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sábado, 31 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 14


Não acontecera nada de mais. Nick havia me levado de volta para casa, sem nenhum beijo de despedida. Porém, aquilo, pela primeira vez na minha vida, não tinha me deixado frustrada. Me fez querer ainda mais ele. Talvez a dificuldade do desafio me atraía, ou toda a insegurança que ele exalava. Queria cuidar dele e torná-lo um homem mais confiante, queria ser eu o seu porto seguro. Mas me contentava com o abraço que ele me dera antes de eu sair do automóvel.

(...)

- Como foi? -Ashley foi a primeira perguntar quando entramos em meu quarto.

Logo após ter chego em casa, liguei para as meninas, convocando uma sleepover. Não aguentaria falar apenas por mensagem o que tinha acontecido. Queria opiniões, queria conversas até tarde da noite, e o mais importante: queria Oreo e Cheetos.

- Acho que estou gostando dele -suspirei, fazendo com que Miley rolasse os olhos.
- Nem beijou o garoto e já acha que está a fim. Essa juventude... -My enfiou uma grande quantidade de Cheetos na boca e continuou reclamando de meu romantismo trivial.
- Você foi mesmo pra casa dos Jonas? -era a vez de Selena.
- Sim, conheci até o irmão mais velho e a noiva dele. Mas não conheci os pais e nem o irmão mais novo.
- Uhm... Nicholas Jerry Jonas está querendo algo sério com você -Jenn olhou para mim, maliciosa.
- Não quero criar expectativas, porém não reclamaria se rolasse algo.
- Garoto lerdo. Se eu fosse ele, já teria agarrado você -e Miles continuou devorando o salgadinho fedorento.
- Ele é tímido -olhei feio para ela, já estava começando a me irritar com a falta de sentimentalismo- Não quero forçar ele a fazer algo antes do tempo. E depois do que aconteceu entre eu e o irmão dele, quero ficar sóbria de casos de uma noite.
- Está certíssima, gata -Ash fez um high five comigo.
- E se vocês começarem a namorar? Como você vai lidar com o Joe na sua vida, sendo seu cunhado? -Miley tinha que começar uma confusão em minha cabeça.
- Não sei. Acho estranha a ideia de ter pego o irmão de um namorado -fiz uma careta que logo se desmanchou com Selena puxando meu braço.
- Demi, agora me responda à algo sério: Tenho chances com Josh? -disse Selena, exasperada, fazendo com que todas nós ríssemos- Gente, estou falando sério. Preciso de um peguete mesmo, a carência está batendo na minha porta.
- Não sei, Selly -apertei a bochecha dela, recebendo um tapa em troca- Só sei que você tem que parar com esse fogo. Está começando a me deixar constrangida por você -ela mostrou a língua para mim, e não pude me conter diante daquela cena.

Se eu tivesse que escolher a pessoa com que eu mais me identificava no grupo, com certeza seria Selena. Eu amava aquela garota, e enchia a paciência dela. Coisa que eu não conseguia fazer com Miley, já que era difícil conseguir uma verdadeira expressão em troca, a garota parecia ser feita de pedra.

- Justin está em casa? -perguntou Jennifer, tentando fingir indiferença.
- Não, deve estar na pista de skate com os amiguinhos dele -vi Jenn ficar desapontada.

Nós quatro tentávamos tirar Justin da cabeça de Jennifer há meses. Desde que ela se "apaixonara" por ele, estava difícil de conviver vendo minha amiga sofrer pelo meu irmão idiota. Não sabia se dava um soco nela, por ser tão boba, ou nele, por ser tão medíocre. Daria um soco nos dois por me meterem no meio de um amor não retribuído.

- Ridículo ter essa paixão platônica por ele -Miley colocou a mão no ombro de Jennifer, tentando consolá-la- Ele não merece você. De verdade.

Então Miley tem sentimentos quando se trata de amor não recíproco? Isso é novidade.

(...)

Fomos para a faculdade acabadas. Minhas olheiras tinham olheiras. A noite tinha rendido em conversas até meia noite, o que acarretou a um filme qualquer de comédia romântica que, provavelmente, nós já tínhamos assistidos pelo menos umas quinhentas vezes.

Miley, Selena e eu estávamos protelando para irmos para nosso prédio. "Esse é um excelente dia para matar aula" - pensei.

- Demi, preciso falar com você -Joseph apareceu, me puxando pelo braço. Fiquei atordoada por alguns segundos, pelo contato físico repentino, e por ter achado que ele tinha surgido como em um passe de mágica. Talvez estivesse alucinando pela falta de descanso.
- Oi? -Fiquei olhando para a mão dele, que continuava segurando meu braço, até ele resolver me largar, longe das meninas.

Miley fez menção em ir atrás de mim, mas Selena a parou, segurando a risada. Lembraria-me disso caso um dia ela fosse sequestrada e pedissem dinheiro para o resgate. Eu daria o dinheiro, mas para continuarem a mantê-la em cativeiro.

- Demetria, já não disse para você parar de atrapalhar a vida de seu irmão?

Estava tão puta com ele. Com essa ignorância patética. Com essa vontade de controlar meu irmão, e ainda por cima, achar que poderia me controlar também.

- Olha, nem sei o que você está falando -virei para ir embora, mas ele voltou a segurar meu braço, dessa vez com mais firmeza. Estava com tanto sono, que nem tinha forças para brigar com ele.
- Você não deu o dinheiro para ele. Justin está precisando de um shape novo, se não ele não conseguirá treinar para o campeonato -disse Joe, sério.

Queria rir da seriedade dele. Qual é?! É apenas a merda de um skate. Ele nunca ganharia nada com isso mesmo. Em meu estado normal, com oito horas dormidas, teria debochado dessa situação.

- Depois resolvo isso com Just -queria sair dali o mais rápido possível.
- Demetria -ele me forçou a olhar para ele- Não queira me ver puto com você, está bem? Já chega o que você fez ontem comigo -ele se aproximou de mim, com um olhar ameaçador. Engoli seco.
- Você estava sendo um idiota com seu irmão. Como você consegue ser tão estúpido com alguém da sua família?
- Olha aí, Lovato -ele assoviou- Você defendendo meu maninho -sorriu em ironia- Estão de namorinho? Não conseguiu a mim então teve que recorrer ao outro. Acho que você fez uma troca injusta, não percebe o quão fracassado ele é? Soube que você esteve em casa com ele. Já tirou a virgindade dele? Ou vão ter que se casar primeiro? -ele continuo com aquele sorriso debochado.

Estava agradecendo pelas horas mau dormidas. Nem tinha força para ficar de pé, mas se tivesse força para dar um tapa na cara de Joe, eu o tinha feito.

- Já disse e repito: Nicholas é melhor do que você. E quer saber de uma coisa? Não me encha mais o saco. Justin é um problema meu, não me lembro de vocês dois terem se casado -virei as costas para ir embora, em mais uma tentativa frustrada- Sério, Jonas. Me solta. Preciso ir pra aula.
- Lovato -Joe disse entre dentes- Não me deixe mais nervoso. Justin precisa do shape. Dê essa merda à ele, não quero confusão e muito menos continuar a falar com você. Se você cooperasse, nunca mais teríamos que nos comunicar. Imagina que vida feliz. E sobre meu irmão: poupe o sofrimento do coitado, não dê chances que são inexistentes. Nós dois sabemos que você prefere caras como eu, sabe?

Virei as costas para ele. Determinada. Nem se Joseph tivesse me prendido contra o pilar ele teria conseguido me deter.

- Você não fala nada porque sabe que é verdade -Joe riu, enquanto eu estava bufando, andando em direção às meninas. Tudo o que consegui fazer foi lhe mostrar o dedo médio e seguir em frente.

Seguir em frente.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 13


- Me desculpa por aquela cena -quebrei o silêncio entre eu e Nick.

Estávamos a poucos quarterões da faculdade, no carro de Nick. Não falamos quase nada desde o ocorrido com o irmão idiota dele. Sentia como se Nicholas ainda estivesse com vergonha do que Joseph tinha dito.

- Não precisa se desculpar. Ele está certo. Não faço como ele, não sou como ele -ele soava ressentido, como se estivesse mexendo com uma cicatriz antiga que não se curou totalmente.
- Ainda bem -sorri para ele- Se você fosse como ele, não seria esse cara incrível que é -ele encostou o carro em um estacionamento vazio, e me fitou.
- Você acha isso... de verdade? -pude ver a insegurança transbordando de seus olhos.
- Sim -respondi sem nem pensar duas vezes- Você é incrível, Nick. Como não consegue enxergar o quão melhor você é?
- Sempre fui ofuscado por Joe, sabe? Ele sempre se destacou. Ele sempre foi o capitão do time de basquete, o incrível skatista, o cara que conseguia todas as garotas. Nunca importava se eu era o melhor aluno da classe, ou que eu estivesse fazendo medicina. Para os olhos dos meus pais e de todas as garotas.... ele sempre foi o melhor.
- Pra mim, não -peguei em sua mão- Pra mim você é o melhor -ele sorriu, tímido.

