é faculdade em qualquer lugar, e nada como um final de semana para curar toda a ressaca universitária de livros científicos.
Como de costume, tomei o café da manhã com minha mãe e meus irmãos. Justin foi o primeiro a terminar, foi correndo para a pista de skate, sem ao menos esperar que eu conseguisse o dinheiro com a nossa mãe.
Não tinha sobrado nenhuma alternativa além de levar o dinheiro, que eu quase implorei de joelhos para mamãe dar, até Justin. Odiava ter que ir até o clubinho dos skatistas, até porque Joseph estaria lá.

Mas a grande surpresa do dia estava por vir.

Estacionei o carro de frente para o prédio de Joe, e atravessei a pé a rua até a pista. Justin estava conversando com Zac do lado direito, e pude ver qual era o assunto deles: Joseph. Lá estava ele, fazendo manobras em cima do skate na pista. Demorei alguns segundos até reconhecê-lo, e mais alguns de boca aberta com suas habilidades. Ele tinha motivos para se gabar. Nunca tivera visto alguém conseguir fazer tudo aquilo, nem mesmo Justin.

Joseph estava vestindo uma calça preta até que justa, uma blusa branca talvez algum número maior que ele e um vans preto. Nada de extraordinário. Porém o jeito que ele lidava com as manobras, a agilidade de seus pés e seu jeito de passar pela rampa próxima de mim; fizeram com que eu ficasse encantada por ele. Quem sabe se Joseph Jonas não fosse tão arrogante, poderia ser um delírio para mim? Mas não podia negar que ele era um incrível skatista.

Juntei forças para poder parar de olhar para Jonas, indo até Justin, que não parecia estar tão impressionado quanto eu.

- Consegui o dinheiro. Se você não comprar a merda que você precisa, e gastar o dinheiro com outra coisa, eu não te dou mais dinheiro -Justin ficou olhando para mim, assustado, e então, pegou o dinheiro da minha mão.
- Achava que você nunca mais viria para cá.
- Você precisava do dinheiro, não?
- Oi, Lovato -Zac se intrometeu, me puxando para um abraço- Há quanto tempo!

Zac era lindo. De verdade. Sem blusa, com a calça folgada, aparecendo até uma pequena parte de sua cueca. Contudo, o que mais atraía nele eram seus olhos; tão azuis. Daria toda a moral para Ashley se ela quisesse ficar com ele.

Desconfortável com o contato físico repentino, me afastei um pouco dele depois do fim de nosso abraço.

- Olá, Zac. Treinando muito hoje?
- Sempre, o campeonato regional está chegando, é o primeiro passo para um estadual de grande porte -ele sorriu, orgulhoso.
- Que bom -virei para Justin, que estava apenas observando os movimentos do Joseph- Just, preciso falar com você.
- Agora? -ele soou como uma criança que não quer tomar banho porque está assistindo seu desenho animado predileto.
- Agora -afirmei, fazendo-o bufar.

Sem nem me despedir de Zac, puxei Justin para perto de onde vários skatistas estavam recolocando rodinhas em seus skates. Pelo menos ali ninguém estava a fim de saber sobre nossa conversa.

- Que foi? -Justin falou, quando eu soltei ele.
- O que você fez com a Jennifer?
- Sério que isso não poderia esperar até quando eu chegasse em casa? Não posso perder tempo com isso, e muito menos com vocês -ele revirou os olhos. Tive a breve vontade de mandar ele pro inferno.
- Fala logo, garoto.
- Só dei o fora nela, está bem? Não fui grosso, nem nada disso, pode até perguntar à ela. É só que eu não quero isso agora, não quero namorar. Minha vida já está tão cheia entre aqui e a faculdade que nem tenho espaço para uma garota. Você sabe como a Jennifer é uma boa pessoa, não posso fingir para ela que eu tentarei ser um bom cara.

Fiquei surpresa com as palavras dele. Pensava que ele falaria que ela não é o tipo dele ou algo assim, até porque Justin sempre a rejeitara. Mas, até que meu maninho tinha coração, algo que eu sempre achei que era feito de pedra.

Voltei contente para o carro, Justin estava passando tempo de mais com caras como Joseph, e mesmo assim, ainda era o mesmo garoto que eu vivi a vida inteira: se importa com as outras pessoas mas não demonstrava.

Mas mau eu sabia que Joseph Adam Jonas mudaria o pensamento de meu irmão. Que faria com que ele fosse tão escroto como o próprio.

5 comentários pro próximo ;) Ah galerinha, está bom assim ou vocês querem mais cenas jemi, nemi, jelena, nelena?

Skater Boy - Capítulo 15


Estava seguindo em frente.

