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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 27 ESPECIAL DE NATAL


Estava dentro do carro parado em frente da casa dos Jonas.

Joseph tinha conseguido, no dia anterior, me convencer a ir passar o natal com eles. Nunca que eu conseguiria dizer "não" para ele naquele estado. Tão irresistível. Ah aquele sobretudo.

Maldito sobretudo.

- Vamos, Dem -Harry já estava fora do carro, segurando a porta do mesmo para eu sair.
- Desça logo, caramba! -Justin estava ao lado de Hazza, quase me matando.
- Eu não quero -manhosa.
- Demetria, eu estou congelando! CONGELANDO! -já perdendo a paciência, Justin pegou meu braço para fazer com que eu saísse do carro.
- Calma! Estou saindo -me esquivei do braço dele e, finalmente, saí da minha zona de conforto.

Estava nevando, menos que o ano passado, mas o suficiente para fazer com que nós quase morrêssemos de frio no caminho para a porta de entrada da casa.

- Até que enfim -Joe se levantou do sofá para nos cumprimentar quando entramos.
- Culpa da minha irmãzinha -Just respondeu, fazendo com que eu desse um tapa nele em resposta, ato contínuo ele saiu de perto de nós, resmungando.
- Hey, Lovato -antes que eu pudesse responde-lo, fiquei novamente vidrada em seu suéter brega de renas. Droga, aqueles focinhos vermelhos hipnotizam- Minha vó me obrigou a usá-lo hoje -Joe disse, rindo.
- Desculpa, é que...
- Tudo bem -ele sorriu, tímido.
- Olá, Joseph -Harry se intrometeu, cortando toda a magia de ter Joseph me tratando como uma pessoa decente e não sendo um idiota de primeira.
- Harry -Joe acenou com a cabeça.
- Onde está seu irmão que faz medicina?
- Deve estar na cozinha, ajudando a minha vó -Joe deu de ombros.
- Obrigado.
- Harry, não! -segurei-o pelo braço.
- Só conversarei com o seu novo amiguinho, Demetria.
- Hazza, não quero vexames, pelo amor.
- Deixe seu irmão dar umas palavrinhas com Nicholas -Joe entrou na conversa, claramente ainda não aprendeu que não se deve se intrometer em nossas conversas de família.
- Joseph!
- Que foi, Lovato? Seu irmão mais velho é um cara muito legal, querendo te proteger desses homens aproveitadores -Joseph disse, em tom de ironia.
- Homens como você? -respondi em mesmo tom.
- Pode ser -ele disse, com indiferença- Mas por que brigar? Ele já está com Nicholas mesmo -Joe apontou para um Harry macho alpha protetor que já estava na cozinha.
- Merda -murmurei.

E com passos largos, tentei evitar que Harry abrisse a grande boca dele, o que não foi possível, já que quando cheguei na cozinha lá estava ele, interrogando Nick.

- Então, Nicholas, o que você e Demi fazem quando ela vem pra cá? Vocês ficam sozinhos em seu quarto?
- É... é... estudamos...
- Você não tem vergonha de levar uma menina inocente para o seu quarto sem ter a intenção de falar com o irmão mais velho dela?
- Harry, já chega! -murmurei para não chamar a atenção da velha senhora que estava fazendo biscoitos.
- Estou apenas conversando com seu amigo, Demi.
- Desculpa, Nick -me virei para ele.
- Está tudo bem -ele sorriu para mim.

Aquele sorriso encantador. Há semanas que eu não dava valor ao fato de ele estar sempre ao meu lado me ajudando, mas hoje, em pleno natal, estava adorando vê-lo com um suéter brega igual o de Joe, sorrindo para mim.

- Vocês, jovens... só aprontam -a senhora se prenunciou, largando a fôrma contendo os biscoitos em cima do fogão.
-Me desculpa pelo incomodo, senhora -Harry disse- Você sabe, irmãs mais novas... tenho que cuidar dela -ele apontou para mim.

Amava Harry, de verdade. De longe o meu irmão favorito e a melhor pessoa que eu já conheci. Mas desejava dar-lhe um soco mais do que tudo.

- Quanto mais você sufocar uma pessoa, mais ela vai querer fugir de você -a senhora colocou uma mão em meu ombro- Quando eu era mais nova, meu irmão mais velho também tinha crise de ciumes, o resultado foi que eu fugi de casa para me casar com o primeiro cara que se mostrou interessado em mim... péssima ideia, mas tive um excelente filho e quatro netos maravilhosos -ela sorriu para Nick.

Ah, então essa é a vovó Jonas?

Na verdade, ela não tinha uma cara de vovó. Parecia mais com aquelas tias que sempre aparecem apenas em festas de final de ano, e que fazem cruzeiros e grandes viagens. Aquelas tias quem têm grandes histórias da vida, e que te fazem querer viver uma vida como a das delas.

Lancei um olhar de "está vendo? Pare de ser idiota" para Harry, que o fez ficar desconfortável.

- Só tento proteger, sabe? Só não sei como -Harry admitiu, ficando tímido.
- Garanto que essa menina sabe muito bem se virar sozinha -ela piscou para meu irmão- O que você pode fazer é sempre apoiá-la, sempre estar ao lado dela. Precisamos quebrar a cara na vida para podermos aprender.
- Obrigado -Tarzan sorriu genuinamente.

Nunca tivemos avós. Os pais de minha mãe tinham morrido bem antes de nós termos nascido. E os pais de meu pai nunca quiseram contato, assim como ele.
Talvez esse seja um dos motivos que fez com que Harry ficasse conversando sem parar com vovó, que nos fez a chamar de vovó mesmo. Os dois pareciam ser realmente da mesma família, e eu ficava feliz com isso.

- Me desculpa de novo. Não sei o que está acontecendo com Harry -disse para Nick novamente.
- Não tem problema, Dem, eu entendo o seu irmão -Nick disse, colocando as mãos no bolso da frente da calça.
- Adorei a sua avó.
- Ela é realmente uma boa pessoa, mas... o problema são os suéteres -ele sussurrou para que ela não ouvisse.
- Os suéteres até que são fofos -me aproximei dele, sorrindo.
- São mesmo? Até que eu pensei que essas renas me dão um ar de elegância mesmo -ele tirou uma mão do bolso para alisar o suéter, brincando.
- Você está muito sexy -sem perceber, já estava passando os braços ao redor de seu pescoço.
- Você também -ele murmurou.

Nick parecia estar em um transe, e eu estava amando isso.

Já estava pronta para ter o que eu estivera sonhando há semanas, ah como eu o queria. Como eu tinha me esquecido que eu o queria tanto? Já podia sentir seu hálito quente em meu rosto, seus olhos vidrados em minha boca.

- Oi, Demi! -Kevin apareceu, inocente, com Dani ao seu lado.
- Oi, casal -os cumprimentei, fazendo o máximo para não demonstrar o quão chateada eu estava com a situação. Poxa, achava mesmo que papai noel tinha me trazido Nick de natal.
- O que vocês estão fazendo aqui? Parece que seu irmão e a vovó já estão lidando muito bem com a comida. Vamos lá para a sala! -Kevin nos puxou, fazendo Dani rir.

Acho que até agora, só ela sacou o que estava prestes a acontecer.

- Demiiiii -Frankie correu até mim quando nos juntamos ao resto da família na sala de estar.

Odiava e adorava aquele garoto. Odiava por ele já ter me atrapalhado com o Nick. Adorava por ser o menino mais engraçado que eu já conheci. Se nada desse certo na vida dele, Franklin poderia ser um comediante famoso de stand up.

Os pais dos Jonas estavam conversando em um canto reservado da sala, rindo casualmente, o símbolo perfeito de amor através de anos. Nunca tinha visto meus pais agirem assim, e achava incrível ver os pais de Nick sendo tão apaixonados juntos.

- Também acho incrível ver os dois assim -Nick disse, me tirando do transe.
- Seus pais parecem se amar mesmo.
- E eles se amam. Você não tem ideia do que eles passaram para ficar juntos. Demorou e teve várias barreiras no meio do caminho, mas aqui estamos nós, e é por isso que eu acho que quando tem que ser... as coisas simplesmente acontecem... mesmo que muito devagar -ele disse olhando em meus olhos, causando-me um arrepio.

Será que era isso? O fato de tudo ser tão atrapalhado entre eu e Nick é porque somos destinados a ser apesar de tudo? Adoraria pensar que sim. Adoraria pensar em Nick como o cara que sempre estará ao meu lado.

- Nicky, me ajuda a colocar a meia de natal na lareira? -Frankie veio nos atrapalhar novamente.

E está aí o motivo maior de eu odiar esse pirralho. Quando ele tiver uma namoradinha, farei de tudo para atrapalhar os dois.

- Tudo bem -ele se levantou- Já volto, Dem -com isso vi os dois se afastarem.

- Como foi a conversa entre seu irmão e meu irmão? -Joe apareceu, segurando duas taças de vinho.
- Constrangedora -ele riu, sentando ao meu lado.
- Quer? -sem jeito, ele me entregou uma das taças.
- Obrigada.
- Por nada.

Ficamos alguns minutos mergulhados em um silêncio terrível, apenas observando Justin conversar com Dani e Kevin.

- Venha -Joe pegou a minha taça e colocou na mesa de centro junto com a dele- Quero te levar à um lugar.

Ele pegou em minha mão e saiu praticamente correndo de casa.

Foi como um choque sair no ar frio da noite. Tinha parado de nevar, mas o frio ainda era quase insuportável.

Passamos pelo quintal da casa, indo para um pequeno jardim aonde a neve tinha tomado conta. Não muito longe pudia se ver uma casinha vermelha, coberta de neve.

- Esse é o lugar aonde eu passei os primeiros natais aqui em casa -Joe disse, quando entramos na minúscula casa.

Era um local tão infantil, repleto de posters de super heróis, o que me impressionava, já que sempre imaginei o esconderijo dele como sendo um local cheio de revistas da Playboy e posters de loiras peitudas.

- Por que você ficava aqui?
- Eu era revoltado, sabe? Não gostava de ser o filho adotivo, me sentia... terrível -ele olhou para mim tão frágil, tão carente, que fez com que meu coração se apertasse- Mas com o tempo tudo se encaixou... e me sinto feliz agora -ele sorriu- Mesmo que eu não diga isso toda hora e seja um chato -ele passou um braço envolta da minha cintura- Você está, pelo menos, bem aqui conosco?

Tinha passado por tantas coisas naquele dia que tinha me esquecido de pensar em tudo o que acontecera nesse ano. Lembrara de mamãe, mas não tinha conseguido ficar triste com as lembranças.

- Sim. Obrigada, Joe.
- Ah Lovato -com uma mão ele tirou uma mecha de cabelo que estava caindo em cima de meu rosto, se aproximando mais de mim.

Estava nervosa, ansiosa. Meu coração queria sair pela boca. Meu estômago estava dançando macarena. Nem Nick tinha conseguido me deixar naquele estado.

Ah Joseph.

- Você me deixa maluco, Lovato -e rápido de mais para eu associar o que estava acontecendo, ele me beijou.

Consideraria aquilo como um milagre natalino.

Feliz natal para todo mundo, galerinha. Ia postar ontem mas acabou não dando tempo.

Respondendo os comentários:
Nessa Juro que vou tentar postar mais rápido, assim suas passadinhas diárias valerão a pena ;) Feliz natal
Laryssa Amorim Obrigadaaa <3 Feliz natal
Alessandrademi Obrigadaa e feliz natal ;)
Caah Santana Jelena ou Nelena? E Feliz natal ;)
Mirely Bonfim Ainda bem que você voltou a passar aqui! Juro que não sumo mais, vai lá terminar Still in love mesmo e depois me fale se curtiu ;) Feliz natal

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 26


- Ele o quê? -Selena disse, quase gritando.
- Ele convidou meus irmãos e eu para irmos passar o natal com a família dele -dei de ombros- Você sabe como ele e Justin são amigos.

Selena continuava pasma. Branca como uma folha de papel sulfite.

Ela estava passando quase todas as noites em casa comigo, depois de descobrir que eu estava quase desistindo de medicina. E, como sempre, lá estava ela no sofá da sala, com um belo pote de sorvete no colo, escutando minhas novidades do dia.

- Demetria, o garoto está curtindo você.
- Ele não curte ninguém, Selena -rolei os olhos- A não ser que a garota seja uma loira com belos e fartos seios. Mas, como você sabe, ele está que nem um cachorrinho atrás da senhorita Swift.
- Dane-se a Taylor. Foi você quem ele convidou.
- Por causa do Justin...
- O escambau! Ele está querendo o seu corpo... de novo -ela piscou para mim, maliciosamente- Então, você vai, né?
- Claro que não, Sel. Quero ficar aqui em casa e, no máximo, dividir um panetone com os meninos.
- Pare de ser idiota -ela largou o pote de sorvete para poder sacudir meus ombros- Se você não pegar Joseph, terá tempo de sobra para seduzir Nicholas. Levante essa bunda e vá dar um cata natalino, menina!
- Idiota -empurrei as mãos dela para longe de mim- Não irei ficar com ninguém.
- Não sabe o que está perdendo -dando de ombros, voltou a devorar seu doce gelado.
- E você, como vai Josh?
- Nem me fale nele.
- Por que?
- Ele é gay, Demetria. De verdade. Juro -ela me olhou, séria.
- Por que você diz isso? Viu ele ficando com outro cara?
- Não, mas eu abri minhas pernas, literalmente, para ele. E sabe o que ele fez? Nada! Exatamente nada! -novamente largando o pote, ela levantou as mãos para cima, em um belo ato de dramatização.