E quebrando todo aquela clima que eu tinha acabado de montar, ele soltou sua mão da minha e voltou a dirigir. Não queria ficar frustrada, mas, poxa, tinha acabado de aumentar o ego dele, não que eu estivesse mentindo, até porque Nicholas é milhões de vezes melhor que Joseph mesmo. Mas, nem um beijo por isso? Nem um abraço?

- Espero que você goste.

Despertando-me dos meus devaneios, e da pontada de frustração, Nick parou em frente à um restaurante minúsculo, em um bairro aonde eu nunca estivera. Nunca fui acostumada a frequentar lugares... indies, assim por dizer. Nunca fui a mais popular no ensino médio, mas tinha minhas qualidades. Não, eu não era a mais inteligente, e nem a que mais estudava preocupada com a faculdade. Mas eu era a que curtia. Curtia de verdade. Saía com as meninas e frequentava festas até que legais, sem a frescura dos populares, mas com um pessoal que sabia se divertir, talvez por isso sempre saía à encontros ou sempre rolava algo nessas festinhas. Foi assim que arrumei um namorado, aos dezesseis anos, e perdi a virgindade, também aos dezesseis, mas não com ele, e sim, com o primo dele em uma dessas festinhas. Quando não estava em festas, estava em encontros em restaurantes badalados ou requisitados pela juventude. Foram raras as ocasiões aonde um cara me levara para um encontro em um restaurante como esse, e não iria reclamar, Nick poderia me surpreender novamente.

O estabelecimento era pacato. Nada que iria fazer uma pessoa atravessar a cidade para frequentá-lo por causa de sua beleza e extravagância. Mas, talvez, esse fosse seu charme, assim como Nick. Se por fora eu tivera a impressão de estar entrando em uma caixa de palito de fósforos, dentro eu me impressionava com seu tamanho real, era como a versão restaurante do guarda roupa de Nárnia: O leão poderia aparecer a qualquer momento.

Nick, como um perfeito cavalheiro, puxou a cadeira para que eu pudesse me sentar. Pegou o cardápio e o leu para mim, recomendando seus pratos prediletos. Se há dez minutos eu estava morta de frustração, agora estava morta de desejo. Ele não percebia o quão sexy era sentado de frente para mim, focado no cardápio, trocando ideias com o garçom -que pelo visto já o conhecia.

Nicholas Jerry Jonas parecia ser mais um daqueles caras subestimados pela família. Inseguros de seu próprio poder. No fundo, tinha medo que isso o torna-se como o irmão, numa tentativa frustrada de se igualar a ele. Ficara de boca aberta com tamanha insegurança que ele esbanjava. Ele era inteligente, e fazia questão de demonstrar isso em sala de aula, não entendia o porquê de ele se achar inferior ao Joseph. Talvez fossem as garotas. Talvez todas as garotas corressem atrás de Joe, e não se encantassem com Nick. Um ponto positivo por ser a única filha mulher da família, nunca tive que concorrer homens com meus irmãos, e também, nunca havia visto Harry brigando com Justin sobre isso. Porém não conseguia imaginar um mundo aonde uma garota, em plena consciência, escolheria Joseph Adam Jonas. Ele era mais como um caso de uma noite, não pudia negar que ele é lindo, do tipo que te enfeitiça e te acompanha em cada sonho mais profundo. Contudo, era um escroto. Nick já é o cara que te encanta, e te faz pensar em um futuro de verdade, um futuro aonde você possa acordar cada manhã ao lado dele. E nessa guerra de irmãos, é claro que escoheria o príncipe de armadura reluzente, e não Gargamel.

- Você está gostando? -Nick me fitou, atento com a minha reação após a primeira garfada no prato que ele escolhera.
- Meu Deus! -abri um sorriso para ele- Esse Cappelletti está incrível -ele sorriu, aliviado.
- Gosta de comida italiana?
- Amo. Harry vive dizendo que eu sou adotada e meus pais biológicos são italianos, e que quando eu era recém nascida, eles me davam mamadeira de massa -sorri ao ver que ele estava rindo. Custava conseguir um daqueles risos de verdade dele, e quando eu conseguia, era como um troféu.
- Este é o meu restaurante preferido. Fico feliz por ter gostado -ele sorriu, tímido.

Estava começando a realmente sentir algo pelo garoto. E, também, a pensar se ele realmente era real ou se eu estava começando a ter visões.

Nick conseguiu ser o cara exemplar do começo ao fim do almoço. Até quando derrubou seu copo, fazendo com que o suco de maracujá se espalhasse por toda a mesa. Em um universo paralelo, uma garota poderia achar isso ridículo. Mas ele estava tão tímido e adorável, que ficar brava com ele seria como bater em um filhote de Beagle: um pecado.

- Você ainda precisa de ajuda em anatomia? -perguntou Nicholas, quando entramos em seu carro.
- Estou com dúvida ainda na última matéria, mas você esclareceu muita coisa ontem.
- Se você quiser, podemos passar em casa agora, assim pego uns cadernos com algumas anotações das aulas. Tenho certeza que se você estudar por eles, conseguirá passar sem nenhum problema.

E como um convite para um passe livre para a aprovação é contra regras de etiqueta, aceitei ir com ele até sua casa -mesmo estando nervosa. Não gostaria de encontrar Joseph após a cena na faculdade. Não estava certa se ele tinha a condição mental estável para não querer me matar depois daquilo.

A casa era linda. Não era extravagante e luxuosa. Porém tinha um charme, como uma casa de mãe tinha que ser. Era mediana, de cor branca, e com um extenso gramado com caminhos de pedra que davam para a garagem.

- Então você é colega de classe de Nick? -Kevin perguntou.

Ao entrarmos na casa, encontramos Kevin, irmão mais velho de Nick e Joe, com Dani, noiva de Kev. Fiquei mais aliviada, não teria que enfrentar Joseph sozinha.

- Você deve ser tão inteligente quanto Nick -Dani constatou, após eu afirmar que estava fazendo medicina também.
- Não, acho difícil alguém ser tão inteligente quanto ele -sorri gentilmente, e pude ver que Nick estava corando ao meu lado.
- Vamos, Demi? -Nick puxou delicadamente meu braço, ainda corado. Talvez essa seja a primeira vez que ele traz uma garota para casa.

Algo sobre a timidez, e uma possível inexperiência, me fez ficar maravilhada com ele. Mas ainda tinha aquela teoria sobre os olhos dele serem enfeitiçadores. Despedindo-me de Kevin e Danielle, subi para o segundo andar com Nicholas.

Em anos morando com garotos, nunca tivera visto um quarto tão organizado quanto o de Nick. E enquanto estava olhando para o quadro de anotações colocado na parede de frente para sua mesa de estudos, me passou o devaneio sobre como seria o quarto de Joseph, se ele é o tipo de cara que deixa tudo pendurado por aí, assim como Justin. Balancei a cabeça, espantando a vontade de dar uma espiada no corredor para tentar encontrar o quarto dele, com a desculpa que estaria indo ao banheiro.

- Esse é o caderno, e tem também essas anotações -Nick me deu uma pequena pilha de folhas sobre um caderno preto.
- De verdade, Nick, você está salvando a minha vida com isso -ele sorriu.
- Não é nada. Anatomia é um bicho de sete cabeças mesmo -voltando a ficar tímido, ele passou a mão pelos cabelos cacheados.
- Posso te perguntar uma coisa? -sentei-me em uma poltrona, Nick se sentou na cama, ao lado da poltrona, acenando positivamente com a cabeça- Você nunca... trouxe uma garota pra cá? Você sabe, pra conhecer seus irmãos e pais...
- Não -ele voltou o olhar para o chão, e uma pontada de culpa tomou conta de mim, não deveria ter tocado nesse assunto- Sempre fui o mais tímido. Estou tentando mudar isso agora -subindo o olhar, sorriu para mim.
- Posso me sentir honrada por ser a primeira? -falei, em tom descontraído, tirando outra risada dele.
- Sim, Demi. Até porque terei que aguentar Kevin me enchendo a paciência depois que você for embora.
- Gostei dele -sorri, sincera- E Dani também parece ser incrível.
- Eles são -vi um brilho diferente em seus olhos, talvez orgulho de tê-los em sua vida, diferente de Joseph- Kevin é uma grande inspiração para mim. Foi por causa dele que decidi ser médico. Nem meus pais pensavam que eu teria potencial para isso, mas Kev fez com que eu focasse nos meus estudos, ele acreditou em mim.

Queria brigar com os pais dele, deviam idolatrar Joseph, que tinha que ser tratado como a ovelha negra da família. Mas, ao invés disso, colocavam Nick para baixo. Tornaram-o inseguro. Queria protegê-lo de toda essa injustiça, e mostrar para ele que não há motivos para se sentir inferior ao irmão do meio.