Não tinha prestado atenção na aula. Primeiro estava pensando em Joseph, em como nossa briguinha estava se tornando infantil. Ele era infantil, desde o momento em que ele me dera o fora -mesmo que eu brigasse com todos, recusando a aceitar que fora ele quem deu o fora- mas seria eu quem iria parar as discussões. Iria conversar com Justin sobre tentar manter Joseph longe do meu campo de visão e da minha vida. E em segundo lugar: Nick estava muito quieto, nem tínhamos nos falado hoje. Será que eu tinha feito algo errado? Ou será que Joe disse algo à ele?

- Oi -quase corri quando o período terminou para conseguir alcançar Nicholas.
- Olá -ele sorriu- Como foi a noite das garotas?
- Legal -e se seguiu longos minutos em pleno silêncio constrangedor.

Como tínhamos tido uma tarde incrível e agora parecia estar tudo tão estranho?

- Como foi a aula de vocês? -Selena apareceu. E aquela vontade de esganá-la, após ter me deixado na mão com o Joseph, sumiu. Ela tinha salvo mais alguns minutos silenciosos que se seguiriam até Nick e eu chegarmos na saída do edifício.
- Boa -respondi. Não sabia se tinha sido realmente boa. Minha presença naquela sala foi apenas física durante todos os momentos- Como foi a sua?
- Sabe como é veterinária, né? Você entra achando que vai mexer só com cachorros fofos, mas aí a aula acaba sendo sobre parto de animais de grande porte. Imagine eu colocando meu bracinho delicado na bunda de uma vaca? Já imaginaram isso? Será um desastre! -Selena levantou as mãos, em dramatização.
- O lado positivo é que você não tem aula em uma sala cheia de pessoas mortas entupidas de formol -murmurei, lembrando da dor de cabeça e o enjoo que me persegue toda vez que entro na sala das aulas de anatomia.
- Não é tão ruim assim -Nick sorriu para mim, divertido com a situação.
- Às vezes eu fico só pensando se eu escolhi o curso certo -Miley disse, quando a encontramos na saída- Oi, Nick -ela o cumprimentou como se já fossem amigos. Nick olhou para mim, em busca de uma resposta para a intimidade que Miley já havia criado entre eles. Apenas dei de ombros.
- Miley, não sei quantas vezes já disse que você tem mais cara de advogada do que biomédica -Selena resmungou, ainda dramatizando o parto que ela ainda nem realizou.
- Já ouvi um milhão de vezes, Selena. Já estou cansada da minha voz da consciência ser, na verdade, você... Aliás, aquele não é o seu irmão, Nick?

Miley apontou para Joseph conversando com Taylor. Poderia classificá-la como a peguete que durou mais tempo, quase uma semana com ela! Mas, para uma simples ficada, até que ele estava bem animado. Estava gesticulando e rindo exageradamente como um moleque idiota na frente do primeiro amor. Estava mais ridículo do que Selena indo atrás de Josh.

- É -disse Nick, ainda olhando Joseph- Ele anda falando muito sobre ela. Não suporto mais. Dizem que ela é insuportável, até Zac disse.
- Garotos idiotas preferem garotas superficiais -falei, tentando controlar meu nervosismo. O que será que Joe tinha visto nela? Ela era loira, um ponto extra, já que sabia muito bem que o grande fetiche dele eram as loiras- Aliás, alguém viu Justin? -tentei mudar de assunto, não queria continuar vendo Joseph tentando seduzir a srta. Swift.
- Jennifer estava indo conversar com ele, melhor a gente nem atrapalhar os dois -My disse, sem tirar os olhos do casal futilidade em pessoa.
- Eu não sabia disso -Selena falou, me representando. Nunca sabíamos como Miley consegue saber todas as fofocas do grupo e, até mesmo, da faculdade inteira. E olha que o nosso campus era enorme.
- Ela falou hoje de manhã, antes de ir pro prédio de humanas com a Ashley. Eu deveria estar lá com elas, cursando direito também -ela começou a divagar sobre sua escolha profissional novamente. Já não bastava termos aguentado isso nos três anos de ensino médio.
- Já tenho que ir.

Por um momento eu esqueci que Nick ainda estava lá com a gente. Culparia o choque de saber que Jenn poderia estar se declarando para Justin. Mas, a realidade era totalmente outra, estava tentando usar minha visão periférica para funcionar. Queria ver se Joseph Jonas estava conseguindo fisgar a loirinha da vez.

- Até segunda então? -me virei para ele.
- Que tal você ir em casa no domingo? Posso te ajudar com a matéria, você me pareceu bem perdida hoje.

Mau ele sabia que o irmão dele foi um dos motivos que me fizeram ficar dispersa a aula inteira.

- Não estou te ocupando de mais? Não quero que você se sinta no dever de me ensinar -Selena e Miley se entre olharam. Onde está a privacidade nesses momentos?
- Não me sinto obrigado a fazer isso. Gosto de te ensinar -pude ver ele começando a corar e logo veio aquele sorriso que eu tanto amo.
- Então nos vemos domingo -e então o puxei para um abraço. Pude escutar um "awn" em coro.