Se veterinária não desse certo na vida dela, com certeza Selena seria uma grande atriz de filmes dramáticos, ou teria grandes papéis como protagonista de novelas mexicanas. Conseguia vê-la perfeitamente como Maricruz Olivares em Coração Indomável. Josh seria o Octavio Narvaez.

- Talvez ele seja um desses caras raros que gostam de romance, e não de pegação sem compromisso.
- E esse tipo de homem existe? Ah faça-me o favor, Josh é gay e ponto -ela parou por um momento, pensativa- Por acaso eu sou feia?
- Não, Selena. Na verdade, se eu fosse lésbica, eu te pegaria fácil fácil.
- Obrigada -ela sorriu, convencida- Está vendo? Não há motivos para ele enrolar. Eu estou fácil, e não é isso o que os caras gostam? Uma mulher fácil e sem compromisso?
- Querida -segurei em seu rosto, antes que ela continuasse a tagarelar- o problema é você, está certo? É o jeito que você age, menina. Para de ser tão disponível, dê uma de difícil que ele vem correndo atrás de você.
- Mas eu quero ele... -ela gemeu, quase batendo o pé no chão como uma garotinha birrenta.
- Dane-se -larguei seu rosto- Você é um caso perdido.

Joguei meu corpo para trás no sofá, cansada.

Selena estava passando por uma longa crise de carência depois de ter terminado um namoro de um ano e meio com um garoto que fazia o ensino médico conosco. Eu já estava quase mandando uma mensagem para ele, fazendo com que ele voltasse com ela e apagasse esse fogo que estava crescendo entre as pernas dela.

- Você fala isso porque tem dois homens correndo atrás de você. Enquanto isso, eu estou aqui, quase virando bv de novo. Acha isso justo?
- Nada nessa vida é justo. Muito menos eu ter que te aguentar.

- Você de novo aqui, Selena? -Justin apareceu na sala, pronto para sair.
- Você de novo aqui, Justin? -ela o imitou, falando com uma voz fina, a qual ele tanto odiava.
- Um dia ainda te expulso daqui -ele murmurou, tentando controlar a raiva- Dem, vou sair com o Zac e o Joe. Volto antes da meia noite.
- Idiota -Sel murmurou de volta, fazendo meu irmão revirar os olhos.
- Por favor, volte cedo mesmo.
- Ah o Joe te falou? -ele me perguntou, antes de atravessar a sala para chegar até a porta de entrada.
- Falou o quê?
- Sobre passar o natal na casa dele. Ele convidou a gente. Harry aceitou, acho que ele quer falar com o irmão nerd do Joe, tenho quase certeza que o assunto é você -ele riu, debochando- Você vai também?

Harry vai fazer o que? Não, não acredito que ele vai ser capaz disso. Pelo amor, Nick e eu nem nos beijamos, e muito menos acho que iremos um dia nos beijar. Mais fácil Selena namorar Josh do que eu ter algo com Nicholas.

- Não, não vou. E nem Harry vai. Não quero micos.
- Sério mesmo que você não vai, Lovato? -Joe apareceu na porta, pronto para buscar Justin.

E lá estava Joseph Adam Jonas, parado na minha porta, vestindo aquela calça jeans preta justa que eu estava cansada de vê-lo vestido, uma blusa branca de gola "V" e um sobretudo azul marinho. Tão incrivelmente atraente.

Ah, Jonas.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 25


Ainda não estava acreditando na cena em que eu protagonizara com Joseph Adam Jonas.

Mesmo tantas horas depois daquilo ter acontecido, quando já estava jogada na minha cama.

Durante todo o tempo que se passou depois de nossa conversa, continuei pensando no que ele me dissera, e como ele me tratara.

Com toda a certeza do universo ele é bipolar. Puta garoto bipolar idiota. Sacana. Não iria me apaixonar por ele. Muito menos ouvir ele.

Porém a voz da razão falou mais alto, e por mais irônico que isso seja, a voz dela era, na verdade, a de Joseph, ecoando na minha mente.

Odiava isso.

Amava isso.

Talvez quem seja bipolar, na realidade, sou eu.

- Está tudo bem? -Harry entrou no meu quarto. Ato contínuo, sentou-se em minha cama, ao meu lado.
- Sim... e com você?
- Na mesma -ele sorriu, triste.

Justin estava, mais uma vez, na casa de Jennifer. Desde que nossa mãe morrera, ele vive lá. Jenn o trata tão bem, não me lembrava de sequer um segundo onde ela não estivera com ele desde o acidente. Estava tão feliz pelo o relacionamento dos dois.

- Quer comer alguma coisa? Posso te levar a algum restaurante, se você quiser.
- Não, Harry. Juro que eu estou bem.
- Demetria, te conheço desde quando você não passava de um feijão. O que está acontecendo com você? -ele passou a mão pelos cabelos, que já estavam na altura dos ombros. Meu Tarzan.
- Estava pensando em desistir de medicina... quem sabe partir para engenharia química? Sei lá! Só quero esfriar a minha cabeça, talvez ir morar com o papai...
- Papai? -Hazza levantou da cama, nervoso- Ele mau se importa com nossa existência, faça-me o favor, e que história é essa de desistir?
- Eu não sei o que fazer, tá legal? Eu não sei! -levantei da cama também, já aumentando o volume da minha voz- Preciso sair... esfriar a cabeça...
- Dem...
- Só me deixa sozinha, tudo bem? -o interrompi, já saindo do quarto, decidida- Voltarei cedo. Não se preocupe.

E entre as ruas movimentadas de Nova York, encontrei o meu sossego, a minha paz.

Olhando por todas as vitrines das lojas enfeitadas para o Natal, e para todas crianças contentes em fazer cartas para o Papai Noel e ansiosas pelos primeiros flocos de neve, esqueci a tristeza que estava me perseguindo há dias.

Amava o Natal mais que tudo. A melhor época do ano. Inconscientemente já cantarolava All I Want For Christmas Is You. Tudo isso me fazia me lembrar de mamãe, mas eram lembranças tão felizes, que, logo, não conseguia lamentar sua perda. Apenas ficar feliz por termos tidos tantos momentos incríveis.

- Mas que merda! Olha por onde anda! -no meio de meus devaneios, acabei esbarrando com um moreno que estava segurando várias sacolas.
- Me descul... Joseph? -parei meu olhar em seu rosto, surpresa por vê-lo tão... natalino em um suéter verde estampado com várias renas. Tão brega quanto usar chinelo com paletó.
- Tinha que ser você, Demetria.

Escroto! Idiota bipolar!

Nunca conseguiria manter uma boa imagem dele em minha cabeça se Jonas continuasse a ser um escroto depois de me tratar bem.

- Me desculpa -sussurrei, já sem forças para brigar com ele no meio de uma rua movimentada, e virei para ir embora.
- Como você está? -ele me segurou pelo braço, fazendo com que eu voltasse a olhar em seus olhos.
- Es...tou muito bem -respondi sem jeito, odiava contatos repentinos.
- Pensou no que eu te disse hoje cedo? Você não vai desistir, né? -e então ele percebeu o quão vidrada eu estava em seu suéter de tricô. Aquelas malditas renas me chamavam tanto a atenção- Foi a minha vó -ele riu, rouco- Foi um presente adiantado de natal. Mas se você acha que o meu é terrível, é porque ainda não viu o de Kevin. Dani foi a única da família que saiu ilesa dessa tradição -ele sorriu.

Eu ainda estava em choque, eram muitas coisas para assimilar. Joe vestindo um suéter ridículo. Joe sendo legal. Os olhos de Joe. O contato de Joe. Joe falando de sua família, e sem comentários irônicos ou viradas de olhos de escárnio. Joe sorrindo pensando na família. Joe falando na vovó Jonas.

Meu Deus do céu, o que aquele homem é na verdade? Um escroto idiota? Um ogro que, no final das contas, é um príncipe? Preciso de um sinal do céu para desvendar esse garoto.

E, o mais importante, o que os Jonas tinham que me atraía tanto?

- Poxa, não é um suéter tão ruim assim -foi tudo o que eu consegui dizer, e foi o que me fez ficar com vergonha de ter dito, depois de receber uma longa risada como resposta.
- Ah, Lovato, só rindo para não chorar. Você não tem noção da bagunça que está lá em casa nesse clima de festa. Aliás, o que você vai fazer no feriado do papai noel?
- Dormir, provavelmente.
- Seus irmãos não farão nada? Nem seu pai?
- Meu pai tem outra família -dei de ombros- E não sei se estamos no ânimo de fazer alguma coisa esse ano...
- Para com isso. Por que vocês não comemoram com a gente? Assim posso dividir a dor de cabeça que o natal me causa -ele piscou para mim.

Sério mesmo, esse garoto tem sérios problemas. Ele deve ter caído do berço quando nasceu. Ou ter algum tipo de transtorno de personalidade. Alguém precisa levar esse ser pro manicômio, pelo amor!

- Ahn... eu vou pensar sobre isso...

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 24


Por um breve momento fiquei feliz por Joseph estar falando comigo. Mas, em questão de segundos, veio a raiva. Raiva de ver ele, sendo escroto novamente, e querendo controlar a minha vida, assim como faz com meu irmão.

- Não é da sua conta, na boa, Jonas -tentei me desviar dele, sem obter sucesso.
- O que você está pensando em fazer, Lovato? -ele pareceu ignorar completamente a minha raiva.

Estava frustrada por não conseguir fazer com que ele ficasse bravo comigo e nós brigássemos.

- Preciso ir na administração, apenas. Agora, por favor, saia da minha frente, okay?
- Sabe, eu estava ontem na cozinha procurando algo para comer, quando ouvi Nicholas comentando com Kevin que você está pronta para desistir de medicina. É isso o que você vai fazer, Demetria? Desistir como uma fraca? -abaixei a cabeça, com vergonha da minha desistência.

Fiquei puta por ele ter me chamado de fraca. Mas eu era mesmo fraca. Estava pronta para me render, isso fazia de mim uma perdedora, não?

- Lovato, olha para mim -ele segurou meu queixo, firme, fazendo com que eu olhasse em seus olhos- Não faça isso. Ser médica é seu sonho, não? -apenas concordei com a cabeça, o que não rendeu muitos movimentos, já que ele ainda estava segurando meu queixo.
- O que adianta eu continuar com isso e virar uma pessoa fria como você?

Joe me olhou surpreso.

Não esperava por essa, né, garotão?

Soltando meu queixo, ele continuou me olhando surpreso, e perplexo.

- Eu sei sobre a sua mãe -continuei. Pude ver a dor em seus olhos- Jonas, eu não quero me tornar uma pessoa fria.
- O que você sabe? -ele me fitou, sério.
- Que ela morreu quando você era bem novo. Que os pais do Nick te adotaram.

Ele passou a mão pelos cabelos, pensativo.

Será que eu estava cutucando uma ferida que não tinha se cicatrizado ainda?

Engoli seco, torcendo para que ele não ficasse triste. Sabia como aquilo doía. Ah, como eu sabia.

- Eu tinha sete anos, na verdade. Foi terrível, Lovato, foi cruel de mais -ele me puxou para longe da movimentação de alunos do campus- Fora meu pai -ele pronunciou "pai" com uma cara de desgosto e nojo- quem fez isso. Ele se matou logo em seguida. Fiquei uns nove meses no orfanato, já que eu não tinha mais ninguém vivo da minha família biológica, até os Jonas me encontrarem -ele sorriu para mim- Não precisa me olhar com essa cara de pena. Eles foram incríveis, me deram um recomeço, um sobrenome, uma família.
- Joseph, eu não...
- Está tudo bem, Lovato.

Pela primeira vez desde que eu o conheci, vi ele sorrindo de verdade, feliz mesmo.

- Não desisti do meu sonho de ser skatista, sempre quis ser isso, desde meus quatro anos. Não desisti nem quando sofri um acidente em um campeonato, quando estava pronta para ganhar. Você devia aprender com isso, Lovato.

Fiquei encarando ele, desconfiada. Seria Joseph ou uma alucinação minha? Por quê ele estava agindo assim comigo? Ele me odeia, não?