Respondendo aos comentários:
Nessa kk Irei tentar postar mais. Só preciso sair dessa época de vestibular (de novo) e cursinho :p
Caah Santana Obrigada, linda. Estou pensando sobre ter Jelena ainda (estou pensando em todos os casais que podem fazer par e não sei o que fazer da vida ainda k) Mas você prefere Jelena ou Nelena?
alessandrademi Obrigada, amor (e já estou quase fazendo com que você vire propriedade privada do blog, tantos anos que você está por aqui...)
Laryssa Amorim Obrigada por ter amado ;) Isso realmente me deixa muito feliz.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 12


Mais tarde, soube que o nome da peguete da vez de Joe é Taylor. Taylor Swift. E estava guardando esse nome para fins de stalkeação quando chegasse em casa.
Nick estava me levando de volta para casa, ele era um ótimo professor, consegui entender uma boa parte da matéria que cairia na próxima prova, o que já ia me tirar de uma DP, e isso era um motivo para gostar dele.
Pensava que ele seria sistemático ao me ensinar, com todo aquele jeito de aluno nota 10, querendo que eu aprendesse tudo. Mas, novamente, ele me surpreendeu, sendo divertido ao me fazer aprender o nome de cada ossinho da costela, sem contar nas analogias que ele fez para que eu conseguisse decorar tudo.
Ao encostar o carro na entrada da garagem, percebi que ele tinha ficado nervoso. Eu também ficaria nervosa se eu tivesse que deixar uma garota em seu lar, onde o irmão mais velho estava. Um irmão mais velho muito ciumento.

- Então... -me virei para ele- Obrigada por tudo, você é um excelente professor, se o lance de ser cirurgião não der certo, você já tem uma vaga de mestre na faculdade -sorri, brincando.
- Fico feliz em poder te ajudar -ele retribuiu o sorriso.

Peguei minha mochila e quando estava pronta para abrir a porta do carro, Nick segurou meu pulso, nervoso.

- Ahn... Talvez... quem sabe não poderíamos sair amanhã depois da aula? Se você quiser, é claro. Pode ser pra estudar... não, não pode... temos que nos divertir, não? -ele começou a se enrolar, soltando o meu pulso e passando a mão pelo cabelo. Sorri com a demonstração de timidez.
- Eu quero -sorri, interrompendo o mini ataque de pânico dele- Vai ser muito bom sair com você.
- Sério? Podemos fazer qualquer coisa que você quiser.
- Me surpreenda.

Sai do carro totalmente satisfeita com a cena de mulher confiante que eu protagonizei.

Ao fechar a porta de casa, joguei a mochila de qualquer jeito no chão e suspirei alto, chamando a atenção de Justin que estava na sala.

- Ainda bem que você chegou -ele se levantou do sofá e se aproximou de mim- Demorou hoje. Estava fazendo o que?
- Não é da sua conta -respondi mau humorada.
- Calma, princesa -Justin levantou as mãos em defesa- Vamos direto ao ponto: preciso de dinheiro.
- Mas eu te dei na sexta, antes de viajarmos.
- Acabei gastando em Newport -ele deu de ombros.
- O dinheiro não era para isso, Justin -coloquei as mãos no quadril, pronta para uma discussão feia e calorosa.
- Eu estava duro, e precisava pagar a bebida naquele bar. Queria que eu fizesse o que?
- Não fosse para lá.
- Qual é, Demi?! Por favor, mano.
- Verei o que posso fazer... Porém, não te garanto nada.
- Tá bom -ele revirou os olhos, virando-se para subir as escadas.
- Cadê um "obrigado, Demi, você é incrível"? -quase gritei para que ele me escutasse no segundo lance de escadas.
- Ah, dane-se.

Mataria ele um dia. Sufocado. Com o meu travesseiro. Ou o atropelaria. O que desse pra fazer primeiro.

Harry estava na cozinha, adiantando o jantar para quando a nossa mãe chegasse. Me aproximei dele, inebriada pelo cheiro da comida sendo feita. Lasanha, minha segunda comida favorita. Segundo o meu amor por massas, eu deveria ter nascido na Itália, e tenho quase a certeza que se eu morasse lá, seria obesa mórbida.

- Como foram os estudos? -Harry fechou o forno e se virou para mim.
- Bom. Acho que não rodarei em anatomia.
- Boa notícia -ele sorriu- Ah, agora eu tenho uma notícia para você: suas amigas estão loucas pelo Josh -Hazza falou, indignado.
- Elas deram muito em cima?
- Elas quase abriram as pernas para ele. De verdade. Não estou exagerando, Demetria.
- Selena precisa de um namorado para acalmar o fogo, e ele parece ser uma boa pessoa. Ele é, certo?
- Ele é sim. E Selena foi a quem mais abriu as pernas mesmo, mas estava ridículo -ele continuou revoltado. Talvez pelo fato de Josh ter atraído mais mulheres do que ele. Estava com vontade de rir disso e com pena ao mesmo tempo.

Harry é o cara perfeito. Não totalmente. Mas é claro que ele tinha defeitos, deixava a toalha molhada em cima da cama, o que enfurecia mamãe. Odiava comédias românticas, e seria capaz de jogar a televisão de cima do Empire State se ele fosse obrigado a assistir. Tinha chulé que faria até um gambá sentir inveja. Mesmo assim, em meu ponto de vista, continuava sendo o cara perfeito. Odiava festas e bebidas, não estudava, mas conseguia ir bem em todas as matérias e o grande amor da vida dele, segundo o próprio, é cozinhar. Além de ser o melhor irmão do mundo. Hazza me torturava quando éramos crianças, mas com o passar dos anos, ele virou o meu companheiro, o meu melhor amigo.

- Vou tomar banho -beijei sua bochecha- Quando a lasanha estiver pronta, me chame.
- Sim, senhora -ele sorriu de lado. Sua marca registrada.

(...)

No dia seguinte, a aula tinha sido monótoma. Cheguei atrasada, e tive que sentar na primeira cadeira que estava na minha frente, que era bem longe de Nick. Não conseguia prestar atenção em nada, estava pensando no encontro com o bendito, tentava desvendar se ele só queria uma amiga ou algo a mais. Porque se fosse algo a mais, eu estava disposta para isso. Disposta até de mais. Eu poderia ser a Selena, e ele o Josh. Uma bela metáfora, já que Selena está pronta para casar com Joshua, e não adiantava o quanto eu, ou Miley, disséssemos para ela que ele pode não ser tudo o que ela acha que ele é ou que eles só se conhecem um dia, pelo amor!

- Oi -Nick desceu as escadas do prédio comigo, após o fim do período- Como foi a aula? Sinceramente, não sei o que vai ser de mim no internato. Acho que vou querer me desdobrar em mil para ter acesso à todas as especializações.
- Tenho quase certeza que já escolhi a imunologia -sorri para ele, que continuava entusiasmado com o nosso futuro quarto ano. E ainda mau acabamos o primeiro.
- Gostaria de ser tão decidido quanto você -ele retribuiu o sorriso.

- Então é esse o seu amigo, Demi? -Miley nos encontrou na saída.

Tinha falado no grupo das meninas no Whatsapp sobre tudo o que acontecera. Todas ficaram curiosas em conhecer o irmão de Joseph, o que rendeu muita stalkeação, já que o grupo foi banhado por fotos dele retiradas do facebook e instagram. Jennifer tinha dado o selinho de aprovação. Ashley já estava shippando.

- Sim, é o Nick -me virei para ele- Essa é Miley, uma das minhas melhores amigas.

Adorava Ashley e Jennifer. E muito. Mas conheci Selena e Miley quando tínhamos cinco anos, na pré escola, e desde então viramos inseparáveis, foram anos de brincadeiras, brigas e choros coletivos, amava essas duas como minhas irmãs.

Nick cumprimentou Miley, voltando ao seu jeito tímido habitual. Eu conseguia achar até isso fofo. Tentava imaginar ele conhecendo Harry ou a minha mãe.

- Meninas, olha o bafão -Selena apareceu- Zac está falando com a Ashley -ela apontou descaradamente para a sua direita, onde Ash estava conversando animadamente com o capacho de Joe.
- Eles já estavam se falando desde a festa na praia -Miley respondeu. Olhei para ela, esperando mais. Ninguém havia me contado o que tinha ocorrido depois que eu fui embora.
- Não vão me contar sobre isso?
- Nada de mais -My deu de ombros- Na festa eles começaram a falar sobre um projeto em comum que todos que estão cursando direito têm que fazer com quem está fazendo administração. Acho que eles não têm química para pegação. Amizade apenas.
- Vamos? -desinteressada na conversa de Ashley, já que não tinha chance de rolar um algo a mais, me virei para Nick que estava com as mãos no bolso da calça, me esperando.

Antes de poder me despedir de Selena e Miley, Joseph apareceu, mas é claro, até porque aonde tem Zac, tem Joseph Jonas.

- Cuidado, Demetria. Esse é virgem -Joe apontou para Nick- Não faz como eu faço -ele mordeu o lábio inferior.

Fechei a mão, a apertando forte, tentando controlar a vontade de corrigir a idiotice dele fisicamente: dando um belo de um soco no meio da cara cínica dele.
Nick estava corando, olhando para o chão. Como Joe conseguia ser tão escroto até com o próprio irmão? Nem eu conseguia ser tão filha da puta com Justin, mesmo que o odiasse mais que tudo.