Em que ponto fui parar?! De garota pseudo festeira da faculdade para a garota que estava tentando seduzir um cara nerd e tímido. Ainda tentava entender o que estava acontecendo comigo.

(...)

Cheguei em casa, detonada emocionalmente e fisicamente. Emocionalmente pela briga com Joe. Fisicamente pela caminhada que fiz da faculdade até em casa. O carro de Harry estava na oficina, e não tínhamos encontrado Justin para pegar carona. A conversa com Jennifer estava rendendo.

- Não aguento mais ouvir você reclamando -Hazza me acusou assim que sentamos à mesa da cozinha- Foi apenas uma pequena andada, Demetria. Sua sedentária!
- Tarzan, meus pés estão doendo -fiz um bico que logo se desmanchou quando ouvi a porta de entrada se abrindo- Sério mesmo que Justin chegou agora? Poderíamos ter ficado esperando por ele lá na faculdade -reclamei para Harry.
- Pelo menos perdemos algumas calorias. Fique feliz, se não fosse por isso, você nunca que faria algum exercício físico esse ano.

Justin apareceu na cozinha, calado até de mais. Esquentou o resto do arroz com carne e se junto à nós na mesa.

- Aonde você estava? -perguntei, impaciente. Queria descobrir tudo sobre a conversa.
- Na faculdade -Justin deu de ombros.
- Isso eu sei. Mas nós te procuramos por todos os lugares e nem sinal de você -estava começando a perder a paciência. Harry continuou comendo, sossegado.
- Mas eu estava lá -ele sorriu em ironia, depois de tomar um gole de refrigerante.
- Justin, eu sei que você estava falando com a Jennifer -ele levantou olhar para mim, tentando fingir indiferença- Conte-me o que aconteceu.
- Nada, Demetria. Nada.

Justin se levantou com o prato na mão, pronto para terminar sua refeição no quarto, mas acabei barrando sua saída da cozinha.

- Preciso falar com você.
- Não quero falar sobre Jennifer, na boa.
- É sobre Joseph.
- Que tem ele? -Justin rolou os olhos e voltou a se sentar.
- Ele veio me infernizar hoje, novamente. Não aguento mais, dê um jeito no seu namoradinho.
- Não posso fazer nada, okay? Você não me deu o dinheiro mesmo. Bem feito.
- Que dinheiro? -Harry finalmente entrou na conversa, totalmente perdido.
- Ele gastou o dinheiro que dei à ele antes de irmos à Newport, e acabou não comprando aquela merda de madeira que se usa no skate. Agora o lindo quer que eu dê mais dinheiro.
- De jeito nenhum -primeira vez que tinha visto Harry sendo sério em vários anos.
- E como vocês querem que eu me livre de Joe desse jeito? Ele vai continuar te enchendo a paciência até eu poder comprar o novo shape. Vocês que decidem.
- Mas para quê você quer continuar com isso? Parece mais um sonho do Joe do que seu -disse Hazza.
- Vou tentar conseguir com a mãe -murmurei, deixando Harry surpreso. Mau sabia ele o porquê de eu não querer mais nenhum contato com o Jonas do meio.

Saí da cozinha, deixando Harry discutir com Justin sobre quais eram as intenções de Joseph. Mesmo querendo me intrometer na discussão e fazer Justin se afastar de Joe, precisava falar com Jennifer, algo me dizia que não rolou nada bem.

- Jenn? -ela atendou logo no segundo toque.
- Oi, Demi -sua voz parecia estar falhando. Se Justin tinha a feito chorar, eu o sufocaria com o meu travesseiro hoje.
- Como você está?
- Você já está sabendo que eu fui falar com o seu irmão, não?
- Sim. Aquele imbecil fez alguma merda para você? Pode me contar, eu consigo dar um jeito nele.
-  Não, Dem -ela riu triste- Está tudo bem. Ele foi sincero comigo, não posso reclamar. É só que não é recíproco.

Não sabia o que responder a isso. Claro que já tinha sofrido de um amor unilateral, mas se nem eu conseguia lidar com isso sozinha, imagina lidar com o sofrimento de uma amiga, acabaria nós duas chorando juntas. Não seria justo.

- Não quer mesmo que eu dê um jeito no meu irmão? Posso colocar pó de mico em suas cuecas -murmurei, fazendo com que Jennifer risse.
- Relaxa, Dem. Quero só ficar sozinha agora.
- Qualquer coisa, me liga, louquinha.
- Obrigada.

Joguei meu celular na cama e sentei no chão, tentando entender se o mundo era injusto, ou as pessoas muito ficionadas por amor.

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