- Obrigada pelo conselho, Jonas -ainda desconfiada, tentei me afastar dele.
- Lovato -Joe segurou me braço- Não desista, por favor. Nicholas vive falando em como você será uma médica incrível. Pelo menos, pense mais um pouco sobre isso. Você vai perceber que é melhor você se manter ocupada com alguma coisa, focada, para parar de ficar em luto.
- Obrigada, de verdade, Jonas.

Então, Joe me soltou, mas eu queria continuar ali. Queria aproveitar enquanto o lado bom dele estava aparecendo. Gostava do Joseph Adam Jonas bom. Odiava quando ele se transformava em Gargamel.

- Jonas, posso te fazer uma pergunta?
- Você já está fazendo -ele sorriu, irônico- Tudo bem, faça.
- Por que você está assim? Sendo... bom?
- Adoro seu irmão -ele disse, sincero- E você me lembra de como reagi. Demetria, tente negar, mas saiba que você se parece muito comigo -Joe piscou para mim, e se afastou antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa.

Mas o que aquele idiota estava fazendo comigo?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 23


Depois que Ashley foi embora, continuei pensando sobre Joseph. O que ele tinha passado o que ele tinha me falado. Se ele acha que Justin deve continuar indo à maldita pista de skate, então ele deve estar certo, ele já tinha passado sobre isso para saber o que nós deveríamos fazer ou não.

Justin estava em seu quarto, deitado na cama com os olhos fechados e fones de ouvido, escutando à algum rapper no último volume. Chutava que era Drake.

- Mané -dei um tapa leve em sua perna, mas ele não me respondeu- MANÉ! -ato contínuo, dei um soco na barriga dele.
- IDIOTA! -ele gemeu, se contorcendo na cama de dor. Pelo menos ele tirou o fone de ouvido.
- Preciso falar com você.
- Demetria, você quase me matou -ele olhou indignado para mim- De verdade. Doeu.

Ignorei suas reclamações e sentei ao seu lado na cama.

- Joe veio falar comigo hoje.
- De novo ele? O garoto não tem mais nada pra fazer da vida?

Ignorei meu irmão novamente.

- Ele falou que você não está indo mais brincar de skate.
- Brincar -ele rolou os olhos- Não é uma brincadeira -ele abaixou a cabeça.
- Então por que você não vai mais lá?
- Não tenho vontade -ele deu de ombros, ainda olhando para baixo.
- Não é seu sonho ser um grande skatista?
- É... 
- Então não desista -fiz com que ele olhasse para mim- Não desista, Justin.
- Mas, Demi...
- Sem "mas". Na boa, eu sei que você está triste e não tem mais motivos para continuar em frente, porém, deixe isso com tempo. Foque apenas nos seus sonhos agora.
- Você me apoia?
- Eu te apoio! 

Era difícil ver Justin tão frágil. Tão indefeso. Nunca tinha visto ele desse jeito. Nem no hospital, lá ele era um cara tão forte, que ajudou tanto Harry como eu. 

- Mamãe não queria que eu fosse skatista -ele riu, triste, e olhou para mim- Queria que eu fosse engenheiro mesmo. Queria que eu fosse um orgulho, assim como você, quando decidiu ser médica.
- Mamãe te amava e apoiava tanto quanto fazia comigo.
- Mas você sabe que uma médica na família vale mais que um skatista -ele piscou para mim, rindo.

Mau ele sabia que logo eu não estaria mais fazendo medicina.

Estava cagando e andando para ser médica.

No dia seguinte, continuei com a mesma má vontade na faculdade. Estava sim bem decidida a trancar o curso. Conseguia aconselhar Justin mas não encontrava uma solução para mim mesma.

Mas a surpresa aconteceu quando eu estava decidida a ir no prédio da administração, pronta para trancar de vez.

- Aonde está indo, Lovato? -Joseph apareceu em meu caminho, me impedindo de fazer o que eu estava pensando em botar em prática há dias.


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 22


No dia seguinte, na faculdade, queria o máximo de distância de todos.

Até de Harry.

Até de Nicholas.

E pensava que meu recado estava dado quando ignorei todos que tentaram falar comigo. Mas Joseph, sendo escroto como sempre, fez questão de ultrapassar os limites de minha paciência, e a barreira que eu tinha criado envolta de mim para aguentar o que eu estava considerando como meus últimos dias no curso de medicina.

- Demetria, preciso falar com você -Joseph Jonas me puxou pelo braço quando estava saindo da sala para buscar um suco na cafeteria.

Pude perceber que Selena estava perto de nós, tentando fazer alguns gestos para ele calar a boca e deixar eu ficar em paz, curtindo a minha solidão e o luto por um tempo.

Jonas apenas se deu o trabalho de levantar o dedo do meio para ela, que entrou em um longo estado de indignação.

- Que foi? -deixei ser conduzida até a saída do meu prédio de aulas, para um lugar aonde estivesse menos pessoas possível.
- Seu irmão. Fale com ele.
- O que ele aprontou dessa vez? -deixei escapar um suspiro derrotado. Estava cansada demais para lidar com mais drama, ainda mais os dramas causados por Justin.
- Ele não está indo mais para a pista -Joe disse, em um tom irritado.

Caí na risada. Uma risada gostosa e debochada. Aquele infeliz me interrompe para falar isso? Pelo amor, desse jeito nem parece que nós tínhamos acabado de perder nossa mãe. Justin nem tem cabeça pra sair de casa agora, muito menos pra ficar brincando de skate com os amiguinhos idiotas dele.

- Por que está rindo? -ele me encarou, sério. Quase pude ver em seus olhos a vontade que ele tinha de me estraçalhar em mil pedaços.
- Joseph, você acha mesmo que Justin é obrigado a ir brincar com vocês agora? Não sei se você sabe, mas nossa mãe morreu. Ah, você sabe sim, você estava no hospital até -tentei fazer com que minha frase tivesse o máximo de ironia possível. Ironia e sarcasmo já estavam virando meus melhores amigos.
- Brincar? Caralho, Demetria! Pare de ser idiota! Estou falando sério! -ele até que tentou controlar o volume de sua voz, mas poderia garantir que a universidade inteira parou para assistir nossa briga de camarote.
- Olha, não quero discutir com você. Estou indo pegar um suco, não me atrapalhe, tá legal? -tentei me afastar dele, mas, sendo mais ágil que eu, segurou meu pulso.
- Lovato -ele continuou segurando meu pulso, olhando em meus olhos- Eu sei como dói perder alguém, mas vocês não podem parar de viver. Ele não pode desistir dos sonhos dele. Muito menos você -dito isso, me largou. E, logo, senti saudade de seu toque, da segurança inconsciente que eu sentia ao lado dele. Só pudia dizer que talvez eu estivesse louca.

Naquele momento achei que ele estava dizendo mais uma de suas tolices, e refletindo o sonho dele em Justin. Porém, algumas horas mais tarde, quando Ashley apareceu na minha casa após Jennifer sair com Justin para tentar levantar seu astral, entendi tudo.

- Fiquei sabendo de umas coisas através do Zac.

Ash estava jogada no tapete da sala, comendo Doritos. Eu estava deitada no sofá, concentrada no pote de sorvete de flocos que ela me trouxera da nossa sorveteria predileta.

- E é sobre Joe -ela continuou.
- Não quero saber dele.
- Acho que você vai se impressionar ao saber -ela se sentou, animada- Que ele é adotado.
- Oi? -sentei-me também, tão impressionada como surpresa- Quero dizer, sempre brinquei que ele é tão diferente de Nick que só pode ser adotado. Mas nunca levei isso a sério mesmo.
- Pois é, gata. Nick, Kevin e Frankie são filhos biológicos, mas Joe não. Zac disse que ele não fala muito sobre a mãe biológica dele, só que ela morreu quando ele tinha uns seis anos de idade.
- Por isso que ele é o filho mimado da família -murmurei- E é por isso que Nick e ele disseram que sabem o que é lidar com alguém que perder uma pessoa querida -caí na real, ainda surpresa.
- E você ainda não sabe de nada -ela tentou criar um ar misterioso- Ele sofreu um acidente numa final de um capeonato de skate há poucos anos atrás, quase desistiu dessa ideia de ser um grande skatista.
- Deve ser por isso que ele projeta os sonhos no meu irmão também -concluí- Mas o que ele e Justin tem em comum? Ele já tratava meu irmão assim antes de nossa mãe morrer.
- Isso Zac não disse -Ash deu de ombros- Pelo menos sabemos mais um pouquinho do nosso garoto problema.

Voltei a me deitar no sofá. Tão intrigada e surpresa. Queria tanto abraçar Joe e falar que estava tudo bem. Será que ele tinha me tratado tão bem no hospital por causa disso? E quanto ele deve ter sofrido?

Não conseguia mais odiá-lo.

Mesmo que ele ainda fosse um escroto com "e" maiúsculo.

Turminha, desculpa a demora. Mas, agora que vests já acabaram (e eu to na certeza que não passei pra nenhuma segunda fase) voltarei a postar normalmente ;)

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 21



Foi difícil de sair da cama no dia seguinte. Foi difícil tomar café da manhã sem a minha mãe. E foi mais difícil ainda ter que encarar um dia de faculdade depois de tudo o que aconteceu.

Harry tinha decidido ficar em casa, queria descansar e ficar sozinho por um tempo. Entendia até demais ele.

Justin tentava esconder o que estava sentindo, estava mais distante e frio do que nunca.

Logo que chegamos na universidade, Justin foi atrás de seus amiguinhos. Deixei ser guiada por Selena e Miley até a minha sala.

Nicholas estava me esperando. Há poucos dias estaria maluca e pulando de alegria por estar recebendo tanta atenção dele. Hoje nem me importo com o que ele faz por mim. Estava agradecida, mas pouco me impressionava.
Só eu sabia o quanto estava sentindo falta de Joseph. E, no fundo, me odiava por querer que ele estivesse ao meu lado, e não seu irmão lerdo. Estava puta por ser Nick quem estava querendo ser o meu porto seguro.

(...)

Não prestei atenção na aula, nem por um segundo sequer. Tive a impressão que todos estavam me vigiando. Talvez as notícias já atingiram os ouvidos dos curiosos que, por sinal, estão em maioria no campus.

- Nick, preciso falar com você -antes que saíssemos do edifício e fossemos encontrar os meus amigos, puxei ele para um canto esquecido perto da sala de anatomia.

Ninguém nunca ia àquela sala depois das aulas. O cheiro de formol conseguia enjoar qualquer um que se atrevesse ficar por muito tempo por perto. Excelente lugar para ficar sem ninguém saber. Foi ali que Miley teve uma rapidinha com um garoto da sala dela de bioquímica.

- Fale -ele sorriu, educadamente.
- Vou desistir de medicina, não quero que você conte para ninguém. Depois que eu trancar a minha matrícula, contarei para as meninas e os meus irmãos, com cuidado e muita paciência.
- Oi? Você está maluca? Deve ser o formol -Nick me encarou, espantado e, talvez, até indignado- Você lutou por essa vaga. Você deve ter passado horas estudando para isso. Então por quê vai desistir?
- Nick, eu não consegui salvar a minha mãe. Nenhum médico pôde. Como eu quero salvar vidas se não pude salvar nem a da pessoa mais importante da minha vida? Não quero saber do que você irá falar, não me importa, não irei mudar de ideia. Só queria te avisar porque você é a única pessoa que está realmente ao meu lado agora.
- Demetria, por favor, não faça isso -ele pegou minhas mãos, de relance, pude ver seu olhar suplicante- Pense mais um pouco antes de fazer qualquer besteira. Pessoas nascem e morrem, e não podemos mudar muita coisa nisso. Se você se tornar médica, terá a oportunidade de tentar salvar a vida de mães de outras pessoas. Imagina como deve ser bom o sentimento de salvar alguém?
- E se eu não conseguir?
- Bem, muda alguma coisa se eu disse que eu sempre estarei aqui por você -Nicholas sorriu, novamente. Aquele sorriso que me deixaria louca. Mas, naquele momento, queria vomitar vendo ele sendo tão fofo comigo.
- Vamos. Estou começando a ficar tonta com esse cheiro.

Simplesmente dei as costas e saí. Nick me seguiu, saindo do prédio ao meu lado. Já não sabia ao certo se estava gostando de toda essa atenção que ele estava me dando.

- Olha o casal do momento -ouvi aquela voz irritante e tão confortadora ao mesmo tempo. Joseph se aproximou de nós, com um belo sorriso debochado iluminando seu rosto- Ah, irmãozinho, pegue logo essa mulher antes que eu mesmo pegue ela... de novo.
- Fique quieto, Joseph -Nick respondeu, fazendo com que eu olhasse surpresa para ele. O que é que tinha acabado de acontecer ali? Nicholas respondendo o irmão idiota dele? Como assim? O menino mal se defendia há poucos dias atrás.
- Não fique nervosinho, Nicholas. Não me interesso por esse tipo aí -e dito isso, Joseph saiu de nosso caminho, voltando para os braços de uma loira. A irresistível Taylor Swift.