- Ainda bem que ele não faz como você, se não teríamos um pequeno, e bota pequeno nisso, probleminha -rebati, deixando todos de boca aberta, até mesmo Joe.

Puxei Nick pela mão, e sorri ao perceber que talvez essa foi a primeira vez em que Joseph fora humilhado publicamente por uma garota com quem ele dormiu.

Gente, na boa, você estão gostando da fic? Querem que eu mude algo? Falem se quiserem algo a mais, ou conversar, ou sei lá. Sintam-se em casa, lindos ;)

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 11


Não tinha falado mais com Nick. Ele era um estudante perfeito de medicina, prestava atenção em tudo e estava ao dispor de qualquer professor ou pergunta. Tinha que aplaudir de pé esse menino, todo mundo se esforçava para aprender a matéria, mas ele se destacava acima de todos. Tinha o observado durante a aula toda, o jeito que o mundo não existia para ele quando começava a aula. Eu poderia ter me despido ali mesmo e ele nem prestaria atenção. E, de verdade, isso me fascinou. Talvez precisasse de um cara assim na minha vida.

Quando a aula terminou, nem consegui me despedir de Nick, Selena entrou em minha sala e me puxou para segui-la para fora do nosso prédio.

- Sim, Selena, minha aula foi muito boa, acho que estou me apaixonando cada vez mais pela imunologia. E como foi a sua aula de hoje? Estudando muito sobre cachorrinhos? -ela parou de me puxar e me olhou de forma tediosa. Ela odiava minha ironia.
- Tá, Demetria, quer que eu seja toda formal? Quer me contar sobre seu dia universitário? Mas não temos tempo.
- Pelo menos me diga para onde estamos indo. E pra quê tanta pressa? Pelo amor! -ela pegou a minha mão e continuo me puxando.
- Você nunca me disse que Harry tem um amigo tão gato.
- E Harry tem amigos? -ela me fuzilou com o olhar, parando de frente para o prédio de exatas- Tá bom, parei com a ironia. Mas, o que estamos fazendo aqui?
- Miley e eu saímos mais cedo da aula, minha professora de bioquímica passou mal, e Miley já estava matando a última aula dela mesmo. Então, aproveitamos para dar uma voltinha pelo campus, e encontramos esse Deus grego -ela me virou na direção de Harry, que estava conversando com um moreno, mais baixo que ele, mas com uma mandíbula marcada maravilhosa.
- WOW. É amigo do Harry?
- Demi, o irmão é seu, como eu irei saber? Só sei que quero conhecer ele, nos apresente.
- Então, vamos falar com o cara novo? -Ashley apareceu, sendo seguida por Miley e Jennifer.
- Fui buscá-las, ninguém quer ficar de fora dessa -Miley justificou.
- Não quero ser ponte de vocês -bati o pé no chão, como uma garotinha birrenta. Mas não iria apresentar ninguém à ninguém. Não queria ser sociável hoje.
- Por favor, Dem -Selena agarrou o meu braço- Por favor -rolei os olhos. Selena continuo me fitando com a cara mais meiga que ela conseguia fazer. E ela conseguiu me manipular com isso.

Bufei e andei até Harry, e sendo retribuída com vários sorrisos das garotas enquanto entrava na conversa do meu irmão mais velho. Eles estavam falando algo sobre uma matéria em comum, o moreno estava gesticulando animadamente sobre alguma coisa que eles aprenderam hoje. E era por isso que eu tinha escolhido ser de biológicas, tudo que envolvia exatas era como um bicho de sete cabeças para mim.

- Oi, Dem -Harry me abraçou- Como foi hoje?
- Bem, tudo bem -olhei para o moreno descaradamente- Olá, faz engenharia de produção com o meu irmão?
- Sim, meu nome é Josh. Joshua Hutcherson. Você deve ser a Demetria, certo? -assenti positivamente- Harry fala muito sobre você -Josh sorriu gentilmente.

Antes que eu dissesse alguma coisa, as meninas se aproximaram de nós. Entrando no nosso grupinho. Selena ficou sorrindo para ele. Miley e Ashley estavam apenas divertidas com a situação. E Jennifer estava olhando ao redor, talvez procurando Justin.

- Oi -Selena foi a primeira a se pronunciar- Engraçado que nunca vimos você por aqui.
- Não costumo sair muito pelo campus, e acho que vocês não são do prédio de exatas -Selena afirmou veemente que não, acenando várias vezes com a cabeça, tentando ser adorável.

Me distanciei deles ao ver que Nick estava à caminho do prédio de humanas. Provavelmente indo atrás de Joseph. Não queria dar uma de stalker, de novo, mas segui Nicholas até o gramado que ficava ao lado do edifício, onde ele se sentou e começou a folhear um dos livros que usávamos na aula de hoje.

- Amo imunologia -sentei ao lado dele, pegando-o de surpresa.
- Você aqui? -ele ficou me olhando, pasmo- Não me diga que veio atrás de Jose... -o interrompi.
- Não -sorri ao ver que ele tinha relaxado após a minha resposta- Minhas amigas estão de graça com um novo amigo do meu irmão. Queria só me distanciar deles.
- Justin?
- Não, Harry. Nosso irmão mais velho. Ele é incrível, está fazendo engenharia da produção. Você também só tem dois irmãos?
- Não, tenho um mais novo também. Franklin. Um pivete mesmo.
- Sempre quis um irmão mais novo.
- Você é a caçula? Deve ser a mais mimada -ele riu ao ver a minha cara de desgosto.
- Não muito, tá legal? Sofro na mão de irmãos mais velhos. Quando eu tinha uns sete anos de idade, eles costumavam falar que eu era adotada, e eu acreditei nisso por longos meses. Além de terem feito um experimento "químico" com um coelho que eu tinha aos nove, mataram o coitado depois de terem o feito comer uma grande quantidade de chocolate -Nick riu. Aquela risada encantadora que qualquer garota gostaria de ouvir pelo resto da vida.
- Sabia que Joe colocou pó de mico na minha cueca quando eu tinha oito anos? Foi terrível, sinto a coceira até hoje -ele fingiu um arrepio.

Enquanto Nick contava histórias sobre a infância dele, e como Joseph sempre foi uma peste, percebi o quão engraçado ele era. Vendo ele apenas na sala de aula, nunca saberia que ele seria um excelente contador de fatos da vida, adicionando piadas e comentários que faziam com que minha barriga doesse de tanto rir. Ele poderia ser sim o cara de armadura reluzente que eu tanto queria. Como seria possível ele não ter uma namorada? E como seria possível fazer com que ele me visse mais do que uma garota idiota que dormiu com o irmão dele?

- Olha, porque não ficamos até tarde para estudarmos anatomia?

Tinha acabado de dizer para Nick o quanto estava penando para estudar essa matéria, e como eu sempre estudava para a prova, mas conseguia não ter uma nota boa do mesmo jeito.

- Por mim, tudo bem. Só preciso avisar ao meu irmão, que é a minha carona.
- Eu posso te levar para casa depois -ele deu de ombros. E algo dentro de mim se revirou.

Não crie expectativas, Demetria.

Enquanto eu mandava uma mensagem para Harry não se preocupar, Nick tentou procurar Joe, que não tinha saído do prédio ainda. Não demorou muito para percebemos que ele nem tinha comparecido, tinha ficado em uma floresta que ficava aos fundos do gramado, só vimos quando ele saiu de lá com uma loira. A peguete da vez. Era linda, alta, loira, cabelos lisos na altura do ombro, olhos claros. Com certeza, a peguete da vez, encaixava-se em todos os requisitos que alegrava Joe. Queria revirar meus olhos e bufar com a idiotice dele, mas Nick estava me olhando, como quem quer saber se a pessoa está se sentindo bem com a situação. Não iria demonstrar logo para a Nick que eu não estava tão indiferente quanto ao irmão dele.

- Vamos para a biblioteca? -sorri para Nick, tentando ao máximo disfarçar a vontade de chamar Joe de idiota.

Comentem muito para o próximo ;)

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 10


A festa deve ter sido boa, já que no dia seguinte estavam todos com caras amassadas e reclamando de ressaca.

Tinha tomado café da manhã cedo, quase de madrugada, com Harry. Caminhei pela praia, sozinha, pensando em como foi esse final de semana. Queria esquecer tudo isso.
Quando voltei para casa, forcei as meninas a tomarem café rápido e já colocarem as malas no carro. Evitaria Joseph ao máximo. Estava puta com ele pelo jeito que ele tinha me tratado, e não com o que nós tínhamos feito, ainda estava revoltada com a arrogância que ele me expulsou do quarto. Mas cheguei a conclusão que se eu me estressasse de mais com isso, acabaria tendo um ataque cardíaco antes dos trinta. O que seria terrível.

- Como foi a noite, Selenalenalena? -cantarolei no pé do ouvido dela, e recebi um tapa em troca.

Selena, Ashley e Miley pareciam zumbis colocando as bagagens dentro do porta malas. Estava curiosa em saber como foi o resto da noitada sem mim, porém estava mais feliz ainda em encher o saco delas. Curti muito o momento em que eu era a única das meninas que não estava de ressaca, o que não é muito comum, sempre sou a que bebe mais, a que faz mais merda e a que reclama mais sobre a noite anterior no dia seguinte.