Não que eu esperasse que Joseph fosse se tornar o príncipe. Até porque deixar de ser Gargamel para ser um príncipe encantado é uma bela de uma transformação que só acontece nos contos de fadas e filmes de comédia romântica clichês. Mas jurava que, bem no fundo, Joseph era uma boa pessoa que nos trataria diferente depois de ser o cara perfeito no hospital. Jurava que ele poderia se apaixonar por mim e que nós dois pudéssemos ser o casal perfeito. Pena que essa seria mais uma decepção para a minha lista. E estava pouco me importando para isso. Dane-se Joseph, de verdade. Tinha muitas outras coisas para pensar, e Joseph, definitivamente, não poderia ser uma delas.

Meu pai tinha ficado sabendo do que acontecera e não deu o ar da graça de sua presença em nenhum momento. Estava completamente indignada com isso. Eles foram casados por uns dezenove anos. Como alguém é tão ridículo ao ponto de não querer prestar uma última homenagem à pessoa com quem você dividiu a vida por tantos anos? Mas mau ele sabia que quando eu desistir da minha faculdade, irei morar com ele, aceitando ou não, ele continua sendo meu pai.

- Está tudo bem, Dem? -Selena puxou meu braço, fazendo com que eu voltasse à realidade.
- Aham. Tudo bem.
- Demetria, eu te conheço há tanto tempo, acha mesmo que consegue esconder algo de mim?
- Esquece, Selena. Só me deixa quieta.

Deixando Nicholas, Selena e Miley para trás, fui para casa sozinha.


Galera, desculpa pela demora. Vestibulares ;( Ah e adivinha quem tem a certeza de que vai fazer cursinho ano que vem de novo? Pois é. Juro que vou tentar postar diariamente de novo.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 20


Tinha criado a hipótese que mamãe sabia que iria morrer.

Ela tinha dado tantos conselhos no café da manhã do dia anterior, antes de sua morte. Estava diferente. Mas também eu não sabia se estava criando todas essas teorias para me reconfortar.

Todas as minhas amigas tinham ido ao funeral. Até mesmo Zac, Josh e Nick foram também. Menos Joe. Não tinha tempo e muito menos cabeça para pensar nele, porém, de algum jeito, aquilo me machucou. Ele tinha sido tão incrível e maravilhoso comigo ontem no hospital, e hoje, quando eu mais precisava dele, ele simplesmente não estava.

Mas Nick estava lá. Me abraçando. Fazendo de tudo para que eu ficasse bem.

Mas ele não era Joe.

Mas aqueles não eram os braços fortes de Joseph.

Harry estava destruído, fisicamente e emocionalmente. Não reconhecia o meu irmão, nem mesmo me reconhecia, mas Hazza estava diferente de mais, pálido de mais, triste de mais. Queria abraçá-lo e fazer com que ele ficasse melhor, contudo eu não tinha mais forças.

Justin tinha me surpreendido, com sua força, resolvendo tudo para que Harry e eu não tivéssemos que nos preocupar com nada. Não sabia ao certo se ele estava fazendo tudo isso para não desabar também.

- Querem que eu faça o jantar? O que vocês querem comer? -Selena tentou nos animar quando chegamos em casa, após a fatídica cerimônia de despedida.
- Estou sem fome, vou para meu quarto -Justin respondeu, enquanto tirava seu tênis e se preparava para subir a escada.
- Sem essa! -bloqueando a escada, Selena empurrou Justin para cozinha- Vamos todos comer, ficar bem alimentados.

Harry ficou sentado no sofá, sem reação. Apenas olhando para os porta retratos dispostos na mesa de centro.

- Vamos -segurei em sua mão e o ajudei a se levantar- Melhor esfriarmos um pouco a cabeça, certo?

Ele não me respondeu. Apenas andou comigo até a cozinha.

Ah, a cozinha.

Impossível não lembrarmos de nossos cafés da manhã. Impossível não lembrar de mamãe.

Miley me puxou para um abraço. Jenn estava abraçando Justin, confiaria nela para fazer com que ele ficasse bem.

Zac tinha ido embora após deixar Justin em casa e se certificar que ele não faria nenhuma besteira. Josh também já tinha ido. Apenas as meninas e o Nick ficaram.

- Sabe?! Vou fazer macarrão, há quanto tempo eu não faço alguma coisa mais elaborada? Vocês não ficam com medo de eu queimar a cozinha? -Sel tentava nos animar, sem sucesso.
- Venha cá -Nick me puxou para um abraço. Mais um abraço que não me passava o conforto que precisava, não como os de Joe faziam- Sabe que pode contar comigo pra tudo, certo? -assenti com um gesto.
- Obrigada, Nick -levantei a cabeça para olhar em seus olhos- Obrigada por ter ficado o dia inteiro comigo.
- Não foi nada. Sei como isso deve doer, já tive que lidar com isso antes.

Antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, Ashley entrou na cozinha, segurando algumas sacolas do mercado.

- Nunca que eu deixaria Selena fazer macarrão sozinha, essa coisa nem sabia que não tinha molho de tomate em casa -Ash murmurou para Nick e eu.

E no meio das minhas melhores amigas, e de Nicholas, pude encontrar paz. Porém, ainda não entendia porque tanto desejava Joseph ao meu lado nesse momento. Não era seu dever estar ao meu lado nesse momento, mas eu o odiava por não estar me abraçando como ontem, odiava não o ter por perto.

Galerinha, me desculpa pelo cap minúsculo, mas como eu já disse, tenho vários vestibulares agora e estou morrendo de estudar.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

GALERINHAAAAAAA

Não esqueci de vocês, mas terei vestibulares importantes agora, então estou me matando de estudar para eles. Mas, tentarei postar hoje, no máximo, amanhã. Então fiquem ligados porque vai ter capítulo novo sim! 🦄

domingo, 8 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 19


Justin tinha ido o mais rápido que ele pode até o hospital, cortando vários carros e, com certeza, acumulado mais algumas multas para seu histórico. Quando chegamos, saímos correndo pelos corredores, à procura de alguma informação. Foi quando um médico, de meia idade e não muito mais alto que Harry, apareceu na sala de espera, procurando pelos parentes de Dianna Lovato.

O doutor não rodeou na notícia, apenas cuspiu que ela tinha chego quase sem vida ao hospital. Tinha tido uma série de paradas cardíacas, fraturado vários ossos e uma hemorragia interna trágica. Estava na mesa de cirurgia, com uma boa equipe de médicos fazendo de tudo para salvá-la.

Senti o peso do mundo cair nas minhas costas. Deslizei da parede em que estava encostada até o chão, colocando a cabeça entre as pernas.

Aquilo não poderia estar acontecendo. Não comigo.

Vi de relance Justin fazendo algumas ligações. Harry se sentou ao meu lado, tão perdido quanto eu. Abracei-o, sem saber se estava tentando me confortar ou confortar a ele.

- Hazza, o que vamos fazer? -virei-me para ele.

Harry estava fitando o chão, o rosto inchado e vermelho. Estava de pijama igual a mim. Não tivemos tempo pra pensar nisso. Não me importava ser vista por todos descabelada, de pijama e jogada no chão da sala de espera. Estava pouco me importando para as aparências.

- Não sei, Dem. Não sei -ele retribuiu o meu olhar, tão perdido, com um olhar de um menino de cinco anos. Não sabia aonde fora parar toda a sua maturidade e liderança.
- Mamãe tem que sair dessa. Ela é forte -disse, tentando convencer a mim mesma.
- E se ela se for, Dem? O que vai ser de nós? Não sei se consigo viver sem ela -Harry encostou a cabeça em meu ombro.

Após poucas -e longas- horas, Justin voltou para a sala de espera, com Miley e Selena ao seu lado. Levantei a cabeça, desgrudando-me de Harry, surpresa com a presença de minhas melhores amigas.

- Demi, como você está? -Selena se aproximou, me ajudando a levantar do chão e me abraçando em seguida.
- Venha, Hazza -Miley fez o mesmo com Harry.
- Liguei para as meninas -Justin disse, colocando as mãos nos bolsos da frente da calça de seu pijama- Acho que precisamos de companhia para passar por isso.
- Obrigada, Justin -disse, sendo sincera, depois de sair do abraço de Selena.
- Ela ainda está em cirurgia? -Miley perguntou.
- Sim. Há três horas -respondi, sem ânimo. O relógio azul de ponteiros, que estava pendurado na parede branca da sala, tinha se tornado meu melhor amigo nas últimas horas. Cada vez em que ele se mexia, era como uma nova onda de esperança para mim.
- Meninas, levem os dois para comer algo ou trocarem de roupa. Ficarei aqui aguardando por notícias -Justin ordenou.
- Não vou sair daqui -fui a primeira a protestar. Nem ferrando eu sairia daquela sala sem notícias da minha mãe.
- Demi, por favor -implorou Selena, quase me puxando para fora.
- Não irei. Harry vá você. Tome água na lanchonete pelo menos -olhei para meu irmão mais velho. Não parecia nada com aquele garoto que sempre me passou a maior segurança do mundo. Estava transtornado, acabado. Tão abatido quanto eu. Sem responder, ele se deixou ser guiado por Miley para fora da minúscula sala de espera.

Sentei em um sofá de três lugares, entre Selena e Justin. Comecei a observar o recinto. Todas as paredes eram brancas, porém os móveis eram azuis, em contraste. Havia apenas mais um sofá de três lugares ao nosso lado, e poucas cadeiras desconfortáveis logo atrás de nós. Uma bancada azul com branco se estendia à nossa frente, aonde uma enfermeira de meia idade, que de hora em hora lançava um olhar terno para a gente, ficava atendendo a todos que estavam ali. Parei meus olhos em um quadro que estava posto atrás da mesa dela. Era uma paisagem, uma casinha solitária no meio de um grande campo de flores. Sem saber o porquê, aquela imagem me tranquilizava.

- Oi, cara -Justin atrapalhou minha visão da tela pintada a tinta óleo quando se levantou, abraçando um moreno. Joseph.

Não estava bem pra lidar com ele. Não queria lidar com ele. Estava tão acabada e indefesa. Mas também não conseguia ficar brava com Justin por tê-lo chamado. Algo sobre sua presença me deixava mais calma, Joseph me transmitia segurança, e não sabia se isso era algo bom ou não. Olhei ao redor, tentando ver se Nicholas tinha vindo com ele, mas tudo o que pude ver foram algumas pessoas tão desorientadas quanto nós, esperando informações sobre algum ente querido.

- Tudo bem, Lovato?

Antes que eu pudesse abrir a boca para respondê-lo, um homem, de pelo menos trinta e cinco anos, vestindo um jaleco branco, atraiu a nossa atenção.

- Família de Dianna Lovato? -Justin acenou com a cabeça, fazendo com que o homem se aproximasse- Sou Derek Sheppard, neurocirurgião -ele nos cumprimentou, educadamente- Eu estava realizando a cirurgia da Sra. Lovato com um grupo de grandes especialistas, enquanto eu tentava diminuir a extensão do trauma craniano, outros médicos estavam tentando conter a hemorragia interna. Saibam que uma cirurgia desse porte sempre está repleta de desafios e riscos. Infelizmente, não conseguimos conter a hemorragia. Foram vários traumas internos, várias paradas cardíacas e respiratórias nesse meio tempo. Desculpem-me. Fizemos o possível.

Ela estava morta.

Minha mãe estava simplesmente... morta.

Não. Não. Não. Não.

Em um movimento brusco, levantei do sofá e saí correndo do hospital. Como isso estava acontecendo? Ela estava bem de manhã, ela estava viva, conversando e brincando no café da manhã. Por quê isso estava acontecendo?

Sentia as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto. Sentia a brisa contra meu corpo. Mas não sentia mais nada, parecia estar entorpecida pela situação. Sentei no primeiro banco que eu vi do lado de fora do hospital, de frente para uma vasta área repleta de árvores. Me encolhi no assento, colocando a cabeça entre meus joelhos. Deus, como aquilo doía. Queria ter morrido também, naquele banco mesmo.

- Demi! -pude ouvir a voz de Selena se aproximando de mim, mas não fiz nenhum esforço para levantar a cabela e encará-la- Demi, meu Deus, venha cá -senti seus braços me puxando para ela. Ainda não tive força para me movimentar.

E por um tempo continuamos ali, apenas abraçadas, sem nenhuma palavra. Continuei encolhida, mas com a cabeça apoiada no ombro de Selena. Sentia uma dor sufocante em meu peito, mas já não sabia mais o que fazer.

- Selena, melhor você ajudar os meninos. Eu dou conta aqui -levantei um pouco a cabeça para ver um Joseph parado ao nosso lado. Vi algo diferente em seu olhar. Talvez ternura. Mas poderia ser também ilusão minha.
- Não, Joe. Ficarei aqui com ela.
- Você não está ajudando em nada -ouvi ele bufar, sem paciência- Não iremos brigar agora, certo? Deixe-me com ela.

Selena olhou para mim, suplicante. Esperando pela minha resposta ou por uma briga rotineira com Joe. Nada disso aconteceu. Apenas me afastei dela, fazendo com que ela entendesse que pudia me deixar com ele, a sós.

- Voltarei daqui a pouco para ver como você está -Selena beijou a minha testa e foi embora.

Joseph se sentou ao meu lado, ocupando o lugar onde Selena estava. Sem nenhum aviso, me puxou para seu abraço, colocando aqueles braços fortes ao meu redor, e me surpreendendo novamente, ele beijou o topo da minha cabeça, me puxando mais para si.

- Ah, Lovato.

Fiquei apenas ali, perdida em seus braços, apoiando a cabeça em seu peito, sentindo o cheiro do seu perfume 212. Ele me transmitia tanta segurança, tanto poder. Não conseguia me sentir assim com Selena. Então apenas relaxei, desabando novamente em lágrimas, recebendo vários beijos no topo de minha cabeça em troca. Depois, quando estivesse sozinha em meu quarto, não acreditaria nessa cena.

- Te contaram como aconteceu? -Joe quebrou o silêncio, fazendo com que eu levantasse a cabeça de seu ombro.
- Não.
- Você quer saber? Não acho que agora é o momento...
- Tem que ser como um band aid, Joe. Temos que tirá-lo rápido e sofrermos apenas uma vez -Joe me fitou, surpreso.
- Um caminhoneiro acabou dormindo enquanto dirigia, o caminhão estava bem acima da velocidade permitida, acabou entrando na contra mão e invadindo a faixa em que o carro da sua mãe vinha. Foi uma colisão bem feia.

Fiquei brava, de verdade. Só não tinha forças de me levantar e ir atrás do idiota que acabara com a vida de minha mãe. Joe simplesmente voltou a me abraçar. Mais forte. Mais protetor. Sussurrava em meu ouvido que tudo ia ficar bem. Queria muito acreditar nele.

- Você tem que cuidar de seus irmãos, Lovato. Tem que ser forte por eles. Sei que você consegue, sei que é forte o bastante.
- Joe, eu tenho que voltar pro hospital -acordei de meu transe com suas palavras, tinha que ajudar meus irmãos- Tenho que resolver as papeladas e...
- Já resolvi -ele me interrompeu- enquanto você estava aqui com Selena, Miley voltou com Harry, Justin se juntou aos dois para contar as notícias. E eu achei melhor resolver logo isso, assim vocês três poderiam passar por esse baque de uma forma menos dolorosa.
- Obrigada, Joe -funguei, limpando as lágrimas que insistiam em cair.
- Por nada -ele deu de ombros, se negando a me largar.

E naquele momento, já não importava se ele era um escroto que me dera o maior fora do universo. Joseph Jonas estava ao meu lado, me apoiando em meu pior momento.

Me identificando com a Alessandrademi aos 14-15 anos, eu queria arquitetura, e agora aos quase 18 (porque falta só uma semana), quero medicina (quase desistindo, porque vida de cursinho é igual inferno). Nessa quase comecei Adm esse ano, você curte? Caah Santana k acho que Harry não é gay não, mas veremos nos próximos caps ;) Fernanda que coragem hein mina, química é meu maior pesadelo (exatas em si é, mas química é o maior k) mas estou prestando pra eng química em segunda opção esse ano (e não, nem sei porquê já que não vou com a cara da química).

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 18


Depois de Franklin atrapalhar, com sucesso, meu momento com Nick, decidi ligar para Harry e ir embora. Apenas me despedi de Kevin e Nicholas. Joseph e Frankie estavam marcados na minha lista negra.

No dia seguinte, ouvi novamente aquele coro de aleluia ao acordar. Era feriado. Estava pouco me importando se não tinha beijado Nick, era feriado, não tinha motivos para ficar triste.
Ainda descabelada e de pijamas, desci para tomar o santo café da manhã de casa. Podia reclamar e, às vezes, até xingar o ritual de mamãe, mas era muito bom me juntar à minha família todas as manhãs.

Minha mãe estava alegre hoje, mesmo que ela ainda tivesse que ir trabalhar em pleno feriado, continuava com aquele sorriso meigo estampado no rosto. Estava contente com o fato de que talvez hoje conseguisse uma promoção e um belo de um aumento.

- Você vai conseguir, mãe -Harry beijou o topo da cabeça de nossa mãe, antes de sentar-se à mesa.
- Obrigada, querido -ela se virou para a porta da cozinha- VENHA LOGO JUSTIN, O CAFÉ ESTÁ ESFRIANDO!
- ESTOU INDO! -Justin gritou, provavelmente, da escada. Aquele garoto se arrasta toda manhã.
- Como estão indo os estudos com seu namoradinho, Demetria? -mamãe me fitou.

Olhei para Harry, confusa, e ele apenas deu uma curta risada. O que tarzan andava contando para todo mundo? Será que ele queria armar a terceira guerra mundial na família? Não aguentaria minha mãe falando de um hipotético namorado meu para todo mundo.

- Não estou namorando, mãe -respondi, tentando não ficar nervosa.
- Harry disse que você tem um namorado que está fazendo medicina também. Nicholas, não é? Quando vai trazê-lo para sua velha mãe o conhecer e dar as bençãos?

Continuei olhando de olhos arregalados para mamãe e Harry. Nick estava longe de ser meu namorado. Bem longe. Pelo meus cálculos, nós nos beijaremos apenas daqui oito meses, e namoraremos em dois anos. E casamento? Nossa, só daqui um século.

- Mãe, estou falando sério, ele é apenas um amigo.
- Quem é apenas um amigo? -Justin perguntou, ao entrar na cozinha.
- Sua irmã não quer admitir que está namorando -mamãe respondeu Justin, nervosa- Estão vendo? Vocês dois -ela apontou para Just e Hazza- não estão cuidando da irmãzinha de vocês.
- Irmãzinha... -Justin rolou os olhos, recebendo um leve tapa de mamãe em troca.
- Vocês são irmãos, têm que ficar unidos, sabe? Fui criada sozinha, filha única e sem primos. Daria tudo para ter tido dois irmãos. Mas vocês nunca vêm isso, apenas brigam, meu pai do céu! Justin, você deveria cuidar mais da sua família, não existe nada mais importante que isso.
- Mas mãe...
- Ainda não terminei -ela gesticulou com as mãos para que Justin ficasse quieto- Harry, você deveria sair mais, conhecer algumas garotas, você merece.
- Harry merece e eu não... -Justin murmurou, levando outro tapa.
- E Demi, minha menina, cuide desses dois desmiolados -mamãe terminou seu copo de chá e se levantou- Tenho que ir ao trabalho. Espero voltar com boas notícias e um belo de um aumento.
- Boa sorte, mãe -Harry se levantou para abraçá-la.
- Tchau, mãe. Te amo -disse para ela, antes que ela saísse de casa. Nunca dizia que a amava desse jeito, porém hoje algo me fez com que eu tentasse mostrar à ela o quanto era grata por tê-la.

Voltei para a cozinha, encontrando Justin ainda tomando café da manhã.

- Preciso falar com você.
- Sobre Joseph de novo? Ele não te dá mais sossego.
- Não, ele não me dá. Mas não é sobre ele.
- Que é? -Just disse, mau humorado.
- Jennifer.
- De novo? -ele rolou os olhos, deixando a xícara de café de lado.
- O que está acontecendo entre vocês?
- Nada -ele deu de ombros.
- Mas vocês não saíram ontem?
- Sim, saímos. E se você quer saber de detalhes, eu não sou as suas amiguinhas pra ficar falando sobre uma noite de encontro.
- Não quero saber -esboucei uma cara de nojo. Não conseguia imaginar meu irmão em um encontro- Estou preocupada com suas intenções nisso. Você mesmo disse, algumas horas antes de chamá-la pra sair, que tinha dado o fora nela, que não tinha espaço na sua vida para uma garota e muito menos para um compromisso sério como ela quer.
- Mudei de ideia, não posso?
- Isso tem dedo de Joseph, não? Pode me falar o que aquele cretino fez pra mudar sua cabeça.
- Ele não fez nada. Você está paranoica, Demi -ele se levantou, nervoso- E, por favor, não se intrometa na minha vida. Estou bem crescidinho pra cuidar dela sozinho.
- Não me preocupo com você. O que tenho medo é de que você magoe Jenn.
- Ela também já está bem crescidinha. Melhor cuidar da sua vida e de seu namoradinho imaginário -ele disse, antes de sair da cozinha.

Estava sendo difícil cuidar de meu irmão como mamãe queria que eu o fizesse. Seria tão bom se Justin fosse a cópia de Harry, nunca tinha dor de cabeça com ele.

Voltei para o meu quarto, e enquanto tentava estudar um pouco, tive a ideia de ligar para Jennifer, não poderia me meter entre ela e meu irmão, mas poderia avisá-la sobre minhas desconfianças em torno das intenções dele.

- Oi, Dem -ela atendeu alegre, diferente da pessoa que estava chorando pelo telefone da última vez em que eu falara com ela.
- Hey, Jenn. Como foi ontem?
- Incrível, não sabia que seu irmão conseguia ser tão fofo e romântico.

Meu irmão? Fofo? Romântico? Ets haviam o abduzido.

- Tem certeza que você saiu com o Justin, né? Não foi o Harry não? -ouvi a risada dela e sorri com isso. Se meu maninho estava brincando com ela, eu não sei, só sabia que pelo menos ele estava a fazendo um pouco feliz.
- Sua boba. Justin me levou para um restaurante maravilhoso, e quando ele me trouxe de volta para casa, demos alguns beijos e tal -pelo o que conheço de Jennifer, ela estava corando agora.

Mesmo sendo a pessoa mais extrovertida do universo, ela tinha essa grande habilidade de corar sempre que contava algo sobre os pegas dela. Achava isso tão fofo.

- Estou feliz por você, de verdade. Só quero que você coloque em mente que meu irmão é tão escroto como Joseph, ele pode quebrar seu coração e eu não quero que isso ocorra. Não confie muito nele. Nem eu mesma confio.
- Demi, seu irmão é bom. Não parece mas é. Te garanto.

Revirei os olhos. Sabia que ele não é nada disso. A mente das pessoas apaixonadas é tão inocente e tola. Nunca vêm o perigo, mesmo estando parado a um palmo de sua cara.

- Mas toma cuidado, viu loirinha? Sou capaz de colocar ele pra fora de casa se ele fizer algo contra você.
- Relaxa, Dem. Você sabe que eu te amo, não?
- Te amo mais. Tenho que desligar, uma pilha de apostilas me esperam.
- Até amanhã, então.

Desliguei o telefone e me joguei na minha cama. Não sabia mais se tinha forças para continuar estudando.

- DEMI, LEVANTA! PRECISAMOS IR CORRENDO AO HOSPITAL -Harry apareceu no meu quarto, nervoso.
- O que aconteceu? -assustada, levantei da cama.
- LIGARAM PARA O MEU CELULAR. PARECE QUE A MÃE SOFREU UM ACIDENTE DE CARRO E... EU NÃO SEI -ele desabou, com as mãos na cabeça, começou a chorar.
- Calma, Harry -fui até ele- Já falou com o Justin?
- Sim, ele já está lá no carro nos esperando. Temos que ir agora!

E de pijama e ainda descabelada, fui ao hospital com os meus irmãos. Sem chão, sem ter o que pensar. Nada de mais poderia ter acontecido, certo? Harry pode estar nervoso para nada. Mamãe deve ter quebrado um braço ou uma perna. Nada de mais.

Lindos, vamos agitar, quero saber quantos anos vocês têm, se fazem faculdade: qual curso, se não fazem: que curso querem fazer, e o maior sonho de vocês.

1...2...3 E JÁ! 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 17


Minhas desconfianças apareceram quando Jennifer me ligou dizendo que meu irmão queria sair com ela, dar uma chance pro romance. Tentei parecer neutra na situação, mas três horas antes Justin tinha me dito na pista de skate que não queria nada com Jenn. Como ele mudara de pensamento de uma hora para outra? Isto estava soando muito estranho. Até mesmo para o desmiolado do meu irmão.

Tentei espantar todos os pensamentos e teorias enquanto me arrumava para ir à casa dos Jonas. Queria apenas estudar e conseguir me livrar das notas vermelhas por definitivo, mas também havia uma pontada de esperança em mim: aquela que me dizia que Nicholas poderia querer algo a mais entre uma matéria e outra.

Harry me levou até a entrada da casa, e tive que brigar com ele para que tirasse da cabeça a ideia de entrar e falar com Nicholas, como se ele fosse meu namorado. Seria tão vergonhoso. Mal pudia lidar com a ideia de Hazza tentando ser o macho alpha de casa.

- Tchau, Tarzan. Depois você me busca?
- Busco -ele murmurou, zangado. Ainda estava fazendo birra para poder falar com toda a família Jonas.