As meninas e Harry voltaram para casa para se despedir do resto, algo que eu me recusei a fazer. Entrei no carro e fiquei, pacientemente, esperando pelo retorno deles.

(...)

Chegar na faculdade no dia seguinte foi como um baque de realidade. O final de semana não ocorreu como eu esperava, mas estava longe de professores e matérias chatas, um ponto positivo para a viagem.

- Oi, Demi -Nick sorriu quando eu me sentei em uma cadeira ao seu lado.

Odiava segunda feira, mas amava imunologia, e essa era a única coisa que me tirava da cama de manhã em todas as segundas que eu queria continuar dormindo.

- Oi, Nick -retribui o sorriso.
- Como foi o final de semana? -bufei e rolei os olhos, fazendo-o rir- Joe te infernizou?
- Claro que não. Seu irmão é um anjo -esbanjei ironia até pelos cotovelos.
- O que ele fez? -Nick soou entediado, como se já soubesse o que estava por vir.
- Nada.
- Fala logo, Demetria. O professor vai chegar em cinco minutos.
- Nada, tá legal? Nada -depois de alguns segundos sem ter resposta dele, percebi o quão rude acabei sendo com Nicholas- Desculpa, Nick -olhei para ele- É só que aconteceram algumas coisas que eu não estou muito afim de falar sobre.
- Está tudo bem -ele sorriu, da forma mais gentil que eu já tivera visto- Não é da minha conta, não devia ter te pressionado daquele jeito.

Fiquei de boca aberta. Literalmente. Como Joseph, um canalha, poderia ter um irmão tão incrível quanto Nick? Com certeza um dos dois é adotado, e eu aposto que seja o Joe.

- Ele dormiu comigo -cuspi de uma vez só.

A verdade é: quanto mais você externa sua desgraça, mais você se conforta com ela. Algo sobre falar sobre uma merda que te aconteceu, um drama que passa pela sua vida, faz com que você se sinta melhor. Mas também seja o olhar de Nick, aquele olhar encantador, que faz com que tudo o que esteja acontecendo na sua vida, se torne nada. Nada comparado àqueles olhos.

- Bem, já era de se esperar... -olhei assustada para ele- Não, não era isso que eu queria dizer. Você deve ser uma mulher honrada... tipo, você não dormiria com qualquer um, sabe? Não... não quis dizer que você seja qualquer uma... é... só... que meu irmão... ele é um encantador. Conhece o encantador de cães? -assenti positivamente com a cabeça, no fundo estava achando adorável a enrolação dele, vinda com toda aquela timidez... e aqueles olhos- Ele é um encantador de mulheres, Demi. De verdade. Não existe uma que não cai na dele. Depois ele as trata como lixo, como qualquer uma. Mas você não é qualquer uma -ele repetiu sem graça, pude ver as bochechas dele começando a ficarem rosadas.

Agora sim eu tinha toda e absoluta certeza que eles não eram irmãos de verdade. Nicholas é como o príncipe na armadura reluzente em cima de um cavalo branco. Joseph está mais para o Gargamel dos Smurfs.

- Então seu irmão é um idiota patologicamente? -Nick deu uma gargalhada rouca.

Pelo amor de Deus. Demetria, pare de tarar o irmão do inimigo.

- Sim, deve ser. Quem sabe a gente não ache a cura para isso? -ele sorriu torto.

Quando estava pronta para dar uma resposta, a qual talvez eu me arrependeria depois que eu estivesse sóbria (sóbria de seus olhos, sóbria daquele sorriso torto). O professor entrou na sala de aula, fazendo com que Nick voltasse para sua postura de aluno exemplar.

Olha que legal eu sou, postando em véspera de ENEM (quando eu deveria estar estudando) Então, comentem muito para o próximo ;) 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 9


Joseph fez com que eu sentisse o veneno dele.

As meninas e eu saímos de casa mais cedo, tentando despistar os garotos, mas depois de alguns minutos na praia, eles apareceram, e a surpresa foi recíproca.
Aparentemente Harry tinha ficado em casa. Mas lá estava Justin, Zac e... Joseph.
Jennifer e Miley se juntaram a eles. Traidoras.

- Quer ir embora? -perguntou Selena.
- Não, está tudo bem. Vamos dançar -puxei ela e a Ashley.

- Gatinha, você não acha que tá curtindo ele um pouco? -Ashley me perguntou ao me flagrar olhando para Joseph pela quarta vez na noite.
- Não -revirei os olhos ao ver ele passando a mão na bunda de uma loira- Estou apenas vendo como as meninas são umas babas ovo deles.

Miley estava dando descaradamente em cima de Zac, e Jennifer, como sempre, estava quase abrindo as pernas para Justin. Estava perto de ter dó dele, mas Joe tinha aparecido na minha vida por conta de meu maninho cabeçudo, logo perdi todo o sentimento de pena que eu estava criando. Ele merecia perder todas as garotas da noite por causa da Jennifer estar ao seu lado a todo momento.
Tinha prometido a mim mesma que pegaria todos os caras disponíveis do lugar, mas não havia aparecido nenhum cara que realmente me chamasse atenção, ou que me fizesse querer ir pra cama com ele. Queria muito provar à Joe que poderia ser tão desprovida de sentimentos quanto ele, mas nessa batalha, admito que ele estava ganhando. Jonas tinha beijado duas garotas, coincidência ou escolhidas a dedo, já que eram loiras, e estava se esfregando na terceira, parecia até estar fazendo a dança do acasalamento.
Tentei alcançar uma lata de cerveja, sendo contida por Selena, que já conhecia há anos meu problema com a bebida, desde meu primeiro porre aos quinze anos na festa de aniversário de Miley. Não gostava de beber, mas quando bebia, bebia pra valer mesmo.

- Demi, vamos pra casa? -Selena suplicou, como quem prevê quando um filhote de cachorro vai fazer xixi no tapete caro da sala de jantar.
- Não, estou bem aqui -estávamos dançando, mas talvez não desse para disfarçar que entre uma música e outra, eu espiava o que Joseph estava fazendo, e qual era a loira da vez. Se aquele cretino fosse levar uma vadia para cama, eu queria ser a primeira a contar à ela o quão ignorante ele é.
- Ele foi um estúpido, um escroto. Eu admito -Ashley segurou meu braço e olhou em meus olhos- Mas ficar atrás dele como uma stalker, não adianta nada. Curta a festa ou vá para casa dormir. O que fazemos com cretinos como ele é mostrar o quão somos felizes sem eles em nossas vidas, e como eles não conseguem nos atingir -concordei com a cabeça e me soltei de Ashley.

Olhei para Joseph uma última vez, tentando entende o porquê de eu estar agindo com tanta infantilidade. No ensino médio, havia lidado com vários caras como ele, cheios de ego, que se acham o último Oreo do pacote, mas no fundo, qualquer pessoa inteligente e que não estivesse com a calcinha molhada por eles, via que tudo aquilo era como um personagem criado, algo como uma barreira para não demonstrarem sentimentos.

Me despedi das meninas e voltei para casa.

Harry estava na cozinha, senti o cheiro de macarrão ao molho sugo da sala fazendo com que meu estômago roncasse.

- O que está fazendo aqui? -Harry se assustou ao me ver tirando o salto alto no rodapé da porta da cozinha.
- Cansei da festa -dei de ombros e sentei à mesa.
- Quer? -ele apontou para a panela com o macarrão, concordei com a cabeça- O que aconteceu? -Hazza perguntou enquanto servia a comida para mim e à ele.
- Nada -dei uma garfada enorme na minha refeição predileta, mas sentia que ele estava olhando desconfiado para mim.
- Sério, Demetria. O que aconteceu?
- Tarzan meu.... Foi nada. Tontices de menina, sabe? TPM, frescura, sofrência...
- Te conheço melhor que você mesma -ele murmurou- Sei quanto tem algo de errado, tá?
- Eu te amo, sabia? -sorri para ele, que riu.
- Você está toda suja, criança -ele jogou, jogou mesmo, sem delicadeza, um guardanapo em mim.

Um tempo se passou em silêncio. Estava muito concentrada em continuar comendo sem sujar minha roupa de molho. Harry estava inquieto. Olhava para ele como uma menininha vê um desenho animado, Batman lutando contra Coringa. Ele é o meu Batman. O cara que me inspira a ser a melhor pessoa possível. Hazza sempre seria meu porto seguro.

- Também te amo, criança -ele sorriu de lado para mim. O sorriso de lado que fazia com que eu me sentisse melhor.

Não sabia se Harry tinha noção do que eu estava sentindo, ou passando. Mas sabia que poderia contar com ele para tudo, e naquele momento, era isso o que importava.

E aí, galerinha. Estão curtindo a fic? Juro que quando passar a correria de vestibular, eu posto mais.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 8


- VOCÊ O QUE?