Coitado, mau sabia que a querida irmãzinha dele já não era mais a anja lacrada.

Nicholas estava me esperando na porta de entrada, com aquele sorriso maravilhoso. Não sabia dizer se um dia conseguiria me sentir indiferente à esse sorriso. Àqueles olhos.

- Pronta para mais uma aula, srta. Lovato? -Nick brincou, enquanto passávamos pela sala, seguindo para seu quarto.
- Oi, Kevin -sorri para o irmão Jonas mais velho, que estava sentado no sofá, assistindo a alguma série.
- Hey, Demi. Meu irmão estava ansioso para te ver, não aguentava mais ouvir ele falando sobre a aula de hoje -Nicholas corou. Kevin sorriu com a timidez do irmão.
- Dani está bem?
- Sim. Está vendo vestidos de noiva, essa coisa me deixa tão maluco. Por mim, nós nos casaríamos em uma capela mesmo, do estilo daquelas de cidade de interior, sem nenhum tipo de luxo ou vestidos que custam um rim.
- Que babaquice vocês três!

Joseph apareceu. Só era ele estar no mesmo recinto que eu que a onda de ódio começava. Estava pronta para pular em seu pescoço, e dar o soco que eu quis dar nele desde o momento em que o conheci.

- Cale a boca, Joseph -Kev jogou um almofada em Joe- Você fala isso só porque não conseguiu conquistar Taylor ainda. Quero só ver se vocês começarem a namorar.
- Eu não namoro -Joe deu de ombros e se virou para Nick e eu- E vocês dois? Está caindo de nível hein Demetria. Até Frankie é melhor que Nicholas, na boa.
- Qual é o seu problema, Jonas? De verdade.

Estava irritada e puta. Bem puta. Vi Nick de relance, olhando para baixo. Fiquei mais irritada ainda. Por quê diabos ele não se defende? Qual é o problema deles? Pelo amor! Nicholas tinha que aprender a socar alguém, assim poderia quebrar alguns dentes de Joe e fazer com que ele parasse de falar tolices.

- Chega! -Kevin se levantou, prevendo a briga- Meninos, vão lá pro quarto estudar. Joe, vê se encontra outra coisa pra fazer, tipo dormir ou continuar correndo atrás da Taylor como um cachorrinho.

Joe rolou os olhos.
Eu sorri em satisfação.
Nick continuou parado, sem dar o tão parecido sermão que Joe precisa.

Já não sabia se estava mais puta com Joseph ou com Nicholas.

Nick e eu subimos para o segundo andar. Para seu quarto. Ah como essa frase parecia tão pervertida em minha mente.

Nos últimos dias tinha me pego pensando no que Joseph dissera. Conclui que era verdade. Preferia caras como ele, caras que são extrovertidos, têm sonhos grandes e são fortes. Fortes no sentido de defesa, daqueles que defendem a si próprios com unhas e dentes, pois assim esperava que eles fizessem isso por mim também. Nicholas com certeza é o que menos se enquadra no meu tipo. Mas só Deus sabia o quanto estava atraída por ele. Droga, aqueles olhos me fitando novamente.

Ah como queria voltar toda a minha atenção no que Nick estava me explicando, algo sobre o fêmur. Dane-se medicina. Dane-se Joseph. Queria Nicholas.
Ali e agora.
Na cama dele.
Como eu queria.

- Tudo bem, Demi? Você está prestando atenção? -Nick tocou em meu braço, tentando fazer com que eu visse um desenho na apostila. Estava tão perdida em meus pensamentos assim?
-Está tudo bem, sim. O que você estava dizendo mesmo? Fêmur?

Como estava sendo tola. O garoto nem fazia menção de me beijar, e eu já estava querendo levar ele para a cama. É, Joseph estava redondamente certo. Caras como ele é o meu tipo.

- Sim, estava falando que ele consiste de uma diáfise e duas epífases. Sabia que ele é o mais longo e pesado osso do corpo?
- Incrível -falei, sem prestar muita atenção.

Droga, estava muito distraída hoje. Mas será que Nick não percebia o quanto queria beijar ele agora? Teria que fazer um cartaz com cores neon e colar na minha testa! Estava tão desesperada que essa ideia não me pareceu nenhum pouco ruim.

- Demi, você não está afim de estudar hoje, não?
- Desculpa, Nick. Não sei o que está acontecendo, estou tão distraída -apoiei minha cabeça em seu ombro, em um gesto involuntário, assim como eu faço com Selena quando estou cansada.
- Anatomia é entediante mesmo -levantei a cabeça, em tempo de ver seu sorriso.
- Não queria ocupar seu tempo pra nada. Sou uma burra.
- Você não é, Dem -ele se aproximou de mim.

Posso ouvir um aleluia? Aleluia! Aproximei dele também, esperando por um beijo, por Deus, estava há dias querendo isso. Se ele me beijasse, não me responsabilizaria pelos meus próximos atos, e nem me arrependeria.

- Nicky, você viu meu... ECA! QUE NOJO! -um garotinho, de uns nove anos, abriu a porta do quarto e interrompeu nosso momento.

 Mas que merda! Puta que me pariu! Pra quê, Deus? Pra quê isso? Será que é o karma agindo na minha vida? Sabia que não devia ter passado no sinal vermelho, não deixando a pobre senhora atravessar a rua em paz. Ou será que foi por causa daquela vez que eu esqueci de retribuir o bom dia que o porteiro deu? Juro que não seria uma má pessoa novamente, só quero beijar Nicholas. Nem que seja por uma única vez.

- O que aconteceu, Frankie? -Nick se distanciou de mim, sem perceber minha cara emburrada.

Então esse é o pestinha do Frankie. Então há mais um irmão Jonas que eu quero estrangular.

- Nick, perdi o controle do meu vídeo game. Mas o que estava acontecendo? Essa é a sua namorada? -ele se aproximou, com um olhar malicioso.
- Vou te ajudar a procurar o controle.

Porcaria de controle! O garoto não conseguiria jogar bola como uma criança comum? Que pais eram aqueles que davam vídeo game pro menino ao invés de ensiná-lo a subir uma árvore ou simplesmente ficar longe do quarto do irmão?

Nick saiu do quarto com Franklin, me deixando bufando sozinha.

Talvez fosse o destino eu nunca ficar com ele.


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Skater Boy - Capítulo 16


Sábado de manhã, ouço um grande coro de aleluia mentalmente. Amava medicina, mas faculdade é faculdade em qualquer lugar, e nada como um final de semana para curar toda a ressaca universitária de livros científicos.
Como de costume, tomei o café da manhã com minha mãe e meus irmãos. Justin foi o primeiro a terminar, foi correndo para a pista de skate, sem ao menos esperar que eu conseguisse o dinheiro com a nossa mãe.
Não tinha sobrado nenhuma alternativa além de levar o dinheiro, que eu quase implorei de joelhos para mamãe dar, até Justin. Odiava ter que ir até o clubinho dos skatistas, até porque Joseph estaria lá.

Mas a grande surpresa do dia estava por vir.

Estacionei o carro de frente para o prédio de Joe, e atravessei a pé a rua até a pista. Justin estava conversando com Zac do lado direito, e pude ver qual era o assunto deles: Joseph. Lá estava ele, fazendo manobras em cima do skate na pista. Demorei alguns segundos até reconhecê-lo, e mais alguns de boca aberta com suas habilidades. Ele tinha motivos para se gabar. Nunca tivera visto alguém conseguir fazer tudo aquilo, nem mesmo Justin.

Joseph estava vestindo uma calça preta até que justa, uma blusa branca talvez algum número maior que ele e um vans preto. Nada de extraordinário. Porém o jeito que ele lidava com as manobras, a agilidade de seus pés e seu jeito de passar pela rampa próxima de mim; fizeram com que eu ficasse encantada por ele. Quem sabe se Joseph Jonas não fosse tão arrogante, poderia ser um delírio para mim? Mas não podia negar que ele era um incrível skatista.

Juntei forças para poder parar de olhar para Jonas, indo até Justin, que não parecia estar tão impressionado quanto eu.

- Consegui o dinheiro. Se você não comprar a merda que você precisa, e gastar o dinheiro com outra coisa, eu não te dou mais dinheiro -Justin ficou olhando para mim, assustado, e então, pegou o dinheiro da minha mão.
- Achava que você nunca mais viria para cá.
- Você precisava do dinheiro, não?
- Oi, Lovato -Zac se intrometeu, me puxando para um abraço- Há quanto tempo!

Zac era lindo. De verdade. Sem blusa, com a calça folgada, aparecendo até uma pequena parte de sua cueca. Contudo, o que mais atraía nele eram seus olhos; tão azuis. Daria toda a moral para Ashley se ela quisesse ficar com ele.

Desconfortável com o contato físico repentino, me afastei um pouco dele depois do fim de nosso abraço.

- Olá, Zac. Treinando muito hoje?
- Sempre, o campeonato regional está chegando, é o primeiro passo para um estadual de grande porte -ele sorriu, orgulhoso.
- Que bom -virei para Justin, que estava apenas observando os movimentos do Joseph- Just, preciso falar com você.
- Agora? -ele soou como uma criança que não quer tomar banho porque está assistindo seu desenho animado predileto.
- Agora -afirmei, fazendo-o bufar.

Sem nem me despedir de Zac, puxei Justin para perto de onde vários skatistas estavam recolocando rodinhas em seus skates. Pelo menos ali ninguém estava a fim de saber sobre nossa conversa.

- Que foi? -Justin falou, quando eu soltei ele.
- O que você fez com a Jennifer?
- Sério que isso não poderia esperar até quando eu chegasse em casa? Não posso perder tempo com isso, e muito menos com vocês -ele revirou os olhos. Tive a breve vontade de mandar ele pro inferno.
- Fala logo, garoto.
- Só dei o fora nela, está bem? Não fui grosso, nem nada disso, pode até perguntar à ela. É só que eu não quero isso agora, não quero namorar. Minha vida já está tão cheia entre aqui e a faculdade que nem tenho espaço para uma garota. Você sabe como a Jennifer é uma boa pessoa, não posso fingir para ela que eu tentarei ser um bom cara.

Fiquei surpresa com as palavras dele. Pensava que ele falaria que ela não é o tipo dele ou algo assim, até porque Justin sempre a rejeitara. Mas, até que meu maninho tinha coração, algo que eu sempre achei que era feito de pedra.

Voltei contente para o carro, Justin estava passando tempo de mais com caras como Joseph, e mesmo assim, ainda era o mesmo garoto que eu vivi a vida inteira: se importa com as outras pessoas mas não demonstrava.

Mas mau eu sabia que Joseph Adam Jonas mudaria o pensamento de meu irmão. Que faria com que ele fosse tão escroto como o próprio.

5 comentários pro próximo ;) Ah galerinha, está bom assim ou vocês querem mais cenas jemi, nemi, jelena, nelena?

Skater Boy - Capítulo 15


Estava seguindo em frente.

Não tinha prestado atenção na aula. Primeiro estava pensando em Joseph, em como nossa briguinha estava se tornando infantil. Ele era infantil, desde o momento em que ele me dera o fora -mesmo que eu brigasse com todos, recusando a aceitar que fora ele quem deu o fora- mas seria eu quem iria parar as discussões. Iria conversar com Justin sobre tentar manter Joseph longe do meu campo de visão e da minha vida. E em segundo lugar: Nick estava muito quieto, nem tínhamos nos falado hoje. Será que eu tinha feito algo errado? Ou será que Joe disse algo à ele?

- Oi -quase corri quando o período terminou para conseguir alcançar Nicholas.
- Olá -ele sorriu- Como foi a noite das garotas?
- Legal -e se seguiu longos minutos em pleno silêncio constrangedor.

Como tínhamos tido uma tarde incrível e agora parecia estar tudo tão estranho?

- Como foi a aula de vocês? -Selena apareceu. E aquela vontade de esganá-la, após ter me deixado na mão com o Joseph, sumiu. Ela tinha salvo mais alguns minutos silenciosos que se seguiriam até Nick e eu chegarmos na saída do edifício.
- Boa -respondi. Não sabia se tinha sido realmente boa. Minha presença naquela sala foi apenas física durante todos os momentos- Como foi a sua?
- Sabe como é veterinária, né? Você entra achando que vai mexer só com cachorros fofos, mas aí a aula acaba sendo sobre parto de animais de grande porte. Imagine eu colocando meu bracinho delicado na bunda de uma vaca? Já imaginaram isso? Será um desastre! -Selena levantou as mãos, em dramatização.
- O lado positivo é que você não tem aula em uma sala cheia de pessoas mortas entupidas de formol -murmurei, lembrando da dor de cabeça e o enjoo que me persegue toda vez que entro na sala das aulas de anatomia.
- Não é tão ruim assim -Nick sorriu para mim, divertido com a situação.
- Às vezes eu fico só pensando se eu escolhi o curso certo -Miley disse, quando a encontramos na saída- Oi, Nick -ela o cumprimentou como se já fossem amigos. Nick olhou para mim, em busca de uma resposta para a intimidade que Miley já havia criado entre eles. Apenas dei de ombros.
- Miley, não sei quantas vezes já disse que você tem mais cara de advogada do que biomédica -Selena resmungou, ainda dramatizando o parto que ela ainda nem realizou.
- Já ouvi um milhão de vezes, Selena. Já estou cansada da minha voz da consciência ser, na verdade, você... Aliás, aquele não é o seu irmão, Nick?

Miley apontou para Joseph conversando com Taylor. Poderia classificá-la como a peguete que durou mais tempo, quase uma semana com ela! Mas, para uma simples ficada, até que ele estava bem animado. Estava gesticulando e rindo exageradamente como um moleque idiota na frente do primeiro amor. Estava mais ridículo do que Selena indo atrás de Josh.

- É -disse Nick, ainda olhando Joseph- Ele anda falando muito sobre ela. Não suporto mais. Dizem que ela é insuportável, até Zac disse.
- Garotos idiotas preferem garotas superficiais -falei, tentando controlar meu nervosismo. O que será que Joe tinha visto nela? Ela era loira, um ponto extra, já que sabia muito bem que o grande fetiche dele eram as loiras- Aliás, alguém viu Justin? -tentei mudar de assunto, não queria continuar vendo Joseph tentando seduzir a srta. Swift.
- Jennifer estava indo conversar com ele, melhor a gente nem atrapalhar os dois -My disse, sem tirar os olhos do casal futilidade em pessoa.
- Eu não sabia disso -Selena falou, me representando. Nunca sabíamos como Miley consegue saber todas as fofocas do grupo e, até mesmo, da faculdade inteira. E olha que o nosso campus era enorme.
- Ela falou hoje de manhã, antes de ir pro prédio de humanas com a Ashley. Eu deveria estar lá com elas, cursando direito também -ela começou a divagar sobre sua escolha profissional novamente. Já não bastava termos aguentado isso nos três anos de ensino médio.
- Já tenho que ir.

Por um momento eu esqueci que Nick ainda estava lá com a gente. Culparia o choque de saber que Jenn poderia estar se declarando para Justin. Mas, a realidade era totalmente outra, estava tentando usar minha visão periférica para funcionar. Queria ver se Joseph Jonas estava conseguindo fisgar a loirinha da vez.

- Até segunda então? -me virei para ele.
- Que tal você ir em casa no domingo? Posso te ajudar com a matéria, você me pareceu bem perdida hoje.

Mau ele sabia que o irmão dele foi um dos motivos que me fizeram ficar dispersa a aula inteira.

- Não estou te ocupando de mais? Não quero que você se sinta no dever de me ensinar -Selena e Miley se entre olharam. Onde está a privacidade nesses momentos?
- Não me sinto obrigado a fazer isso. Gosto de te ensinar -pude ver ele começando a corar e logo veio aquele sorriso que eu tanto amo.
- Então nos vemos domingo -e então o puxei para um abraço. Pude escutar um "awn" em coro.

Em que ponto fui parar?! De garota pseudo festeira da faculdade para a garota que estava tentando seduzir um cara nerd e tímido. Ainda tentava entender o que estava acontecendo comigo.

(...)

Cheguei em casa, detonada emocionalmente e fisicamente. Emocionalmente pela briga com Joe. Fisicamente pela caminhada que fiz da faculdade até em casa. O carro de Harry estava na oficina, e não tínhamos encontrado Justin para pegar carona. A conversa com Jennifer estava rendendo.

- Não aguento mais ouvir você reclamando -Hazza me acusou assim que sentamos à mesa da cozinha- Foi apenas uma pequena andada, Demetria. Sua sedentária!
- Tarzan, meus pés estão doendo -fiz um bico que logo se desmanchou quando ouvi a porta de entrada se abrindo- Sério mesmo que Justin chegou agora? Poderíamos ter ficado esperando por ele lá na faculdade -reclamei para Harry.
- Pelo menos perdemos algumas calorias. Fique feliz, se não fosse por isso, você nunca que faria algum exercício físico esse ano.

Justin apareceu na cozinha, calado até de mais. Esquentou o resto do arroz com carne e se junto à nós na mesa.

- Aonde você estava? -perguntei, impaciente. Queria descobrir tudo sobre a conversa.
- Na faculdade -Justin deu de ombros.
- Isso eu sei. Mas nós te procuramos por todos os lugares e nem sinal de você -estava começando a perder a paciência. Harry continuou comendo, sossegado.
- Mas eu estava lá -ele sorriu em ironia, depois de tomar um gole de refrigerante.
- Justin, eu sei que você estava falando com a Jennifer -ele levantou olhar para mim, tentando fingir indiferença- Conte-me o que aconteceu.
- Nada, Demetria. Nada.

Justin se levantou com o prato na mão, pronto para terminar sua refeição no quarto, mas acabei barrando sua saída da cozinha.

- Preciso falar com você.
- Não quero falar sobre Jennifer, na boa.
- É sobre Joseph.
- Que tem ele? -Justin rolou os olhos e voltou a se sentar.
- Ele veio me infernizar hoje, novamente. Não aguento mais, dê um jeito no seu namoradinho.
- Não posso fazer nada, okay? Você não me deu o dinheiro mesmo. Bem feito.
- Que dinheiro? -Harry finalmente entrou na conversa, totalmente perdido.
- Ele gastou o dinheiro que dei à ele antes de irmos à Newport, e acabou não comprando aquela merda de madeira que se usa no skate. Agora o lindo quer que eu dê mais dinheiro.
- De jeito nenhum -primeira vez que tinha visto Harry sendo sério em vários anos.
- E como vocês querem que eu me livre de Joe desse jeito? Ele vai continuar te enchendo a paciência até eu poder comprar o novo shape. Vocês que decidem.
- Mas para quê você quer continuar com isso? Parece mais um sonho do Joe do que seu -disse Hazza.
- Vou tentar conseguir com a mãe -murmurei, deixando Harry surpreso. Mau sabia ele o porquê de eu não querer mais nenhum contato com o Jonas do meio.

Saí da cozinha, deixando Harry discutir com Justin sobre quais eram as intenções de Joseph. Mesmo querendo me intrometer na discussão e fazer Justin se afastar de Joe, precisava falar com Jennifer, algo me dizia que não rolou nada bem.

- Jenn? -ela atendou logo no segundo toque.
- Oi, Demi -sua voz parecia estar falhando. Se Justin tinha a feito chorar, eu o sufocaria com o meu travesseiro hoje.
- Como você está?
- Você já está sabendo que eu fui falar com o seu irmão, não?
- Sim. Aquele imbecil fez alguma merda para você? Pode me contar, eu consigo dar um jeito nele.
-  Não, Dem -ela riu triste- Está tudo bem. Ele foi sincero comigo, não posso reclamar. É só que não é recíproco.

Não sabia o que responder a isso. Claro que já tinha sofrido de um amor unilateral, mas se nem eu conseguia lidar com isso sozinha, imagina lidar com o sofrimento de uma amiga, acabaria nós duas chorando juntas. Não seria justo.

- Não quer mesmo que eu dê um jeito no meu irmão? Posso colocar pó de mico em suas cuecas -murmurei, fazendo com que Jennifer risse.
- Relaxa, Dem. Quero só ficar sozinha agora.
- Qualquer coisa, me liga, louquinha.
- Obrigada.

Joguei meu celular na cama e sentei no chão, tentando entender se o mundo era injusto, ou as pessoas muito ficionadas por amor.

5 comentários para o próximo ;)

sábado, 31 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 14


Não acontecera nada de mais. Nick havia me levado de volta para casa, sem nenhum beijo de despedida. Porém, aquilo, pela primeira vez na minha vida, não tinha me deixado frustrada. Me fez querer ainda mais ele. Talvez a dificuldade do desafio me atraía, ou toda a insegurança que ele exalava. Queria cuidar dele e torná-lo um homem mais confiante, queria ser eu o seu porto seguro. Mas me contentava com o abraço que ele me dera antes de eu sair do automóvel.

(...)

- Como foi? -Ashley foi a primeira perguntar quando entramos em meu quarto.

Logo após ter chego em casa, liguei para as meninas, convocando uma sleepover. Não aguentaria falar apenas por mensagem o que tinha acontecido. Queria opiniões, queria conversas até tarde da noite, e o mais importante: queria Oreo e Cheetos.

- Acho que estou gostando dele -suspirei, fazendo com que Miley rolasse os olhos.
- Nem beijou o garoto e já acha que está a fim. Essa juventude... -My enfiou uma grande quantidade de Cheetos na boca e continuou reclamando de meu romantismo trivial.
- Você foi mesmo pra casa dos Jonas? -era a vez de Selena.
- Sim, conheci até o irmão mais velho e a noiva dele. Mas não conheci os pais e nem o irmão mais novo.
- Uhm... Nicholas Jerry Jonas está querendo algo sério com você -Jenn olhou para mim, maliciosa.
- Não quero criar expectativas, porém não reclamaria se rolasse algo.
- Garoto lerdo. Se eu fosse ele, já teria agarrado você -e Miles continuou devorando o salgadinho fedorento.
- Ele é tímido -olhei feio para ela, já estava começando a me irritar com a falta de sentimentalismo- Não quero forçar ele a fazer algo antes do tempo. E depois do que aconteceu entre eu e o irmão dele, quero ficar sóbria de casos de uma noite.
- Está certíssima, gata -Ash fez um high five comigo.
- E se vocês começarem a namorar? Como você vai lidar com o Joe na sua vida, sendo seu cunhado? -Miley tinha que começar uma confusão em minha cabeça.
- Não sei. Acho estranha a ideia de ter pego o irmão de um namorado -fiz uma careta que logo se desmanchou com Selena puxando meu braço.
- Demi, agora me responda à algo sério: Tenho chances com Josh? -disse Selena, exasperada, fazendo com que todas nós ríssemos- Gente, estou falando sério. Preciso de um peguete mesmo, a carência está batendo na minha porta.
- Não sei, Selly -apertei a bochecha dela, recebendo um tapa em troca- Só sei que você tem que parar com esse fogo. Está começando a me deixar constrangida por você -ela mostrou a língua para mim, e não pude me conter diante daquela cena.

Se eu tivesse que escolher a pessoa com que eu mais me identificava no grupo, com certeza seria Selena. Eu amava aquela garota, e enchia a paciência dela. Coisa que eu não conseguia fazer com Miley, já que era difícil conseguir uma verdadeira expressão em troca, a garota parecia ser feita de pedra.

- Justin está em casa? -perguntou Jennifer, tentando fingir indiferença.
- Não, deve estar na pista de skate com os amiguinhos dele -vi Jenn ficar desapontada.

Nós quatro tentávamos tirar Justin da cabeça de Jennifer há meses. Desde que ela se "apaixonara" por ele, estava difícil de conviver vendo minha amiga sofrer pelo meu irmão idiota. Não sabia se dava um soco nela, por ser tão boba, ou nele, por ser tão medíocre. Daria um soco nos dois por me meterem no meio de um amor não retribuído.

- Ridículo ter essa paixão platônica por ele -Miley colocou a mão no ombro de Jennifer, tentando consolá-la- Ele não merece você. De verdade.

Então Miley tem sentimentos quando se trata de amor não recíproco? Isso é novidade.

(...)

Fomos para a faculdade acabadas. Minhas olheiras tinham olheiras. A noite tinha rendido em conversas até meia noite, o que acarretou a um filme qualquer de comédia romântica que, provavelmente, nós já tínhamos assistidos pelo menos umas quinhentas vezes.

Miley, Selena e eu estávamos protelando para irmos para nosso prédio. "Esse é um excelente dia para matar aula" - pensei.

- Demi, preciso falar com você -Joseph apareceu, me puxando pelo braço. Fiquei atordoada por alguns segundos, pelo contato físico repentino, e por ter achado que ele tinha surgido como em um passe de mágica. Talvez estivesse alucinando pela falta de descanso.
- Oi? -Fiquei olhando para a mão dele, que continuava segurando meu braço, até ele resolver me largar, longe das meninas.

Miley fez menção em ir atrás de mim, mas Selena a parou, segurando a risada. Lembraria-me disso caso um dia ela fosse sequestrada e pedissem dinheiro para o resgate. Eu daria o dinheiro, mas para continuarem a mantê-la em cativeiro.

- Demetria, já não disse para você parar de atrapalhar a vida de seu irmão?

Estava tão puta com ele. Com essa ignorância patética. Com essa vontade de controlar meu irmão, e ainda por cima, achar que poderia me controlar também.

- Olha, nem sei o que você está falando -virei para ir embora, mas ele voltou a segurar meu braço, dessa vez com mais firmeza. Estava com tanto sono, que nem tinha forças para brigar com ele.
- Você não deu o dinheiro para ele. Justin está precisando de um shape novo, se não ele não conseguirá treinar para o campeonato -disse Joe, sério.