Tinha sido arrastada e trancada no quarto da Selena, onde o interrogatório começou. Miley estava sentada em cima da cômoda, divertida com a situação. Selena estava histérica. Ashley e Jennifer estavam pintando as unhas, e comentando como eu e Joe formaríamos um casal bonito. Casal o caramba. Não quero nem ver mais a cara daquele ser.

- Sabe, essa história já deu -gesticulei com a mão para que elas ficassem quietas- O que nós iremos fazer hoje?
- Não mude de assunto, Demetria -Selena se aproximou de mim. Puta da vida- Vocês usaram camisinha? Não quero ser tia agora. Te matarei se você engravidar dele. E o Justin? Já sabe? O Harry vai ficar tão puto quando ficar sabendo...
- CHEGA! E vocês que não abram a boca para eles -levantei da cama- Quero ir àquela festa que vai rolar na praia. Quem topa?
- Pensei que você tivesse dito que se manteria sóbria pelo resto da sua vida -Jennifer se pronunciou.
- E me manterei mesmo, mas quero me divertir também. Se eu continuar trancada no meu quarto, acabarei criando um plano para castrar o Joseph.

Ashley rolou os olhos e deixou o esmalte rosa de lado para me abraçar. A coisa é séria então.

- Isso é princípio de amor -foi a minha vez de rolar os olhos.
- Não gosto dele -murmurei- E VOCÊS TODAS VÃO SE FERRAR!

Miley pulou da cômoda e bloqueou a minha saída do quarto.

- Tá bom. Nós vamos com você. Mas, só nos diga uma coisa: Joseph tem pegada, né? -ela deu um sorriso malicioso e eu quis morrer ali mesmo.
- Não me lembro de nada, tá legal? Nem sei como fui parar na cama dele.
- Ah, Demi. Entendi porque você está nervosa -Jennifer se levantou- Pegou o lindo do Jonas e nem se recorda, até eu ficaria estressadinha. Um cara daqueles tem que ser lembrado para sempre.

Eu realmente queria morrer ali mesmo.

Empurrei Miley e saí do quarto, bufando, deixando as meninas rindo e tirando sarro de mim. Iria sim para aquela festa na praia, e pegaria todos os caras que passassem na frente. Faria Joe sentir seu próprio veneno.

Gente, desculpa a demora. Estão chegando os vestibulares, então a coisa tá feia. 

sábado, 10 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 7


Os raios do sol entravam pela janela do quarto. Espreguicei-me na cama, mas o gesto não foi sucedido ao tocar meu braço no corpo de alguém. Assustada, abri os olhos e dei de cara com Joseph Jonas deitado, ressonando em um sono pesado, ao meu lado. Levantei da cama em um pulo, puxando o lençol e tentando cobrir todo o meu corpo.

- Droga! -ele murmurou, ainda de olhos fechados- Deixe-me dormir mais um pouco.

Em estado de choque, olhei em volta para constatar o que já pensava: aquele era o quarto dele. Sim, eu estava pelada. Sim, ele também estava pelado. E meu Deus, minhas roupas estavam espalhadas por todo o cômodo. Caralho, eu transei com ele.
Ainda em choque, só que agora também em pânico e nauseada, comecei a recolher minhas peças de vestuário. Maldito seja o álcool. E que dor chata de cabeça.

- Lovato? -Joe sentou na cama, e me olhou ainda sonolento.
- Droga! -peguei minha calça e corri até a porta, mas, sem sucesso.
- O que aconteceu? -Joseph bloqueou minha saída.
- Sai da minha frente -murmurei. Queria gritar, mas a ressaca não deixaria eu fazer isso sem praguejar de dor.
- Mas que merda -ele colocou as mãos na cabeça- Mas que merda! Vamos esquecer isso, ok? Você me parece mais uma daquelas menininhas irritantes que ficam querendo namoro depois de uma transa. Mas não quero namorar você, tá certo? Tudo isso foi um grande erro. Só saia do meu quarto e nem precisa falar mais comigo.

Fiquei olhando para ele, pasma. Não que eu quisesse algo sério com ele. O que ele estava sentindo por mim e por essa situação era totalmente recíproco. Mas ele estava sendo um babaca, mais do que eu já achava que ele era, ao fazer isso. Será que ele dizia isso à todas as garotas? Ou só foi comigo mesmo? Já que eu não sou uma loira peituda e gostosa.

- Você. É. Um. Grande. Filho. Da. Puta -disse, pausadamente, tentando controlar a raiva. Dei um tapa em sua cara, deixando uma bela marca vermelha em seu rosto- Não sou a merda de uma menininha irritante que gosta de relacionamento sério, ainda mais com você, seu babaca.

Empurrei ele para poder alcançar a porta. Queria desaparecer. Tomar um banho e esquecer, ou melhor, não lembrar o que ele tinha feito comigo na noite-madrugada passada. Só de pensar em como ele deve ter me tocado, me enojava.

Mais uma onda de enjoo se passou.

Esfreguei com força todo meu corpo enquanto tomava banho. Queria trocar de pele. Queria trocar de pele e vomitar. Não lembrava de como tinha parado no quarto dele, e o que fizemos. Agradecia a Deus, mas, ao mesmo tempo, desejava que nada daquilo fosse verdade. Mas que merda, Demetria! Por quê eu tinha inventado de beber além da conta? E por quê nem as meninas e nem o Harry me impediram de fazer essa grande burrada? Será que eles viram o que aconteceu? Que merda! Merda! Merda!

Apenas enrolada por uma toalha, sai do banheiro praguejando. Ashley saiu do quarto dela, descabelada, e com uma cara de quem estava na pior ressaca do século.

- Tá de madrugada, porque você fica gritando desse jeito?
- Não é de madrugada. São onze da manhã -respondi, mau humorada.
- Então, volte a dormir! -ela parou e me olhou de cima pra baixo- Você está toda vermelha e... -ela me encarou com cara de espanto- Que marcas roxas são essas? -empurrei ela para dentro de seu quarto.
- Você não pode reagir ao que eu vou te contar de forma alguma. Não quero sorriso, gritos histéricos ou uma cara de espanto. Nenhuma reação.
- Tá, conta logo.
- Eu... tipo... transei com o Joe...
- Você o... -ela tampou a boca antes de terminar a frase- Tudo bem -ela respirou fundo.
- Vocês não viram nada antes de voltarmos para casa?
- Sinceramente, nem sei como vim parar aqui -ela deu de ombros- Ninguém deve ter visto nada. Mas... como foi? -ela sorriu.
- CARALHO! -nós duas fechamos os olhos, colocando s as mãos nas têmporas, em uma tentativa frustrada de diminuir a dor de cabeça causada pelo meu grito... e a ressaca maravilhosa- Sem sorrisos, Ashley. Sem sorrisos.
- Vocês vão namorar?
- Não. Ele é um puta de um escroto.
- Primeiro o ódio, depois o amor. Sempre assim.
- Ash, de verdade, ele é um idiota filho da puta mais puta dentre todas as putas do mundo.
- O que ele fez? -ela se sentou na cama, já esperando uma grande história dramática. Iria encurtá-la, estava bem afim de ir pro meu quarto e dormir. Apenas ficar longe de todos.
- Depois de perceber que nós dormimos juntos, ele foi um galinha escroto e me expulsou do quarto E da vida dele. Apenas.
- Quero detalhes -revirei os olhos. E eu quero dormir, Ashley. Quero minha cama.
- Depois, pode ser? Só quero dormir agora.
- Ah, sério? Tô curiosa -ela ficou me olhando fazendo biquinho.

Dei o dedo do meio para ela e sai do quarto. Dane-se. Não queria falar sobre Joe, era muito cedo para eu voltar a ficar puta com ele e comigo, por ser uma idiota bêbada.
Juraria sobriedade pelo resto da minha vida.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 6


A viagem seguiu sem muitos imprevistos até Newport. Além de eu passar a maior parte do resto dela dormindo. Todos haviam se acostumado com a minha facilidade em dormir em viagens longas de carro. Me encostava na porta e encolhia as pernas, o próximo passo era cair em um sono pesado com direito a ronco e boca aberta, sem contar no grande rio de baba.

A casa era grande, de frente para praia, conseguira ser melhor do que as fotos que nós vimos pelo google. As meninas estavam eufóricas para aproveitar o resto da noite de sexta em qualquer barzinho perdido na cidade. Para acabar com a discussão que começou quando todos se encontraram na sala principal, Harry fez com que todos os garotos ficassem com os quartos do térreo, enquanto nós, garotas, ficamos com os quartos e o mezanino do andar de cima. Sorri satisfeita. Se eu me esforçasse, conseguiria ver os babacas apenas no café da manhã, podendo viver o resto do dia sem nem lembrar que eles existem.

Todos ficaram surpresos quando não dei piti quando Justin e seus amiguinhos decidiram ir ao mesmo bar que nós. Queria muito fazer desse final de semana um inferno para Justin e Joe, mas estava desistindo dessa ideia, não havia exatamente um porquê para tanto ódio com Joe. Deixaria o Karma agir por si só e dar um soco na cara dele.