Queria rir da seriedade dele. Qual é?! É apenas a merda de um skate. Ele nunca ganharia nada com isso mesmo. Em meu estado normal, com oito horas dormidas, teria debochado dessa situação.

- Depois resolvo isso com Just -queria sair dali o mais rápido possível.
- Demetria -ele me forçou a olhar para ele- Não queira me ver puto com você, está bem? Já chega o que você fez ontem comigo -ele se aproximou de mim, com um olhar ameaçador. Engoli seco.
- Você estava sendo um idiota com seu irmão. Como você consegue ser tão estúpido com alguém da sua família?
- Olha aí, Lovato -ele assoviou- Você defendendo meu maninho -sorriu em ironia- Estão de namorinho? Não conseguiu a mim então teve que recorrer ao outro. Acho que você fez uma troca injusta, não percebe o quão fracassado ele é? Soube que você esteve em casa com ele. Já tirou a virgindade dele? Ou vão ter que se casar primeiro? -ele continuo com aquele sorriso debochado.

Estava agradecendo pelas horas mau dormidas. Nem tinha força para ficar de pé, mas se tivesse força para dar um tapa na cara de Joe, eu o tinha feito.

- Já disse e repito: Nicholas é melhor do que você. E quer saber de uma coisa? Não me encha mais o saco. Justin é um problema meu, não me lembro de vocês dois terem se casado -virei as costas para ir embora, em mais uma tentativa frustrada- Sério, Jonas. Me solta. Preciso ir pra aula.
- Lovato -Joe disse entre dentes- Não me deixe mais nervoso. Justin precisa do shape. Dê essa merda à ele, não quero confusão e muito menos continuar a falar com você. Se você cooperasse, nunca mais teríamos que nos comunicar. Imagina que vida feliz. E sobre meu irmão: poupe o sofrimento do coitado, não dê chances que são inexistentes. Nós dois sabemos que você prefere caras como eu, sabe?

Virei as costas para ele. Determinada. Nem se Joseph tivesse me prendido contra o pilar ele teria conseguido me deter.

- Você não fala nada porque sabe que é verdade -Joe riu, enquanto eu estava bufando, andando em direção às meninas. Tudo o que consegui fazer foi lhe mostrar o dedo médio e seguir em frente.

Seguir em frente.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Skater Boy - Capítulo 13


- Me desculpa por aquela cena -quebrei o silêncio entre eu e Nick.

Estávamos a poucos quarterões da faculdade, no carro de Nick. Não falamos quase nada desde o ocorrido com o irmão idiota dele. Sentia como se Nicholas ainda estivesse com vergonha do que Joseph tinha dito.

- Não precisa se desculpar. Ele está certo. Não faço como ele, não sou como ele -ele soava ressentido, como se estivesse mexendo com uma cicatriz antiga que não se curou totalmente.
- Ainda bem -sorri para ele- Se você fosse como ele, não seria esse cara incrível que é -ele encostou o carro em um estacionamento vazio, e me fitou.
- Você acha isso... de verdade? -pude ver a insegurança transbordando de seus olhos.
- Sim -respondi sem nem pensar duas vezes- Você é incrível, Nick. Como não consegue enxergar o quão melhor você é?
- Sempre fui ofuscado por Joe, sabe? Ele sempre se destacou. Ele sempre foi o capitão do time de basquete, o incrível skatista, o cara que conseguia todas as garotas. Nunca importava se eu era o melhor aluno da classe, ou que eu estivesse fazendo medicina. Para os olhos dos meus pais e de todas as garotas.... ele sempre foi o melhor.
- Pra mim, não -peguei em sua mão- Pra mim você é o melhor -ele sorriu, tímido.

E quebrando todo aquela clima que eu tinha acabado de montar, ele soltou sua mão da minha e voltou a dirigir. Não queria ficar frustrada, mas, poxa, tinha acabado de aumentar o ego dele, não que eu estivesse mentindo, até porque Nicholas é milhões de vezes melhor que Joseph mesmo. Mas, nem um beijo por isso? Nem um abraço?

- Espero que você goste.

Despertando-me dos meus devaneios, e da pontada de frustração, Nick parou em frente à um restaurante minúsculo, em um bairro aonde eu nunca estivera. Nunca fui acostumada a frequentar lugares... indies, assim por dizer. Nunca fui a mais popular no ensino médio, mas tinha minhas qualidades. Não, eu não era a mais inteligente, e nem a que mais estudava preocupada com a faculdade. Mas eu era a que curtia. Curtia de verdade. Saía com as meninas e frequentava festas até que legais, sem a frescura dos populares, mas com um pessoal que sabia se divertir, talvez por isso sempre saía à encontros ou sempre rolava algo nessas festinhas. Foi assim que arrumei um namorado, aos dezesseis anos, e perdi a virgindade, também aos dezesseis, mas não com ele, e sim, com o primo dele em uma dessas festinhas. Quando não estava em festas, estava em encontros em restaurantes badalados ou requisitados pela juventude. Foram raras as ocasiões aonde um cara me levara para um encontro em um restaurante como esse, e não iria reclamar, Nick poderia me surpreender novamente.

O estabelecimento era pacato. Nada que iria fazer uma pessoa atravessar a cidade para frequentá-lo por causa de sua beleza e extravagância. Mas, talvez, esse fosse seu charme, assim como Nick. Se por fora eu tivera a impressão de estar entrando em uma caixa de palito de fósforos, dentro eu me impressionava com seu tamanho real, era como a versão restaurante do guarda roupa de Nárnia: O leão poderia aparecer a qualquer momento.

Nick, como um perfeito cavalheiro, puxou a cadeira para que eu pudesse me sentar. Pegou o cardápio e o leu para mim, recomendando seus pratos prediletos. Se há dez minutos eu estava morta de frustração, agora estava morta de desejo. Ele não percebia o quão sexy era sentado de frente para mim, focado no cardápio, trocando ideias com o garçom -que pelo visto já o conhecia.

Nicholas Jerry Jonas parecia ser mais um daqueles caras subestimados pela família. Inseguros de seu próprio poder. No fundo, tinha medo que isso o torna-se como o irmão, numa tentativa frustrada de se igualar a ele. Ficara de boca aberta com tamanha insegurança que ele esbanjava. Ele era inteligente, e fazia questão de demonstrar isso em sala de aula, não entendia o porquê de ele se achar inferior ao Joseph. Talvez fossem as garotas. Talvez todas as garotas corressem atrás de Joe, e não se encantassem com Nick. Um ponto positivo por ser a única filha mulher da família, nunca tive que concorrer homens com meus irmãos, e também, nunca havia visto Harry brigando com Justin sobre isso. Porém não conseguia imaginar um mundo aonde uma garota, em plena consciência, escolheria Joseph Adam Jonas. Ele era mais como um caso de uma noite, não pudia negar que ele é lindo, do tipo que te enfeitiça e te acompanha em cada sonho mais profundo. Contudo, era um escroto. Nick já é o cara que te encanta, e te faz pensar em um futuro de verdade, um futuro aonde você possa acordar cada manhã ao lado dele. E nessa guerra de irmãos, é claro que escoheria o príncipe de armadura reluzente, e não Gargamel.

- Você está gostando? -Nick me fitou, atento com a minha reação após a primeira garfada no prato que ele escolhera.
- Meu Deus! -abri um sorriso para ele- Esse Cappelletti está incrível -ele sorriu, aliviado.
- Gosta de comida italiana?
- Amo. Harry vive dizendo que eu sou adotada e meus pais biológicos são italianos, e que quando eu era recém nascida, eles me davam mamadeira de massa -sorri ao ver que ele estava rindo. Custava conseguir um daqueles risos de verdade dele, e quando eu conseguia, era como um troféu.
- Este é o meu restaurante preferido. Fico feliz por ter gostado -ele sorriu, tímido.

Estava começando a realmente sentir algo pelo garoto. E, também, a pensar se ele realmente era real ou se eu estava começando a ter visões.

Nick conseguiu ser o cara exemplar do começo ao fim do almoço. Até quando derrubou seu copo, fazendo com que o suco de maracujá se espalhasse por toda a mesa. Em um universo paralelo, uma garota poderia achar isso ridículo. Mas ele estava tão tímido e adorável, que ficar brava com ele seria como bater em um filhote de Beagle: um pecado.

- Você ainda precisa de ajuda em anatomia? -perguntou Nicholas, quando entramos em seu carro.
- Estou com dúvida ainda na última matéria, mas você esclareceu muita coisa ontem.
- Se você quiser, podemos passar em casa agora, assim pego uns cadernos com algumas anotações das aulas. Tenho certeza que se você estudar por eles, conseguirá passar sem nenhum problema.

E como um convite para um passe livre para a aprovação é contra regras de etiqueta, aceitei ir com ele até sua casa -mesmo estando nervosa. Não gostaria de encontrar Joseph após a cena na faculdade. Não estava certa se ele tinha a condição mental estável para não querer me matar depois daquilo.

A casa era linda. Não era extravagante e luxuosa. Porém tinha um charme, como uma casa de mãe tinha que ser. Era mediana, de cor branca, e com um extenso gramado com caminhos de pedra que davam para a garagem.

- Então você é colega de classe de Nick? -Kevin perguntou.

Ao entrarmos na casa, encontramos Kevin, irmão mais velho de Nick e Joe, com Dani, noiva de Kev. Fiquei mais aliviada, não teria que enfrentar Joseph sozinha.

- Você deve ser tão inteligente quanto Nick -Dani constatou, após eu afirmar que estava fazendo medicina também.
- Não, acho difícil alguém ser tão inteligente quanto ele -sorri gentilmente, e pude ver que Nick estava corando ao meu lado.
- Vamos, Demi? -Nick puxou delicadamente meu braço, ainda corado. Talvez essa seja a primeira vez que ele traz uma garota para casa.

Algo sobre a timidez, e uma possível inexperiência, me fez ficar maravilhada com ele. Mas ainda tinha aquela teoria sobre os olhos dele serem enfeitiçadores. Despedindo-me de Kevin e Danielle, subi para o segundo andar com Nicholas.

Em anos morando com garotos, nunca tivera visto um quarto tão organizado quanto o de Nick. E enquanto estava olhando para o quadro de anotações colocado na parede de frente para sua mesa de estudos, me passou o devaneio sobre como seria o quarto de Joseph, se ele é o tipo de cara que deixa tudo pendurado por aí, assim como Justin. Balancei a cabeça, espantando a vontade de dar uma espiada no corredor para tentar encontrar o quarto dele, com a desculpa que estaria indo ao banheiro.

- Esse é o caderno, e tem também essas anotações -Nick me deu uma pequena pilha de folhas sobre um caderno preto.
- De verdade, Nick, você está salvando a minha vida com isso -ele sorriu.
- Não é nada. Anatomia é um bicho de sete cabeças mesmo -voltando a ficar tímido, ele passou a mão pelos cabelos cacheados.
- Posso te perguntar uma coisa? -sentei-me em uma poltrona, Nick se sentou na cama, ao lado da poltrona, acenando positivamente com a cabeça- Você nunca... trouxe uma garota pra cá? Você sabe, pra conhecer seus irmãos e pais...
- Não -ele voltou o olhar para o chão, e uma pontada de culpa tomou conta de mim, não deveria ter tocado nesse assunto- Sempre fui o mais tímido. Estou tentando mudar isso agora -subindo o olhar, sorriu para mim.
- Posso me sentir honrada por ser a primeira? -falei, em tom descontraído, tirando outra risada dele.
- Sim, Demi. Até porque terei que aguentar Kevin me enchendo a paciência depois que você for embora.
- Gostei dele -sorri, sincera- E Dani também parece ser incrível.
- Eles são -vi um brilho diferente em seus olhos, talvez orgulho de tê-los em sua vida, diferente de Joseph- Kevin é uma grande inspiração para mim. Foi por causa dele que decidi ser médico. Nem meus pais pensavam que eu teria potencial para isso, mas Kev fez com que eu focasse nos meus estudos, ele acreditou em mim.

Queria brigar com os pais dele, deviam idolatrar Joseph, que tinha que ser tratado como a ovelha negra da família. Mas, ao invés disso, colocavam Nick para baixo. Tornaram-o inseguro. Queria protegê-lo de toda essa injustiça, e mostrar para ele que não há motivos para se sentir inferior ao irmão do meio.

Respondendo aos comentários:
Nessa kk Irei tentar postar mais. Só preciso sair dessa época de vestibular (de novo) e cursinho :p
Caah Santana Obrigada, linda. Estou pensando sobre ter Jelena ainda (estou pensando em todos os casais que podem fazer par e não sei o que fazer da vida ainda k) Mas você prefere Jelena ou Nelena?
alessandrademi Obrigada, amor (e já estou quase fazendo com que você vire propriedade privada do blog, tantos anos que você está por aqui...)
Laryssa Amorim Obrigada por ter amado ;) Isso realmente me deixa muito feliz.