- A cidade inteira se encontra aqui -Miley rolou os olhos, ao ver a enorme multidão espremida no bar mais popular dali.
- Não reclame -Justin respondeu, sentando-se em um banco desgastado de frente para o barman.

Em um piscar de olhos, Zac e Joe tinham desaparecido no meio do povo. Melhor ainda.
Depois de um tempo esperando por uma mesa ser desocupada, Ashley saiu correndo para pegar uma quando um grupo de amigos saiu cambaleando porta afora. Sentei à mesa com as meninas, estávamos mais ansiosas para um shot de tequila em conjunto do que por um gatinho disponível.
Harry tentou se juntar à nós, mas logo o despachei, falando para ele encontrar alguém com quem se divertir. Aquele garoto estava precisando de uma diversão, e não cinco garotas histéricas.

- Aquele não é o Joe? -perguntou Jennifer, apontando para um babaca dançando com três meninas, com aqueles olhos de gavião caçador à procura de sua próxima vítima. Sim, era o Joseph.
- Ah, é ele mesmo -Selena respondeu, em um tom de desapontamento- E lá se vai o cara que eu estava procurando para ocupar o posto de peguete desse final de semana.
- Você consegue melhor -respondi, emburrada. Joseph Jonas é um completo galinha. De verdade. Estava encoxando uma loira, enquanto passava a mão, descaradamente, na bunda de outra. Aliás, que feitiche louco por loiras!
- Aposto que ele levará essas duas para casa. Aposto que ele conseguirá um menage a trois hoje -Miley lançou um olhar de inveja, enquanto pegava um limão.
- Não vou ficar sentada apenas olhando -Selena virou seu segundo shot de tequila- preciso encontrar alguém que preencha a vaga de meu peguete.

Selena puxou Ashley pela mão em direção à pista de dança. Se é que eu poderia chamar aquilo de pista de dança, estava mais para um esfrega esfrega comunitário.
Miley e eu continuamos com nossos limões e a tequila. Jennifer não parava de olhar para Justin, que estava tentando flertar com uma morena.

- Pare de ser obcecada por ele -dei um tapa em seu ombro- Esquece o moleque.
- Venha -Miley puxou Jenn- Vamos nos divertir também. Vem conosco?
- Não, vou depois -virei o terceiro shot.

Perdi as garotas de vista, e a bebida começara a fazer efeito, mau sabia como tinha saído da mesa, mas estava no meio de todos, dançando (ou, pelo menos, tentando, já que era uma esfregação danada). Um minuto estava ao lado de Harry, fazendo uma dança bizarra, e no outro estava ao lado de um garoto loiro de olhos azuis brilhantes, que parecia ter tomado algumas a mais que o normal. Virei outro shot, sem saber se era realmente o de número 5 ou 7. Mas de uma coisa eu tinha certeza: não estava preparada para o que estava por vir.

Estava eufórica com a música, era uma das minhas favoritas de Zedd, mas poderia ter sido o efeito da bebida também. Naquele ponto da noite, eu nem sabia mais o que eu já tinha bebido. Estava tentando encontrar as meninas, mas uma mão forte interrompeu meu objetivo.

- Se divertindo, Lovato? -demorou alguns segundos para eu perceber que era Joe quem estava me segurando pela cintura.
- Me solta.
- Não, estou bem assim.
- Para de ser um escroto! Me larga!
- Ah qual é? Por quê você me odeia tanto? Na real.

Fiquei simplesmente sem palavras. Na beira da honestidade produzida pelo álcool, não sabia achar um motivo sincero para tal sentimento. Dei de ombros, querendo encontrar rapidamente outra cara conhecida. Uma cara conhecida que me tirasse dessa enrascada.

- Sei lá, Jonas. Pode me soltar agora? -ele balançou a cabeça em desaprovação.
- Você me enlouquece, Lovato.

E, sem nenhum aviso explícito, ele simplesmente me puxou para um beijo. Mas o que me deixou surpresa mesmo foi que eu correspondi, em mesmo tom e intensidade. Caramba, desde quando beijar Joseph Jonas estava nos meus planos de vida?! Não queria isso. Não queria mesmo. Como isso estava ocorrendo ali? Culparia a bebida. A bebida e a carência. Joseph Adam Jonas não me atraía em nada.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 5


Justin desceu as escadas correndo, procurando por apoio na sala, enquanto eu estava pronta para jogar a minha mala na cara de pau dele. Como ele é capaz de ir estragar meu final de semana perfeito? E como mamãe foi capaz de dar ideia pra ele fazer isso? Cretinos!

- CALMA! -Harry entrou no meio, me segurando.
- ME SOLTA! QUERO QUEBRAR A CARA DELE!
- PARA DE SER CRIANÇA, DEMETRIA! -Justin deu um sorriso de superioridade. Ah como eu queria esfregar a cara dele no asfalto quente.
- Demi, deixa o Justin quieto. O que ele fez para você? -Jenn abraçou ele, que estremeceu ao toque dela. Obrigada, Jenn. Talvez você tenha me dado uma grande ideia.
- O infeliz irá para Newport com a gente, e levará os amiguinhos dele -de relance, enxerguei o sorriso de Selena e Miley. Sério mesmo que elas achavam eles tão gatos assim? Prefiro mil vezes o Nick do que o irmão babaca dele- Harry, nosso carro está cheio, certo? -ele balançou a cabeça em um sim- E para ficar mais espaçoso alguém precisa ir no carro de Justin... -sorri para o panaca- Tenho uma grande ideia. Jenn, porque você não vai no carro dele? Junto com Joe e Zac...
- Aceito -ela abriu um largo sorriso que por pouco não explodia a cara dela.
- Demi...
- Divirta-se, maninho -pegando minha mala, chamei as meninas para irmos para o carro de Harry. Deixando para trás um Justin sem reação. Nessa corrida da vida, ele já deveria saber que eu sempre ganho.

As meninas queriam arrumar as malas no porta malas, mas eu simplesmente joguei tudo e fiz com que elas entrassem no carro de qualquer jeito. Não iria me encontrar com o Joe antes mesmo de chegar em Newport, me recusava sair de Nova York já puta da vida com aquele babaca. Miley riu do meu desespero, e Harry, depois de chantageá-lo falando que os amigos do nosso irmão estavam querendo algo a mais comigo, saiu em disparada para rodovia. Ainda não sabia porque mamãe inventou de engravidar de Justin. Harry e eu somos uma dupla excelente.

- Sabe de uma coisa? Se tivermos que dividir a casa que a gente alugou com os skatistas... eu não me importarei -Miley sorriu. Talvez pensando em como iria seduzir Zac no meio da noite. Fiz uma careta para aquele sorriso malicioso que contagiou Selena também.
- Eles são tão gatos assim? -Ashley perguntou. Desviando o foco do livro da Marian Keyes que ela estava relendo pela nona vez. Não entendia como ela não sentia enjoo ao ler no carro.
- São -Selena deu uma piscadela- Mas Demi diz que são babacas... Veremos.

Bufei e rolei os olhos. Nunca tinha odiado alguém à primeira vista. Amado à primeira vista? Sim, já me apaixonei algumas vezes por garotos que tinha acabado de conhecer no meio da fila em uma cafeteria indie perdida, morenos, altos e com livros de medicina em suas mãos fortes. Mas Joe foi o meu primeiro ódio súbito, e havia vários motivos para isso. Moleque sem escrúpulos.
Jenn mandou uma mensagem no grupo, falando o quanto era bom estar viajando com "o fofuxo dela", mas que os meninos eram chatinhos mesmo. Chatinhos? É pouco para descrever o nível de escrotice, querida. Ela também descobriu que eles vão ficar na casa que nós alugamos, dei um pequeno piti no momento em que li. Ashley tentou me consolar me dando uma barra de chocolate que já tinha derretido. Selena riu. Miley fez graça da situação.
Paramos em um posto de gasolina no meio do caminho. Ashley e eu decidimos comprar algumas garrafas de água e salgadinho, enquanto Harry, Selena e Miley foram ao banheiro. Enquanto decidia entre Doritos e Ruffles, nem percebi que Justin tinha parado no posto também.

- Como vai, Lovato? -Joe apareceu ao meu lado, segurando algumas latas de cerveja. Não deu para disfarçar a cara de nojo que eu fiz.
- Estava indo tudo tão bem... antes de você -revirei os olhos. Ele continuou me olhando com um sorriso cínico.
- Porque, lindinha? Teremos um excelente fim de semana pela frente -ele deu uma piscadela e me deu as costas. Indo atrás do Zac.

QUE. GAROTO. RIDÍCULO.

- Calma -Ash pegou o Doritos da prateleira- Leva esse. E pare de ficar bufando, você fica tendo ódio gratuito aí pelas pessoas. Isso faz mal. Até porque o garoto nem fez nada.

Ódio gratuito? Nem fez nada? Coloquem uma áurea na cabeça de Joseph Jonas agora então! Mas não vai ficar assim. Ele com esse sorriso ridiculamente cínico, achando que esse final de semana será maravilhoso... farei dele um inferno.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 4


Hoje, ao chegar na faculdade, Justin foi à aula, finalmente. Harry sorriu orgulhoso ao ver nosso irmão voltando a se dedicar. Mas, o que realmente me surpreendeu, foi quando cheguei no meu prédio. Joe e Zac estavam na porta, conversando. Nunca os tinha visto aqui, que eu saiba eles são do prédio de humanas...

- Oi, Demi! -Zac se aproximou, e em um movimento brusco, me puxou para um abraço.
- Éhr... oi -quando ele me soltou, e eu pude respirar em paz, dei dois passos para trás, querendo minha privacidade novamente- Não sabia que vocês eram de biológicas -apontei para o edifício.
- E não somos -Joe respondeu, com um sorriso patético. Ele é patético.
- Então... o que vocês estão fazendo aqui?
- Quanta arrogância -Joe fingiu estar magoado- Viemos dar um oi. E, também, falar sobre o Justin -ele passou o braço pelos meus ombros. Contato físico de novo não- Demi... Querida linda Demi -ele parou por um segundo para me olhar de cima a baixo- Extremamente linda Demi, você está tirando o foco do seu irmão. Ele quer ser um skatista, e não um engenheiro -ele balançou a cabeça, em sinal de reprovação, e Zac fez o mesmo. Farta daquilo, tirei o braço dele de mim, e fiquei de frente para ele, ignorando a existência do outro escroto.
- Joe, ele é meu irmão e eu estou fazendo isso pelo bem dele. Se vocês dois querem ser vagabundos, bem, isso já não é meu problema. Mas de Justin quem cuida sou eu.
- Pelo o que eu sei, ele é mais velho que você. Logo, pode tomar as decisões sozinho. Apenas não se intrometa -ele lançou um sorriso cínico para mim, que não demorou muito, já que ele desviou a cabeça para olhar a bunda de uma loira que passou por nós. Que garoto estúpido. Quem ele pensa que é?
- Sinceramente, estou pouco me importando com o que ele quer fazer da vida dele -dei de ombros- Mas agora ele e eu temos um trato. Ele continuará sim na faculdade. E não vai ser você quem vai mudar isso.... Aliás, porque você não larga seu curso também? -Joe deu de ombros. Zac desviou o olhar e se distanciou de nós. Aquele garoto sabia de longe quando uma briga começava.
- Estou no penúltimo semestre de administração. Ao contrário de Justin, estou na reta final, e não tenho muito o que melhorar, nasci com todas as habilidades necessárias para ser o melhor em um skate -ele piscou para mim. Puta garoto convencido. Como eu queria dar um soco na cara dele pra abaixar esse nariz empinado.
- Sabe de uma coisa? Vamos Joe -Zac entrou na minha frente, prevendo o assassinato que eu cometeria- Estamos atrasando Demi. Justin me falou que você será uma excelente médica -ele deu um tapinha em minhas costas, e puxou Joe para longe.

Continuei parada em frente ao prédio, apenas controlando minha respiração, e minha mãos, que estavam descontroladas para dar um soco na cara daquele infeliz cínico. Talvez estivesse vermelha e bufando, já que Selena se aproximou cautelosamente de mim, com Miley na sua cola.

- O que acabou de acontecer? -perguntou Miley, sem nem disfarçar a curiosidade- Gostei do loirinho -Zac era atraente, não poderia negar, e também não era tão idiota quanto Joe, até que ele era material para um sábado a noite.
- São os idiotas dos amigos do meu irmão -respirei fundo- Justin não estava envolvido em nada de errado -balancei a mão, dispensando as perguntas que elas começaram a formular- Sim, ontem eu fui atrás dele. Não, não foi nada agradável. Just quer ser skatista profissional -vi de relance as duas colocando a mão na boca, tentando segurar a risada. Selena pigarreou e mandou eu continuar- Conheci Zac, o loiro; e Joe, um escroto com um ego astronômico. Eles não querem que meu irmão continuei na faculdade, querem que ele fique treinando manobras na pista -rolei os olhos- Não sei o que eles querem com Just.
- Dem, você já deu uma chance para seu maninho seguir o bom caminho. Agora, deixe ele escolher o que é melhor para a vida dele -Selena segurou meu braço e olhou em meus olhos- Você é a melhor irmã do mundo, mas não a dona da vida dele. Às vezes temos que fazer escolhas erradas na vida.
- Resumindo: deixei o menino curtir a vida. Sempre disse isso -Selena me soltou, após dar de ombros para o que Miley disse- Vamos, estamos atrasadas para a aula.
- Mas eu quero conhecer seus novos amigos -Miley mordeu o lábio inferior- Curti muito o loirinho, mas o moreno também parece ser bem gato.
- Não seria nada mau conhecer uns skatistas mesmo. Preciso de um pouco de agito na minha vida.

Praguejando, dei as costas para elas. Não iria ficar comentando sobre os dois "brothers" ridículos do Justin. Ainda mais de Joe, que além de ser irritante o suficiente para estragar a minha sexta feira logo pela manhã, parece ser um baita de um galinha.
Entrei na sala de anatomia, sentando em qualquer lugar. Queria que essa aula passasse o mais rápido possível, além do cheiro de formol que externava de todos aqueles corpos que nos rodeava, tinha combinado com as meninas de irmos à Newport, em Rhode Island, passar o final de semana. Estávamos combinando isso há dias.

- Oi -um garoto atrás de mim cutucou meu ombro. Se ele soubesse como eu odeio contatos físicos, teria escolhido outra forma de abordagem.
- Que foi? -respondi com mau humor.
- Sou Nicholas -ele sorriu para mim, ignorando minha TPM iminente- Nick Jonas. Sou irmão do Joe. Vi vocês conversando na entrada.

Então Joe tem um irmão, inteligente por sinal, já que estava na minha turma de medicina. Tentei me lembrar dele em outras aulas, mas cheguei à conclusão de que ele deveria ser o filho exemplar da família, já que se ele tinha conseguido passar despercebido por mim desde o começo do curso, ele deveria ser mais um do grupinho dos nerds.

- Joe deve ser a ovelha negra -murmurei, mas Nick ouviu, soltando uma risada baixa, para que o professor não escutasse.
- Ele é -ele olhou para baixo por alguns segundos, e então, voltou o olhar para mim- Ouvi a conversa de vocês. Joseph é muito sonhador, e acaba se identificando com pessoas que têm as mesmas ambições que ele. Assim como Justin quer ser um grande skatista, Joe também quer, então ele toma Justin como uma zona de conforto, sabe? Ele pensa que se ele não conseguir ser o maioral, ele fará com que outra pessoa pelo menos pense que ele é.
- E Justin o trata como uma estrela do rock -rolei os olhos- Já entendi... seu irmão tem problemas de ego.
- Exatamente -Nick sorriu para mim. Um sorriso tímido e fofo. Ah, muito fofo por sinal. Por Deus, Demetria, pare com isso.
- Pode deixar que eu farei com que meu irmão continue nos trilhos.
- Talvez você tenha sucesso, já que com Joe nem eu e nem Kevin, nosso irmão mais velho, conseguimos evolução.

A aula que deveria ser chata, ou me fazer vomitar até a bile, foi extremamente legal ao lado de Nick, que como já suspeitara, é nerd mesmo. Ele conseguiu me fazer entender o que nenhum professor tinha o feito com sucesso.
Com olhares desconfiados das meninas, me despedi de Nick e fui toda alegre para casa, despertando mais olhares curiosos delas.

As meninas já estavam me esperando na sala da minha casa, cheias de malas e travesseiros, prontas para nossa viagem. Harry iria conosco, essa foi a condição que mamãe impôs para que fossemos viajar sozinhas. E, antes de partirmos, passei no quarto do Justin.

- Babaca -ele saiu de dentro do closet e me olhou.
- Que foi? -tirei algumas notas do bolso e entreguei para ele.
- O dinheiro do shape novo. Tive que pesquisar essa droga no google para saber o que é.
- Obrigado -ele sorriu para mim, ainda indeciso, tentava decidir se me abraçava ou não.
- Nosso trato continua de pé, certo? Seus novos amiguinhos vieram me atormentar falando que você não pode continuar na faculdade.
- Demi, não darei um passo atrás depois do nosso trato de cuspe. É uma coisa séria -Sim, ele me convenceu de cuspir em minha mão e apertar a dele. Foi a experiência mais traumatizante da minha vida.
- Então... até domingo à noite. Estou indo para Newport agora.
- Mamãe não te contou? -ele puxou uma mala de dentro do closet. Por favor, me diga que você vai viajar, mas para outro lugar. Por favor. Afinal, mamãe não deve ser uma monstra a ponto de dar ideia à esse pivete de ir comigo?- Vou com vocês -ele sorriu, já imaginando a minha infelicidade.
- Por quê? -foi tudo o que consegui dizer.
- Mãe disse que seria bom se fosse os dois homens de casa cuidar de todas as meninas -ele deu de ombros, e antes de sair do quarto, ele se virou para mim- Ah e os meus "novos amiguinhos" vão também.

Soltei o grito mais agudo e desesperado da minha vida.

Gente, desculpa a demora para postar. Com os vestibulares chegando (de novo) está meio difícil de ficar escrevendo para postar.